Roberto Rillo Bíscaro
A quantidade de assassinos seriais mortos por Dexter na Grande Miami sempre me pareceu exagerada. Imagine uma divisão policial especializada em caçar serial killers em Copenhague, cidade bem mais pacata? Den som dræber (2011) parte dessa premissa.
A quantidade de assassinos seriais mortos por Dexter na Grande Miami sempre me pareceu exagerada. Imagine uma divisão policial especializada em caçar serial killers em Copenhague, cidade bem mais pacata? Den som dræber (2011) parte dessa premissa.
Katrine Ries Jensen é a detetive que encabeça o time,
que tem no psicanalista Thomas seu personagem mais peculiar. Foram produzidas 5
histórias divididas em 2 partes e um filme pra cine, que fechou o arco duma das
personagens, concluindo a série. Vi tudo.
Não é mau programa, mas o sucesso e influência de
Forbrydelsen, Borgen ou Bron/Broen fazem com que nós estrangeiros os tomemos
como parâmetros, porque conhecemos pouco de TV dinamarquesa e o que acessamos
foram os pontos altos, geralmente fora da curva. Por isso, esperamos obra-prima
atrás da outra e nenhuma TV consegue isso, daí a decepção com produtos medianos
como Den som dræber.
É tudo meio genérico, dos roteiros às tomadas e
construção das personagens. A protagonista pretendida muitas vezes não tem
função e as deduções de Thomas a respeito do comportamento e movimentos dos
assassinos são baseadas em fiapos de evidência, em fragmentos de conversa que duram
segundos ou em pura coincidência. Difícil crer nele. Daí, sem ninguém com quem
empatizar, o show não gruda.
Aqueles Que Matam (tradução do título) não fez sucesso
na Dinamarca e foi cancelado após a temporada inicial. Vai ver que seus
conterrâneos também o compararam com Forbrydelsen, de onde saiu Lars Mikkelsen
(o Victor Petrov de House of Cards), interpretando o chefe de Katrine.
Kim Bodnia, o Martin Rohde, de Bron/Broen, aparece como
mafioso russo em um episódio. Considerando-se que a série de Martin e SagaNorén saiu no mesmo ano que Den som dræber, esta tinha mesmo poucas chances de se destacar.
Os norte-americanos fizeram
sua versão, batizada Those Who Kill, que também não vingou por falta de
público. Se nem as versões da maravilhosa Bron/Broen me seduziram, quem dirá
uma do segundo escalão?
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