terça-feira, 26 de maio de 2015

TELINHA QUENTE 165

Roberto Rillo Bíscaro

Comentando a temporada saideira de Revenge, afirmei que nem a série slasher Harper’s Island matara tanto. Scandal foi além, promovendo massacres no horário-nobre da sagrada família norte-americana. Ainda bem que nenhuma personagem aparece fumando. Seria mau exemplo.
Scandal superou Revenge há muito tempo e a quarta temporada de escândalos da/na/pra Casa Branca não só manteve o interesse/audiência, como garantiu renovação pruma temporada quinta.
O sucesso não significa, porém, que os roteiristas não devam atentar-se prum par de fatos. A história da organização secreta B613 já deu no saco, especialmente o enjoativamente enfático pai de Olivia. Papa Pope sabe tudo, planeja tudo e quando aparece diz a mesma coisa em longos discursos gritados e com quantidade suficiente de meneios de cabeça pra deixar o expectador tonto. Na verdade, ele é a matriz de Olivia Pope, que apesar de protagonista e razão de ser do show nem de longe é minha favorita (Mellie Grant, te amo!). Ela também grita, esbraveja, esperneia demais pro meu gosto. Mas, se preciso dela pra ver Cyrus e Mellie que seja. Até porque, quando consertando problemas, é legal, o que não posso dizer de Huck e Quinn (qual a importância deles nessa temporada mesmo, alguém me esclarece?). Ah, e Jack Ballard serve pra quê?
Além desses personagens-entulho, a quarta temporada ainda teve o momento baixo do sequestro de Olivia, que serviu apenas pra sequenciar a sub-trama do vice-presidente. Que emoção tem sequestrar a protagonista – que sabemos não morrerá de jeito nenhum, porque o show é dela! – no meio da trama, se quase nada resulta disso? OK, tenho a mente aberta pros exageros das soaps, mas botar Olivia falando farsi, assim, do nada! Não surpreenderá se descobrirmos que ela possui um pênis pra usar em emergências...  
Cyrus ficou eclipsado numa temporada que viu a Primeira-Dama passar do luto alcoólico pelo filho à posição pró-ativa de aspirante à presidência. Mellie talvez tenha sido a única personagem a ter um arco de desenvolvimento nessa quarta vinda de Scandal. Cyrus teve seus momentos, mas não esteve no topo da forma. A situação de excluídos dele e de Mellie, no último capítulo, talvez provoque reação na quinta, vamos ver.
Por trás de Scandal está a potente e supersônica escrita de Shonda Rhimes. Quem consegue levar um show por 11 temporadas (Grey’s Anatomy), provavelmente encontrará jeito de manter o interesse de Scandal.
E agora, em quem eu votaria pra presidenta dos EUA, Claire Underwood ou Mellie Grant? Ainda bem que são Washingtons ficcionais distintas, assim posso votar em ambas!

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