sábado, 27 de junho de 2015

SAIDINHA

Intervalo nas postagens até o final de julho, provavelmente dia 25.
Até a volta!

MELHORES DE 2015 – PARTE 1

Roberto Rillo Bíscaro

Tradicional; momento de divulgar o que mais gostei de ler/ouvir/ver no primeiro semestre. Não importa quando o material tenha sido lançado, apenas ter sido resenhado. Clicando nos links, você terá acesso ao texto.

Literatura
Prostituição à Brasileira: as 5 histórias de profissionais do sexo brasucas atuando na Europa são absorventes e tratadas com humanidade.  http://www.albinoincoerente.com/2015/03/papiro-virtual-89.html
Mad World: História Oral pop. Entrevistas com os artistas internacionais responsáveis por algumas das maiores delícias musicais dos anos 80. Cheio de curiosidades e indicações, um prazer.

Música
The Desired Effect: o segundo trabalho solo de Brandon Flowers, do The Killers é um mergulho nos meados da década de 80.
Quiet World: estreia do trio de prog metal Native Construct, que de tão elaborado e eclético pode ser referência pro sub-gênero no porvir.
Tuxedo: o álbum homônimo da dupla norte-americana também mergulha nos 80’s, mas na vertente electrofunk do início da década.
Into Colour: deleite introspectivo da anglo-paquistanesa Rumer, que trabalhou com um colaborador de Mestre Burt Bacharach.
Beyond the Seventh Wave: os holandeses do Silhouette lançaram trabalho que não fica a dever nada ao período áureo do prog rock. O Yes devia ouvir e morrer de vergonha do xexelento Heaven & Earth!

Cinema:
Eldfjall: poderosa e quieta história de redenção na velhice e adversidade, vinda da Islândia.
La Casa del Fin del Mundo: a mal-falada Venezuela colocando-se no mapa da produção de filmes de terror de boa qualidade.
Still Mine: James Cromwell e Geneviève Bujold em produção canadense sobre perseverança, doença e amor na terceira idade.

TV
Modern Family: a sexta temporada é uma das melhores dessa série que não perde o fôlego mesmo sem mudar a fórmula.
Matador: bem antes do Nordic Noir virar moda e referência, a Dinamarca produziu essa obra-prima; crônica de quase 20 anos da vida no pequeno país europeu.
The Mary Tyler Moore Show: referência pra qualquer sitcom moderna. Simples assim. Básica assim.
House of Cards: as 3 temporadas da versão inglesa são um banho de cinismo e interpretações.
http://www.albinoincoerente.com/2015/02/telinha-quente-149.html

QUELÔNIO ALBINO


Tartaruga albina nascida em Noronha é assistida pelo Projeto Tamar


A equipe de veterinários do Projeto Tamar da Praia do Forte, na Bahia, está assistindo um filhote albino de tartaruga-verde (Chelonia mydas). O animal nasceu  em Fernando de Noronha, Pernambuco.



O albinismo, mesmo que parcial, não permite que uma tartaruga marinha sobreviva na natureza. A cor diferente a torna uma presa mais fácil e problemas genéticos a fazem adoecer com facilidade.

O Centro de Visitantes da Praia do Forte foi criado em 1982. Junto com a base de pesquisa, ocupa uma área total de dez mil metros quadrados, cedida pela Marinha do Brasil/Comando do IIº Distrito Naval, no entorno do farol Garcia D’Ávila.

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/06/25/interna_vidaurbana,583075/tartaruga-albina-nascida-em-noronha-e-assistida-pelo-projeto-tamar.shtml

CONGOLESES MALVADOS

Detidos congoleses acusados de terem raptado um albino

A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve três cidadãos de nacionalidade congolesa, na cidade de Nampula, sob a suspeita de terem raptado um jovem albino.

MAPUTO- Segundo a polícia, o rapto terá ocorrido em plena cidade de Lichinga na província de Niassa e os três raptores terão forçado a vítima a entrar na sua viatura, tendo posteriormente viajado ate ao Centro de Refugiados de Marratane, localizado na província de Nampula.


A PRM após tomar conhecimento do desaparecimento da vítima, através de familiares, acionou esquemas de busca, acabando por resgatar o indivíduo e deter os suspeitos.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

THANDO HOPA

Sul-africana albina de 25 anos vira modelo: 'Decidi que vou ser bonita'

Thando Hopa contou ao 'Daily Mail' que sofreu bullying na infância e que a carreira na moda a ajudou a se aceitar

.Thando Hopa, modelo albina sul-africana (Foto: AFP)


A sul-africana Thando Hopa, de 25 anos, que é albina, disse, ao jornal britânico "Daily Mail", que topou o convite para se tornar modelo para quebrar os tradicionais conceitos sobre beleza. "Finalmente decidi que beleza é uma decisão, e vou ser bonita apesar do que as pessoas dizem. Meu slogan agora é: 'Um tom diferente do normal'", contou ela, que também trabalha como advogada. Foi o estilista Gert-Johan Coetzee que insistiu para que ela tentasse a carreira na moda, e a convidou para posar para sua campanha. "Quando ele me falou, fiquei de pensar. Aí conversei com a minha irmã e ela disse: 'Veja isso como uma oportunidade de mudar a percepção que as pessoas têm sobre o albinismo. Lembre-se de como você cresceu e como as pessoas tratavam você".
Thando contou que sofreu bullying durante a infância. "Meus pais tentavam fazer com que eu não me sentisse diferente, mas quando eu ia para a escola, as crianças não agiam desta forma e me chamavam de um monte de coisa. Com o passar do tempo, percebi que as pessoas mais velhas também faziam coisas que eu não conseguia entender. Uma vez, quando eu tinha uns 7 anos, uma mulher me parou na rua e começou a berrar, dizendo que eu era filha do diabo. Me sentia tão isolada, isso tudo me afetava demais, não queria nem ir para a escola".
Depois que virou modelo, Thando passou a se sentir mais segura e deixou de esconder dua pele debaixo de roupas e maquiagem pesada. "Levei anos para chegar a este ponto", disse ela, que agora se surpreende com a repercussão de seus trabalhos. "As pessoas falam que  me tornei uma influência positiva para os seus filhos".
Thando Hopa, modelo albina sul-africana (Foto: AFP)
Thando Hopa, modelo albina sul-africana (Foto: AFP)
Thando Hopa, modelo albina sul-africana (Foto: AFP)
Thando Hopa, modelo albina sul-africana (Foto: AFP)
Thando Hopa, modelo albina sul-africana (Foto: AFP)
http://ego.globo.com/moda/noticia/2015/06/sul-africana-albina-de-25-anos-vira-modelo-decidi-que-vou-ser-bonita.html

ALBINOS?

Vanessa, Orlando e a pequena Eleiana, de 5, 3 e 1 são os caçulas de oito filhos do casal Elza
Vanessa, Orlando e a pequena Eleiana, de 5, 3 e 1 são os caçulas de oito filhos do casal Elza

Índios loiros e de pele clara chamam atenção em aldeia no Acre

Na Aldeia Nova Mudança, localizada na cidade de Santa Rosa do Purus (AC), a 300 km da capital Rio Branco, três crianças da etnia Kaxinawá destoam do restante da comunidade. De uma família de 8 irmãos, Vanessa, de 5 anos, Orlando, de 3, e a pequena Eleiana, de 1 ano, foram os únicos que nasceram com a pele clara, cabelos loiros e olhos castanhos.

A suspeita é que as crianças tenham albinismo, uma mutação genética que se refere à incapacidade de uma pessoa fabricar corretamente a melanina.

Tímida e meio assustada, a mãe das crianças, Elza Kaxinawá, acha que as características dos filhos não fazem deles "diferentes". Mas destaca que as crianças sofrem com o forte calor e a exposição ao sol.

"Vieram assim, não sei o que aconteceu. Eles são normais, só reclamam do sol e, às vezes, ficam doentes, têm coceiras por causa dos mosquitos e alergias. Fora isso, são iguais aos outros", disse.

A coordenadora regional da Fundação Nacional do Índio no Acre (Funai) e do Alto Purus, Maria Evanízia, disse que o órgão, por enquanto, não está fazendo nenhum estudo sobre índios albinos no Acre. "Pode estar ocorrendo algum tipo de mutação genética. No Acre, entre a população indígena, esses foram um dos primeiros casos que nós tomamos ciência", disse.

Mistura racial

Procurado pelo G1, o especialista Marcus Maia, coordenador do Programa Pró-Albino, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de São Paulo, explicou que ainda não existem estudos que comprovem a existência de albinismo em aldeias. "O caso não é comum."

Segundo Maia, que também é professor de dermatologia na Santa Casa de São Paulo, só seria possível dizer que as crianças são "albinas puras" (ou fruto de mutação genética), se fosse comprovado que essa etnia não se misturou com outras.

"No caso desses índios, precisaria ser investigado primeiro se houve casamentos ou ligações entre índios e outras pessoas de outras raças, principalmente entre pardos e negros, porque aí nós temos a possibilidade de ter sido colocado na aldeia o gene do albinismo. Como essa comunidade é pequena, eles provavelmente tiveram casamentos consanguíneos muito próximos. O gene do albinismo pode ter sido implantado dentro da aldeia e não surgiu por uma mutação", disse.

Genética e tipos de albinismo

Segundo Marcus Maia, só é possível que uma pessoa nasça com albinismo se os dois pais forem ao menos portadores do gene.

"Para nascer uma pessoa albina, é necessário que os pais sejam, pelo menos, portadores do albinismo, caso contrário, não nascem pessoas albinas. São três possibilidades: duas pessoas têm que ser portadoras, ou uma é albina e a outra é portadora, ou os dois são albinos do mesmo defeito genético, então, nesse caso, esse casal de índios precisa estar incluído em um desses três casos", acrescentou.

O especialista explicou que existem quatro tipos de albinismo 1, 2, 3 e 4. No tipo 1, OCA1 os indivíduos têm pele e cabelos brancos, olhos claros ao nascer. Alguns, porém, passam a produzir melanina na primeira infância e apresentam aumento na pigmentação.

No OCA-2, o mais comum entre os africanos, a pessoa apresenta cabelo loiro, ruivo, ou vermelho-vivo, como pode ser o caso de Vanessa, Orlando e Eleiana, segundo o especialista, que analisou os indígenas por foto. Nesse tipo de albinismo, os indivíduos têm olhos azuis ou castanhos bem claros. A pele é branca e pode desenvolver sardas e pintas.

O tipo OCA-3 é o mais comum em negros sul-africanos que têm o tom de pele avermelhado ou moreno, cor de cabelo ruiva e olhos claros. Já o OCA-4 é parecido com o subtipo 2.

Atendimento de saúde no Acre

De acordo com gerente de Políticas da Saúde às Populações Vulneráveis, da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), Zilmar Cândida da Silva, como não existe um estudo que comprove que esses índios sejam albinos, o órgão não tem como dar um atendimento preferencial às três crianças.

"O atendimento hospitalar dado à população indígena em geral já é em si diferenciado, pois eles são pacientes especiais. Não tem como, por um fato característico aparente aos olhos, a equipe de saúde tomar uma atitude diferente com os três indiozinhos. Para isso, seria necessário que fosse feita uma investigação antropológica desse novo índio que surge com características albinas ou da raça branca", explicou.

Os principais problemas de saúde para pessoas albinas estão relacionados ao contato com o sol, disse Marcus Maia, da Santa Casa de São Paulo. "Os albinos desenvolvem câncer de pele e envelhecimento precoce. A pele é muito sensível, no caso de indígenas, os perigos seriam maiores, por eles estarem sempre expostos ao sol. Seria necessário um cuidado mais do que especial com eles, ainda mais por serem crianças", falou.

O G1 também entrou em contato com o Ministério da Saúde, no setor responsável pela Saúde Indígena, e foi informado, por meio da assessoria, que o órgão não tem nenhum estudo que comprove a existência dos índios albinos no Brasil.

Albinismo no Brasil
A palavra albino vem do latim albus (branco) e se refere à incapacidade de uma pessoa ou animal de fabricar corretamente a melanina, que dá cor à pele e protege da radiação ultravioleta solar.

Segundo Marcus Maia, a maior parte do albinismo no Brasil é de origem da raça negra, que veio da África. "Boa parte da origem do albinismo no Brasil veio com os escravos, não que eles tenham trazido pessoas albinas. Eles não trouxeram negros albinos, mas eles tinham a marca genética, então, o gene do albinismo no Brasil veio pela África", esclareceu.

Maia disse ainda que no Brasil, segundo a estimativa mundial, deve haver, aproximadamente, 10 mil albinos. "Isso segundo a estimativa mundial, mas aqui no Brasil como há uma grande incidência do gene africano, deve ter um pouco mais do que 10 mil albinos. Ainda não há um estudo de estimativa real no Brasil. A ideia é, com o programa Pró-Albino, nós sabermos esse quantitativo fechado", finalizou.

Índios no Acre
Vivem no estado do Acre ao todo 14 povos indígenas distribuídos em 36 terras com a população de aproximadamente 16 mil índios.

No município de Santa Rosa do Purus vivem mais de três mil índios, segundo dados da Funai. Essa população, composta por três povos indígenas, ocupa uma área demarcada no Alto Purus. Nessa terra, residem dois povos, os Kaxinawás e os Madijas.

Além desta, conforme a Funai, há ainda outra terra que não foi demarcada e está em processo de regularização fundiária, onde residem os Jaminauás.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

TELONA QUENTE 124


Roberto Rillo Bíscaro

Dobradinha com vários pontos coincidentes: 2 produções escandinavas influenciadas por Tarantino e irmãos Coen, bastante violentas e cujas tramas estão diretamente relacionadas à maciça diáspora dos ex-países comunistas, que formou bolsões de máfia, prostituição e sub-empregos na outrora pacata (será?) Escandinávia.

E quem diria que a esparsamente povoada Islândia tem que se haver com disputas de gangue e prostíbulos povoados por europeias orientais? Segundo Borgríki (2011), a pequena Reikjavik esconde policiais corruptos que protegem mafiosos locais, cuja hegemonia está ameaçada pela nova onda sérvia de mafiosos profissionais treinados na guerra, inclusive, muito superiores aos “inocentes” islandeses (nos termos do filme, conhecido em inglês como City State).

Um imigrante jura vingança a um bandido local após perder seu filho. No processo, seu caminho se cruza com o de uma policial, seu superior corrupto e os rivais balcânicos. Não sei se teria entendido o lance da vingança caso não tivesse lido a sinopse. A primeira parte de Borgríki picota a trama e as trajetórias das personagens, mas lá pelo meio, tudo fica linear.  Como não nos acostumamos a nenhuma convenção, nos perdemos um pouco. Alguns personagens precisavam estar mais bem desenvolvidos, como a policial. Faltou perícia na montagem pra brincar de ser Tarantino, mas o filme vale por abordar uma realidade que poucos parecem julgar possível na Islândia. Claro que se trata de ficção e não documentário, mas a porrada come solta no submundo da terra de Bjork, com policial sendo atirado de prédio e chefe de polícia importando namorada eslava via internet. 

O norueguês Kraftidioten (2014 - no Brasil batizado de O Cidadão do Ano) é bem superior com sua ironia de comédia de humor-negro. Nils é pacato operador de máquina de remover neve das estreitas estradas nórdicas. Vivendo com a esposa num vilarejo, sua vida não tem grandes acontecimentos, salvo o recente prêmio de Cidadão do Ano, considerado por um conhecido como grande avanço na integração de imigrantes à sociedade norueguesa. Como o tom cômico escandinavo não é tão conhecido por nós como o norte-americano, talvez alguns percam a ironia: Nils é imigrante... sueco. Embora a região não seja aquela harmonia trans-escandinava como idealizamos, é diferente ser imigrante sueco do que sérvio ou congolês. De toda forma, também há que se considerar que a ideia dum referendo pra estabelecer limites pra migração europeia – como fez a Suiça – foi cogitada por um dos partidos da base aliada do governo, em 2014. É bom situar Kraftidioten nesse contexto.

Quase simultaneamente à condecoração, Nils recebe a devastadora notícia de que seu filho único morrera de overdose. Sabedor que o jovem não era usuário, quando Nils está prestes a cometer suicídio (portanto, sem nada a perder) aprende que o menino fora morto por uma gangue de traficantes noruegueses. Na tradição de Desejo de Matar e dos filmes exploitation anos 70 de vingança, Nils começa a eliminar os malfeitores num processo que escala prum banho de sangue e guerra entre mafiosos noruegueses e sérvios. Se o espectador não aceitar/entender que estamos nessa convenção, frustrar-se-á com a aleatoriedade de certos eventos e ligações; tipo, do nada aparece um irmão do honesto Nils que era envolvido com o grupo de traficantes ou também de repente surge um moço contando o destino do filho ao pai, na garagem de casa, quando o coroa estava com o cano da espingarda na boca. Kraftidioten é pastiche no mais puro sentido jamesoniano e amontoa sinais de convenções como western (no confronto final a areia do deserto é a espessa neve setentrional e preste atenção à guitarrinha incidental).

Tudo é ajudado pela gelidamente excelente interpretação de Stellan Skarsgård, pelo majestoso cenário nevado (o removedor de gelo pilotado por Nils fornece cenas belíssimas e amedrontadoras) e por soluções espertas como apresentar uma curta interrupção após cada morte: a tela fica preta e o nome do defunto aparece, sob cruz, estrela de Davi ou o que seja.

Mas, poderia ser um pouco mais curto.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CONTANDO A VIDA 115




Em um texto terno, nosso historiador-cronista relembra uma daquelas amizades eternas e um livro que marcou a infância/adolescência de muitos de nós. Lindo, lindo... 



ÉRAMOS TRÊS...

José Carlos Sebe Bom Meihy

Dia desses, andava meio acabrunhado, com saudade de mim mesmo e dos chamados “bons tempos”. Bateu uma certa melancolia e dei asas a esse sentimento tão fora de moda. Demorei para entender o que se passava e o diagnóstico veio manso e bom, como uma brisa confortável em dia quente. Confesso que minha primeira reação foi indagar se o que sentia era algum tipo de depressão. Perguntei-me, algo perplexo “será que estou com o mal do século”? Do século XIX, diga-se. Logo vi que não, mas mesmo assim fiquei melindrado, pois melancolia também é coisa de antigamente.
 Desbravado o universo conceitual, passei para outro estágio analítico: o que teria motivado aquela viagem ao meu passado? E aos poucos a rememoração foi se fazendo narrativa. Havia dado um tempo em leituras pertinentes, mas exaustivas, e fui para o facebook – acontece de vez em quando, viu? Entre as “novidades”, meu amigo Luis Fernando Vieira Negrini, postava uma foto ao lado de sua filha Leda. Tratava-se do aniversário da moça. Fiquei encantado ao ver aquela menininha, hoje crescida, linda e com olhar feliz. Num impulso imediato, mais do que “curtir”, escrevi: Parabéns, pergunte ao seu pai por quê. Estava dada a largada para minha interiorização. E deixei-me levar por uma saudade arrebatadora. Fernando foi meu grande amigo. O melhor, diria. Com ele ao lado, atravessei os anos difíceis da adolescência e mesmo quando virei aluno de colégio interno mantivemos viva correspondência. Ah! a prática das cartas enviadas pelo correio, com selos sobre os envelopes...
Mas, nossa amizade não se resumia a nós dois. Havia um entorno fantástico e um terceiro nome compunha a solidez de um relacionamento que sempre foi forte, alegre, confidente, amigo mesmo, enfim. Paulo Francisco Moreira completava o trio. E como ríamos, a par dos sofrimentos característicos da idade. Nossa! E tudo era tão bonito e pleno que não faltavam amigos complementares. Vivíamos unidos, e juntos fazíamos uma espécie de clube paralelo, exclusivo. Frequentávamos outros grupos, muitos aliás, mas nos bastávamos para discutir filmes, leituras e, sobretudo o destino futuro. Li outro dia uma frase que me deixou pensativo: não se faz amigos verdadeiros depois dos 30 anos. Sei lá se isso é verdade, mas no real de minha experiência aquele trio está entre as melhores coisas que me aconteceram. Crescemos, casamos e tivemos filhos, profissionalizamo-nos e a vida cuidou de nos separar. Temos afinidades eletivas e sei da solidez daquela experiência e a presença desta certeza nos é referencial. Preside até um inexplicável respeito ao passado, algo que não nos permite reencontros frequentes. Seria factível planejar situação em que nos juntássemos, mas para quê? A distância, ironicamente, possibilita guardar o perfume de um tempo que foi único. E sem qualquer comunicação retraçamos um pacto de silêncio.

Depois que meditei sobre essa ligação de amizade antiga, pensei em escrever sobre isso. Virar crônica, porém, exigiu um enquadramento formal e demandava título. Logo, então, me veio à memória um livro que àquela altura da vida, no tempo real do passado longínquo, me marcou profundamente. Não se trata de nenhum clássico, mas de um texto terno e alentador “Éramos seis”, escrito por Maria José Dupré. Tratava-se de uma história comum, estranha até. O drama vivenciado nos anos de 1920, transcorria até a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. O curioso é que a narrativa não amarra uma história de amor central, sobre a qual giraria o enredo. Nem é um texto de indagações ontológicas, ou sequer tem suspense. Trata-se de circunstâncias rotineiras, de uma família qualquer. O diferencial daquele escrito está no afeto que enlaça os personagens. A ligação emocional dos filhos de dona Lola é comovente, do começo ao fim. Curiosamente, “Éramos seis” virou novela e foi exibida em 1994, constituindo-se em sucesso vertido para televisão por Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho. Pois é, precisei deste mote para nomear a crônica presente. Dei parabéns a Leda exatamente por evocar na simpatia do romance de Maria José Dupré o resultado de uma experiência que de certa forma a integra.

terça-feira, 23 de junho de 2015

PROLE ALBINO DE VOLTA AO LAR

Zoo do DF recebe 7 filhotes de cobra albina rara, desaparecida desde 2013

Animais nasceram nos EUA; repatriados, devem ser expostos a visitação.
'Mãe' teria sido contrabandeada por US$ 1 milhão; gestora de zoo foi presa.


Sete filhotes de uma jiboia albina rara, desaparecida há dois anos, foram transferidos dos Estados Unidos para o Distrito Federal. Os animais chegaram ao Zoológico de Brasília no início do mês e estão em quarentena, mas devem ser expostas ao público assim que receberem alta da equipe de veterinários.

A "família" é formada por seis fêmeas e um macho. Segundo os biólogos do zoológico, os animais têm cerca de 2 anos de idade e estão em fase de adaptação ao novo ambiente. O processo deve durar cerca de 30 dias. Técnicos do Ibama foram até Utah, estado no oeste dos Estados Unidos, para recolher as cobras, que foram trazidas em compartimentos individuais.

As serpentes foram repatriadas graças a um tratado de cooperação jurídica internacional firmado entre Brasil e Estados Unidos. A cobra-mãe, de nome Princesa Diamante, teria sido contrabandeada para os Estados Unidos em 2009, mas está sumida desde 2013. O processo sobre o contrabando ainda tramita na Justiça americana.
"Na verdade, eles [os filhotes] pertencem à fauna silvestre nacional e são integrantes naturais do Estado brasileiro. Por essa razão, os Estados Unidos estariam obrigados em função do tratado de cooperação a devolver o animal matriz, que desapareceu ou está morto, e seus descendentes ao Estado brasileiro", diz trecho de documento do Ministério Público.
Cobra de US$ 1 milhão

O Fantástico contou a história da "Princesa Diamante" em 2013, ano do desaparecimento. Na época, a jiboia era a única do mundo a apresentar uma mutação genética rara, chamada leucismo. Como resultado, ela tinha o corpo todo branco e os olhos pretos – diferentes do albinismo comum.

A cobra foi encontrada em uma mata do Rio de Janeiro, em 2006, e levada para o Zoológico de Niterói, que nunca expôs o animal ao público. Um funcionário do zoo afirmou à TV Globo em 2013 que a serpente desapareceu entre 2007 e 2009.
Em 2010, um exemplar idêntico apareceu nas mãos do americano Jeremy Stone. Segundo investigação do Ministério Público Federal, a cobra foi contrabandeada pela gestora do Zoo de Niterói, Giselda Candiotto, pela fronteira do Brasil com a Guiana. O valor da transação foi estimado em US$ 1 milhão.
Em 2013, o Ministério Público Federal em Roraima ofereceu denúncia contra Giselda, o marido dela, José Carlos Schirmer, Jeremy Stone e a irmã dele, Keri Ann Stone, pelo suposto contrabando. Os dois brasileiros foram presos por prática de crime ambiental.
NOTA DO ALBINO INCOERENTE: ACESSE O VÍDEO DA REPORTAGEM NO LINK:

TELINHA QUENTE 169


Roberto Rillo Bíscaro

Curioso. Enquanto a faixa etária dos 50 em diante é a única que se conserva – até cresce - como audiência das grandes redes ou mesmo da TV por assinatura nos EUA, são os serviços por streaming que nesse par de anos têm feito mais pela representação dos idosos como protagônicos. Transparent, da Amazon, trouxe o transgênero quase 70tão e em maio a Netflix disponibilizou os 13 episódios da primeira temporada de Grace & Frankie, sitcom criada por Marta Kauffman, famosa por ter co-criado Friends.
A premissa não difere tanto de Transparent: famílias lidando com os efeitos de pais saindo do armário. Grace (Jane Fonda, sensacional sempre!) é casada com o bem-sucedido advogado Robert (Martin Sheen), sócio de Sol (Sam Waterston, que eu lembrava dos oitentistas Hannah e Suas Irmãs e Setembro; nossa, como ele tá velhinho!), casado com Frankie (Lily Tomlin, a qual muita gente acha engraçada, então, ok, né?). Em um jantar, Robert e Sol anunciam que mantêm um relacionamento há 20 anos e pretendem deixar suas esposas e se casar. Grace e Frankie, que se suportavam por causa da sociedade dos maridos, têm que absorver e processar essa brusca mudança, ao mesmo tempo que passam a dividir uma casa na praia. Usando a incompatibilidade de personalidades à Um Estranho Casal (Jack Lemmon e Walter Mathau, memoráveis), Grace and Frankie aborda temas sociocomportamentais sérios de maneira leve e (razoavelmente) divertida. E passa também na aberta NBC, tem beijos gays de terceira idade e os EUA não sofreram nenhum cataclismo nem os heterossexuais estão sendo extintos por isso.
Não é sagaz como a também inclusiva Modern Family, mas as personagens são tão gostáveis, o elenco tão bom e as situações tão pertinentes e importantes de serem (re)tratadas que Grace & Frankie não demora a ganhar o afeto. Dá gosto ver aqueles septuagenários ativos, vivendo a vida, tendo a coragem de mudar, adaptando-se a novas estruturas emocionais/familiares e sendo tão humanos, embora personagens de sitcom, que acho que está mais pra dramédia.
2 esclarecimentos:
a)         A maliciosa ambiguidade do diminutivo Frankie, que soa algo como o masculino Frank, já fora usada pelo dramaturgo Terrence McNally em sua peça virada filme Frankie and Johnny in the Clair de Lune.
b)         A presença do “machão” Martin Sheen não deveria surpreender no papel do reservado Robert. O ator sempre foi simpático à causa gay e faz parte da representação televisiva desse segmento na TV norte-americana desde 1972, quando estrelou That Certain Summer, primeiro telefilme a representar um relacionamento gay de maneira não hostil. Morro de vontade de ver e não encontro; caso alguém consiga, avise.
O problema maior reside nos filhos de Grace/Robert e Frankie/Sol. Contrastando diametralmente com a inteligência e profundidade dos 4 veteranos, exceto por uma, os demais são muito rasos e um – o filho adotivo afro-americano do casal judeu (deixa pra lá discutir apelação...) – beira o retardamento mental. Marta, dear, ou dá um jeito nessa cria ou bota num saco e afoga no tanque, por favor!
Provavelmente porque os episódios estão disponíveis pra serem vistos em bloco – vi os 13 em 2 dias – tem-se a impressão duma série disfarçada: dá pra entender os capítulos separadamente, mas há um arco descrito neles, onde as personagens evoluem, fatos vão e vem, enfim, o conceito de sitcom aqui é diferente dos episódios bem mais independentes de Mary Tyler Moore, Supergatas ou a contemporânea Modern Family.
Pode não ser de rolar de rir, pode ter a hipponga personagem de Lily Tomlin que não me agrada(m), mas é terno, pró-ativo, suficientemente divertido, corajoso e tem a deliciosa Jane “sou-foda-mesmo-aos-70” Fonda e os adoráveis Martin e Sam, que deram tanta dignidade a esses senhores corajosos que também enfrentam uma barra ao se distanciarem das mulheres com as quais viveram por 4 décadas. Grace & Frankie valeria “só” por isso, mas seu valor é intrínseco; trata-se dum bom show, que ganhou segunda temporada, a que não vejo a hora de ter acesso.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

SANTERÍA ALBINA

Un hombre fue arrestado en Tanzania cuando trataba de vender a su sobrina albina para hacer santería
Las autoridades de Tanzania detuvieron a un hombre de 44 años en una operación encubierta dirigida a frenar la venta de personas albinas a brujos que usarían partes de su cuerpo para practicar magia negra.
Las personas con albinismo, también conocidos como albinos, tienen una deficiencia extrema de la pigmentación de melanina que hace que su piel y cabello sean extremadamente pálidos.
En África, el albinismo trae consigo una mayor probabilidad de desarrollar cáncer de piel, que puede resultar mortal, y la falta de pigmento para proteger los ojos contra el potente sol puede causar problemas de visión.
En algunas zonas donde aún tienen un fuerte arraigo las supersticiones, hay quienes creen que las partes del cuerpo de las personas con albinismo pueden traer la riqueza y la suerte cuando se utilizan en encantos mágicos.
El sospechoso arrestado en Tanzania estaba tratando de vender a su sobrina albina de seis años de edad, pero no sabía que los compradores eran en realidad funcionarios de seguridad que formaban parte de una operación contra el comercio ilegal de personas,informó Reuters.
La madre de la chica, Joyce Mwandu, que también tiene albinismo, vive con sus cuatro hijos en Kona en la región de Tabora, al oeste de Tanzania. Ella contó a las autoridades que hombres enmascarados irrumpieron en su casa hace dos noches y secuestraron a su hija, lo que desató un operativo de búsqueda y captura en todo el pueblo.
El comisario de la policía en la región, Juma Bwire, dijo que las autoridades habían dispuesto el señuelo después de recibir un aviso de que un hombre estaba tratando de vender la niña a alguien. Aunque el precio de la transacción no se dio a conocer, un juego completo de partes del cuerpo de personas albinas puede costar cerca 75,000 dólares, según la Cruz Roja.
"Después de recibir la información, nuestros oficiales pusieron de inmediato una trampa y fueron capaces de detener al hombre in fraganti", dijo Bwire. La niña fue rescatada ilesa y está de nuevo bajo el cuidado de su madre, agregó.
Un niño de cada 3,000 nace con albinismo en África oriental, en comparación con uno de cada 20,000 en Estados Unidos. Los grupos de defensa estiman que hay más de 100,000 albinos en Tanzania. Los secuestros y asesinatos que tienen a los albinos como objetivo se han vuelto comunes: más de 76 albinos han sido asesinados en el país desde 2000 y muchos otros mutilados.
En agosto de 2012, Under The Same Sun, una ONG que se centra en la difícil situación de las personas con albinismo, publicó un informe sobre los riesgos para los niños albinos en Tanzania.
Según el informe, "los mitos incluyen la creencia de que las personas con albinismo nunca mueren, que simplemente desaparecen", y muchos creen que "no son humanos, como los fantasmas, monos, u otras criaturas infrahumanas". Estas supersticiones provocan que "el infanticidio y los ataques físicos que causan la muerte y lesiones corporales sean comunes en la región".

CAIXA DE MÚSICA 175

Roberto Rillo Bíscaro

Esta postagem será mais bem aproveitada se você ler os textos sobre o New Romantic (aqui e aqui) na Inglaterra de fim dos 70’s/início dos 80’s. Dentre os grupos investindo pesado no visual e no sintetizador estava o Visage, liderado por Steve Strange, host(ess) do Blitz Club, epicentro dos maquiados new romantics.
Em atividade desde 1978, o Visage teve Midge Ure e Billy Curie, do Ultravox, em sua formação e um grande sucesso em 1981, com a seminal Fade to Grey, síntese perfeita do que era o New Romantic/synthpop. Fundamental mesmo é só essa, mas vale a pena baixar uma coletânea pra conhecer/possuir a gelidez do teclado interestelar de Damned Don’t Cry; o balanço quadradão New Wave de Mind of a Toy; a síndrome de Roxy Music, de Visage; a de Bowie, em We Move (especialmente se você descolar um best of que tenha a versão remix) e a melancolia disfarçada da sintetizada In the Year 2525. Pouca coisa mais se salva desse grupo que em 83 já tinha álbum de “maiores sucessos”. Isso significava que já estavam mortos comercialmente, eram passé.
Em 1985, o Visage era defunto (e o New Romantic também) e a partir daí os problemas pessoais de Strange tomaram precedência. Vício em heroína, colapso nervoso e até roubo de boneco de Teletubbie em loja.

Quase 30 anos após o desmantelamento, o Visage lançou Hearts and Knives, em 2013. As 3 décadas não passaram no planeta-purpurina de Steve Strange; parece que estamos ouvindo canções lançadas em 1983. E não é que esse tornou-se o único álbum (quase) completo que mantenho do grupo? Exceto pela chata Breathe Life, gosto de todas e uma considero clássico oitentista temporão. Never Enough abre com sua referência ao batidão que Giorgio Moroder fez pra Donna Summer e bom trabalho de Robin Simon, guitarrista do Ultravox, fase pré-Midge Ure. A guitarra continua afiada e competente na maravilhosa Shameless Fashion, puro New Romantic glam, com baixo galopante e barulhinho de máquina fotográfica à Girls on Film, do Duran Duran. Sexy, desfilável e posável.
Eletricidade obcecou a geração 70’s/80’s. Além da Electric Light Orchestra (o ELO, de Xanadu, lembram?), Kraftwerk, OMD, Duran Duran, Debbie Gibson, Phil Oakey e o desprezível OFF eletrificaram títulos de canções e álbuns. O Visage, tão retro-moderno, também plugou sua moça elétrica: She’s Electric (Coming Around) tem teclados The Human League. Como resistir ao synth disco de I Am Watching?
A voz de Steve Strange nunca foi grande coisa, mas servia pra remota finalidade gelada de muito do synthpop. Em Hearts and Knives dá pra perceber como a idade e os desregramentos cobraram seus impostos, mas vocais de apoio estrategicamente camuflam um pouco essa deficiência e sai até canção mais lenta linda como Lost in Static ou a minissinfonia de araque de sintetizador On We Go.

Em março de 2014, o Visage tocou com uma orquestra tcheca na cidadezinha de Harrachov, pro enceramento do campeonato mundial de salto de esqui. A experiência deu a ideia pra Orchestral, que reúne canções dos 4 álbuns e uma inédita em versão synth-orquestral. Embora conceito original prum álbum tipo “maiores sucessos” (só há uma inédita, a deletável The Silence), o casamento com sinfônico nunca funciona de verdade. Por mais simpáticas que Fade to Grey e Damned Don’t Cry tenham resultado, na hora H o ouvinte quer a versão original, especialmente da última. O estado da voz de Strange acabou pesando, especialmente em Pleasure Boys, que ficou pior que o original; e mesmo com os disfarces de estúdio, a gelidez jovem faz falta. Orchestral pode servir como curiosidade pros (muito) poucos fãs do Visage, mas pro público geral nada acrescenta.
E assim terminou o retorno às atividades do Visage, pelo menos em sua encarnação com Strange (e pode haver outra?).
O coração New Romantic do vocalista parou de bater em fevereiro, enquanto de férias no Egito. O enterro contou com a presença de Boy George e os irmãos Kemp, do Spandau Ballet carregando o caixão; Martin Fry, do ABC; Andy Bell, do Erasure; Tony Hadley, vocal do Spandau. Celebridades New Romantic e synthpop de há 30 anos que foram se despedir dessa figura complicada, mas definidora de muito do que amamos na primeira metade da melhor década da História. A imprensa britânica não poupou laudas e louros pra importância de Steve. Se o considerava tão especial, por que ignorou seus últimos lançamentos?
Descanse em paz, Steve Strange.

domingo, 21 de junho de 2015

ALVO ALBINO

Imagem de arquivo
Albinos na mira dos traficantes de órgãos
Recentemente, um jovem albino de 19 anos foi raptado, na província nortenha do Niassa, em Moçambique, por três indivíduos de nacionalidade congolesa.
Os raptores foram encontrados pela polícia no centro de refugiados de Maratane, que dista 15 quilómetros da cidade de Nampula, quando pretendiam levar o jovem para fora do pais, a fim de o vender.
A situação acontece poucos meses depois do desaparecimento, em Nampula, de um jovem de 21 e um menor de 12 anos de idade também albinos.
 O fenómeno que há alguns anos se faz sentir de forma preocupante na Tanzânia preocupa sobremaneira as autoridades policiais moçambicanas.
A  polícia diz que a perseguição aos albinos está directamente relacionada aos preconceitos de que são alvo, bem como à prática de magia negra. Alega-se que partes do corpo dos albinos dão poderes sobrenaturais.
O porta-voz da corporação, Sérgio Mourinho, revela que há relatos de que as pessoas procuram ossadas das vítimas com o mesmo objectivo, daí a necessidade de se aprofundar a investigação.
A situação está a provocar pânico entre os albinos e não só.
Diamantino António, de 18 anos de idade, residente em Nampula conta que escapou cair nas mãos do tráfico, acto organizado pela sua própria irmã.
A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos defende a criação de uma rede forte no país para defender pessoas que sejam alvo de ataques devido à sua pele.
O seu delegado para a região norte, Tarcísio Abibo, diz não entender as razões que levam os albinos a serem tratados dessa forma, uma vez que são pessoas iguais a todas e que gozam dos mesmos direitos.

NÃO CONSEGUI EMBUTIR O ÁUDIO À POSTAGEM, MAS ELE PODE SER OUVIDA NO LINK ABAIXO. RECOMENDO, PORQUE HÁ INFORMAÇÕES E ENTREVISTAS EXTRAS
http://www.voaportugues.com/content/albinos-na-mira-traficantes-orgaos/2829527.html

SUPERAÇÃO PARATLÉTICA

Conheça a história de superação do paratleta taubateano André Rocha. Depois de um acidente de trabalho, André começou a arremessar peso e agora é campeão!

sábado, 20 de junho de 2015

NATAÇÃO ALBINA

Espécie rara de anta albina aparece nadando em reserva ambiental; vídeo



Uma anta albina, espécie rara do animal, foi flagrada nadando tranquilamente nas águas do Rio Juquiá, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo, em uma área de reserva ambiental privada. A imagem curiosa foi gravada no fim do mês de maio e divulgada nesta quinta-feira (18).
Em abril deste ano, a anta já havia sido fotografada na mesma região. O local é conhecido como Legado das Águas e tem tamanho equivalente ao da cidade de Curitiba, no Paraná, com cerca de 31 mil hectares. Toda a reserva pertence à iniciativa privada e é mantida pelo Grupo Votorantim desde a década de 1950. A área recebe biólogos e ambientalistas para estudos em parceria com o Governo do Estado, prefeituras da região e universidades.
Segundo o gerente geral de sustentabilidade da empresa, David Canassa, a presença do animal é a "prova viva" da preservação da área. "A anta albina surpreendeu até os moradores locais, o que fortalece o trabalho e a importância ecológica da região. Antes, aqui no Brasil, só sabíamos da espécie em cativeiro, mas agora já conhecemos o território que ela costuma frequentar", explica.
O animal flagrado na reserva é um macho adulto e, de acordo com pesquisadores que atuam na reserva, trata-se do mesmo que foi fotografado em meio à mata durante o mês de abril. "Temos quatro pesquisadores residentes na área e, no caso da anta, eles sabem que se trata do mesmo animal, por conta das manchas no corpo", acrescenta Canassa.
Própria anta captou foto ao passar por equipamento (Foto: Luciano Candisani/Divulgação)