sexta-feira, 31 de julho de 2015
MELHOR AMIGO ALBINO
O Albinismo em Cães: o cuidado de um cão albino
O albinismo é uma doença genética na qual há uma ausência de melanina (o hormônio que provoca a pigmentação), presente nos olhos, pele e cabelo dos animais e também em seres humanos. A falta desse hormônio causa palidez extrema, olhos vermelhos e pelos brancos.
A melanina, além da cor, fornece proteção contra os raios UVA e outros fatores ambientais. Portanto, os seres humanos e animais albinos precisam de cuidados especiais. Aqui, nós dizemos os fatores importantes de albinismo nos cachorros e os cuidados que devem ser dados.
Quais problemas de saúde tem um cachorro albino?
As duas áreas mais vulneráveis em um cão albino são a visão e a pele.
A carência de melanina afeta a visão em cachorros albinos, por um lado, porque a retina é pouco desenvolvida e em parte porque é umaíris sem pigmentação, que permite passar passar mais luz do que uma íris que contém mais pigmentos.
Além disso, os cães albinos, muitas vezes, têm estrabismo (olhos cruzados) e nistagmo (movimentos involuntários dos olhos de forma rápida). Os problemas de visão são um sinal claro para o diagnóstico do albinismo, tanto em humanos como em cães.
Quanto aos problemas de pele, uma pele sem pigmentação é muito mais sensível à radiação solar, assim estes cães são mais propensos a queimaduras, tumores e câncer.
Além disso, devido a estes dois problemas juntos, os albinos têm fotofobia, ou seja, aversão à luz. Portanto, estes cães evitam lugares bem iluminados; em parte porque, devido a descoloração da íris, a luz incomoda, e em parte porque faz danos à pele.
Os cachorros albinos também têm muitas chances de serem surdos. Embora nem todos os cães com albinismo apresentem surdez, é altamente desejável que os proprietários de cães albinos façam teste de audição no animal.
Quais cuidados específicos um cachorro com albinismo precisa?
Por ser um problema genético de segregação do hormônio que produz a melanina, não há tratamento para o albinismo. Portanto, há certas precauções e cuidados especiais que devem ser aplicado a estes cães.
Por terem uma má visão, a casa deve estar sempre limpa e tudo deve estar colocado no seu lugar. Não é conveniente mudar os móveis de lugar com frequência.
Além disso, os brinquedos do cão deve ter algum som, de modo que o cão possa encontrá-los mesmo tendo uma baixa visão.
Existem alguns óculos, chamados Doggles, que reduzem a quantidade de luz que atinge os olhos do cão e evitam grande parte da radiação solar.
Considerando-se que os óculos obscurecem a visão do animal, o proprietário deve se lembrar de retirá-los após o anoitecer, caso contrário, você não vai ver.
Este óculos não pode ser usado durante todo o dia, então fale com o seu veterinário sobre o tempo e a freqüência de uso.
Quanto aos cuidados específicos da pele, deve-se proteger o cachorro albino com proteção solar sempre que ele sair de casa. Você também pode colocar roupas leves que protegem da radiação, mas que não aqueçam.
A pele destes cães é muito sensível, por isso você deve usar um shampoo suave especial. O melhor é consultar o veterinário sobre o tipo de sabão a ser usado para estes cães.
O albinismo, muitas vezes, faz com que o pelo do cão seja alérgico a determinados materiais, como, por exemplo o metal, assim deve-se evitar o uso deste material em cães albinos.
Além disso, os cães albinos são cachorros muito desconfiados, retraídos e tímidos porque não podem ver ou ouvir bem o que acontece no mundo exterior e podem perceber tudo como uma ameaça.
Para evitar essa desconfiança, estes cães devem ser socializadosdesde filhotes, procurando familiarizar o animal com tudo que esteja ao seu redor.
Finalmente, se um cachorro é albino, é conveniente a sua castração. A vida de cães albinos não é fácil, assim você deve evitar, tanto quanto possível, que filhotes nasçam com este gene.
Se os cães albinos são estéreis, eles não podem passar o gene e, aos poucos, essa alteração genética desaparecerá.
quinta-feira, 30 de julho de 2015
PRISÃO PARA INOCENTES
Crianças albinas são retiradas de casa para evitar ataques de bruxos
Separados das famílias, albinos vivem com medo e infelizes em acampamentos improvisados
Foi pelos vizinhos que Scola Joseph descobriu que dois estranhos estavam rondando o bairro e procurando pelos seus filhos. Ali, ela soube que o momento que mais temia havia chegado.
Depois de arrumar pequenas malas pra Elijah, de 3 anos, e Christine, de 5, ela levou as crianças para longe de casa, a um acampamento do governo onde centenas de outras pessoas na mesma situação vivem sob proteção. Era o único modo de manter sua família viva.
Scola mora em Buhangija, uma cidade na Tanzania, país com maior índice de crianças albinas do mundo. Esta seria apenas uma estatística médica não fosse o fato de que, nesta localidade, também vivem médicos-bruxos, que acreditam que as partes dos corpos dos albinos, depois de moídas e colocadas em poções, têm o poder de trazer riqueza e fortuna
Separadas de suas famílias e forçadas a viver em ambientes fechados por causa dos efeitos que o sol africano causa em suas peles, estas crianças se espremem em grupos de três ou quatro por cama. Sobrevivem com o mínimo necessário de comida, racionada pelos professores porque o governo não cumpre com os prazos de entrega ao longo de vários meses.
Peter Ajali, um dos professores responsáveis por grupos de crianças albinas, diz que elas vivem como refugiados.
— São refugiados em seu próprio país, e isso é vergonhoso para a Tanzania. Eu tento fazer o papel dos pais deles e amá-los e mantê-los seguros, mas não é humano o suficiente que eles vivam desta maneira
O albinismo é causado pela falta de melanina na pele, cabelo e olhos, e afeta um em cada 20 mil indivíduos no mundo. No entanto, por algum motivo ainda desconhecido, na Tanzania e em algumas outras regiões subsaharianas, este índice é de um a cada 1.400.
Ao menos 75 crianças e adultos albinos já foram mortos desde 2000, e outros 62 conseguiram escapar dos ataques dos médicos-bruxos com diversos ferimentos.
Com os médicos-bruxos pagando R$ 180 mil por um corpo de um albino — que eles queimam ou moem para colocar nas poções —, é comum que alguns dos envolvidos nos assassinatos façam parte da própria família das vítimas.
A ONU alertou recentemente para um aumento nos ataques a albinos, que agora correm ainda mais riscos com a proximidade das eleições nacionais e locais em outubro. O medo é que políticos inescrupulosos se rendam a antigas tradições dos médicos-bruxos em busca de falsas e ambiciosas promessas
O governo já prendeu 200 médicos-bruxos e, este mês, o ministro de assuntos internos garantiu que os assassinatos de albinos jamais serão aceitos. Ordens de que as províncias os protejam em suas comunidades foram dadas, mas, com os recursos escassos, a resposta tem sido ainda mantê-los nos campos de refúgio
Em Buhangija, o número de crianças refugiadas em uma antiga escola primária subiu de 170 para 295 nos últimos meses. Muitas outras são esperadas em breve. Destas que já vivem abrigadas lá, 64 são surdas, e 40, cegas
As idades dos albinos abrigados na escola vão de apenas dois até 25 anos. O professor precisou transformar a biblioteca e outros espaços em dormitórios. Durante o dia, as crianças brincam jogando futebol com bolas improvisadas, e se sentam no chão de areia para conversar.
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Assassinato de Albinos na África,
Histórias de Albinos
TELONA QUENTE 125
Roberto Rillo Bíscaro
Nem só de filmes cult islandeses alimenta-se meu gosto
por cine. Às vezes bate forte vontade de ver um slasher nos moldes do
oitentista Sexta-Feira 13. Comentei sobre documentário slasher, série slasher e
slashers como Halloween e o próprio e predileto Friday the 13th. Sei que o auge
desse tipo de horror foi há 30 anos, mas não perco a oportunidade de ver novas
produções, especialmente quando se passam em florestas.
Por isso, tirei uma tarde de sábado pra ver The Redwood
Massacre (2014), trash escocês, cuja
trama gira em torno dum mascarado aterrorizando um bando de jovens numa área
florestal remota. Parece que um fazendeiro enlouquecera e canibalizara a
família, mas o filho mais novo escapou e, como um Jason Voorhees das lowlands
(nada de montanhas nessa floresta mequetrefe!) habita uma grande casa que
ninguém descobre e onde ele coleciona gente pendurada como num açougue.
Péssimas “atuações” de
“atores” velhos demais pro papel de adolescentes, erros grosseiros de lógica,
personagens mal construídos, The Redwood Massacre é só pra quem curte slasher
de baixo orçamento. A máscara do assassino é uma das mais legais dos últimos
anos e as mortes - embora monotonamente repetitivas, porque quase só com
faca/machado – não são ruins. Meu problema é que neste mundo pós-Jogos Mortais
e de orçamento inexistente, o mascarado não cace as vítimas na floresta ou
outros locais. Ele tem que levar várias delas a sua/seu casa/masmorra/celeiro e
torturá-las. Ficaria muito mais excitante se houvesse o suspense da
perseguição, do susto e da morte. Mas, talvez seria preciso mais dinheiro pra
produção, sei lá...
O Youtube promete versão completa e dublada. o que é mentira, uma vez que conferi um trecho e é legendado. Assim, não garanto nada!
YO VEO LO QUE TÚ NO VES
Uma das construções mais modernas e instigantes da revitalizada e revitalizante Madri é a Caixa Fórum, edifício que parece flutuar quase ao lado do Museu do Prado. O interior fresquinho de chão gelado foi bálsamo nos 40 graus madrilenhos. Na sala de vídeo, pode-se deitar no chão aproveitando os puffs pra gente assistir tudo bem confortavelmente.
Diversas salas de exposições, sendo que a mais interessante - e grátis - quando visitei foi a mostra Yo Veo Lo Que Tú No Ves, coletânea de desenhos e textos de pessoas autistas.
Gostei tanto do exemplo de inclusão, que compartilho as fotos com os leitores.
Diversas salas de exposições, sendo que a mais interessante - e grátis - quando visitei foi a mostra Yo Veo Lo Que Tú No Ves, coletânea de desenhos e textos de pessoas autistas.
Gostei tanto do exemplo de inclusão, que compartilho as fotos com os leitores.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
CONTANDO A VIDA 116
Nosso historiador-cronista, que é professor de História da Arte (phyno!), dá uma aula sobre Concretismo através do trabalho do artista-plástico Regis Machado. Texto riquíssimo e poético.
A POESIA DAS FORMAS DIMENSIONAIS: REGIS MACHADO SILVA.
A POESIA DAS FORMAS DIMENSIONAIS: REGIS MACHADO SILVA.
José
Carlos Sebe Bom Meihy
Sempre... Sempre me encantei
com histórias de pessoas predestinadas. Gosto de determinações existenciais, em
particular quando perdem a dureza da obsessão e alçam a graça do destino bem
resolvido. E viram arte... Regis Machado Silva é um destes seres que se
singularizam por recriar o mundo em formas concretas. Concretas e perfeitas. Concretas,
perfeitas e combinadas. Semideus dos contornos exatos, é desses artistas que
perturbam a relação da autoria e produto, ambos se comunicam. Os contornos
usados em suas obras – não quadros ou pinturas – são elementares e até prosaicos,
mas de identificação apenas fácil na complexidade da aparência. Então, não se
pode dizer dele que é simplesmente “pintor”. Organizando elementos, dispondo
matéria em espaços volumétricos, e a cada vez mais tridimensionados, seus
trabalhos exigem esforços analíticos cartesianos, devedores da precisão e do
equilíbrio, mas também do desafio harmonioso. Da discrição também.
Paradoxalmente, o escândalo de seus produtos repousa no elementar.
A concisão dos objetos recompostos
por Regis, convocados para arranjos combinatórios de disfarçada ingenuidade, sugere
decisões exatas, inspiração de matemáticas imperceptíveis, poeticamente
científicas. Mas não é qualquer inventividade a dele. Não. E nem é fácil gostar
sem conhecer. Nada de amor à primeira
vista ou de assimilação espontânea. A pausa reflexiva se faz necessária. E
exige tempo. E imobilidade observatória... Árvore diversa de floresta variada,
sua opção é pelo palpável explicado no apuro do contorno obrigatório e bem
feito. Fugindo do minimalismo, ele apavora tanto o esboço como o rebuscado. Os
movimentos indicados também. Calma medida. Comedida, diria. E como é difícil
ser concretista tendo que se bastar na somatória da forma em estado bruto e na
economia das cores.
Quais materiais usados? Como
pensar a pureza do termo na síntese de poucas linhas? E o peso dos volumes em
combinações que exigem consonância e equilíbrio? Mais que tudo, como produzir
algo que concorra com o gosto domesticado que temos na aceitação vulgar de linhas
identificáveis e em abstrações sugestivas? O comprometimento com o bom gosto é
outro, exigente de apuro meditativo. Não basta olhar; não basta ver; não basta
admirar. A arte de Regis, regiamente exige conhecer a linha reta proposta pelo
Concretismo como Movimento. Paradoxalmente, não é difícil historiar o trajeto
dos concretistas, artistas de diversas áreas, despontados na Europa dos anos
que sucederam a Segunda Grande Guerra. Poetas reputados, como Vladimir
Mayakovsky, não mais aceitavam a palavra pela palavra ou por suas combinações
imediatas. Era preciso extrair ouro das entranhas vocabulares e a junção da
grafia com a sonoridade presumida com a forma, tornou-se matéria. Max Bill,
suíço alucinado por figuras geométricas foi pioneiro na proposta de uma “outra
arte”, revolucionando o mundo plástico. A música de Pierre Schaeffer também
motivou frases sonoras que fugiam das ondulações românticas.
Por certo no Brasil, em São
Paulo particularmente, os fluidos do Concretismo se impuseram apesar das críticas
severas. Era difícil para a percepção convencional entender, por exemplo, a
utilização de elementos gráficos que fundiam na forma conteúdo. Foi preciso uma
Revista “Noigrandes” fundada em 1952 para que nomes como Augusto de Campos,
Décio Pignatari, Haroldo de Campos, entre outros, produzissem se impondo como
“novos modernos”. Foi pela literatura, precisamente pelos versos, que a sintaxe
dos discursos permitiu a contração entre significados e significantes. Ramificações
gerais foram dando sentido ao Concretismo brasileiro e assim poetas da nova
geração como Paulo Leminski, Caetano Veloso, Gilberto Gil dimensionaram os
supostos do movimento para a cultura de massa. Então, pergunta-se, qual o papel
de Regis Machado neste voo? E aí as respostas se organizam como soma de atributos
também concretos. O moço nascido em Paraibuna, SP, não se deixou perder em
ângulos retos ou curvas perfeitas isoladas. Nem apenas em transversais
previsíveis ou cortes atrevidos. Regis foi mais longe. Separando formatos
dimensionais, na evolução de sua prática de cerca de 50 anos de arte, aprendeu recolocar
suas figuras inventando espaços avessos do vazio. E faz muito mais: sóbrio, dá
vida ao colorido puro; reinventa o equilíbrio e nos coloca num mundo com a
materialidade das exatidões. O relevo lhe é consequência. E agora ainda mais
ousado inventa movimentos e articula janelas e gavetas. A sugestão do ato de
abrir e fechar, de puxar e empurrar é irresistível. A interatividade da obra e
do observador o qualifica como agente participante constante de um objeto que
dialoga com a mudança do status da obra. Vivamos nele a concretude artística de
nosso tempo. Salve Regis...
REFILWE MODISELLE
Modelo negra albina afirma que já foi chamada de "macaco fantasma"
A jovem Refilwe Modiselle, ou Fifi, como gosta de ser chamada é a primeira modelo albina a desfilar pela África do Sul. Ela é nascida de uma família de pele negra e seus traços herdados de seus pais contrastam com sua pele alva.
A aparência exótica de Fifi fez com que ela fosse chamada aos 13 anos para estrelar um editorial de moda de cinco páginas da "Y! Magazine", em 1999. A mistura e suas características lhe rendeu uma carreira de modelo e um dilema: "Sou uma negra sob uma pele branca, onde me encaixo?", questiona a modelo.
Fifi sempre precisou tomar cuidados especiais como por exemplo, tinha que sentar na carteira da frente, pois tinha problemas de visão, levava mais tempo em tarefas que possuísse desenhos, não podia praticar esporte ao ar livre para não se expor ao sol, pois tem pouca ou nenhuma pigmentação na cútis, fios de cabelo e olhos e por isso é mais sensível aos raios solares.
Ela foi descoberta internacionalmente em 2005, quando desfilou na South Africa Fashion Week para o estilista David Tlale. Hoje com 16 anos de carreira, a sul-africana explica que toda a experiência de ser uma albina no mercado da moda é difícil.
"Não me encaixo no contexto tradicional de uma modelo, então eu ouvia que era feia, rosa, que era um macaco fantasma", enumera. "Eu ainda passo por isso, mas sempre sigo em frente".
A modelo fala que mesmo com as críticas ela nunca deixou de gostar dos holofotes, ela disse que aposta na carreira e apresentadora e pretende se arriscar ainda como atriz.
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terça-feira, 28 de julho de 2015
MADRI
Férias do meio do ano e aproveitei pra conhecer mais um bocadinho deste nosso lindo mundo velho sem porteira (tem sim, mas finjamos acreditar no dito).
Comecei pela escaldante Madri, que não recomendo a albinos em julho! A cidade é linda, acessível, tem metrô e ônibus pra todo lado com boa sinalização, inclusive auditiva anunciando estações, mas a temperatura machuca: 40 graus não são bolinho. À noite melhora, mas se você pode evitar esta época, aconselho com força. Caso sua profissão, como a minha, só lhe possibilite férias no inverno ou verão, leve muito protetor solar, guarda-sol e óculos escuros (Madri resplandece de tão clara)
Museo do Prado pra ver coisas mais clássicas; Reina Sofia pra ver os Modernistas; passear pelos ambientes radicalmente distintos da cidade velha e da nova; comer tapas no mercadão em Chueca (bairro outrora decadente, mas revitalizado pela comunidade gay e agora badalado por todos - e Deus não castiga a Espanha por isso!), são apenas algumas poucas coisas a se ver/fazer na capital espanhola. Se você for depois das 18:00, dá pra entrar na faixa nos museus; se ficar de olho nos cartazes pela rua, poderá comer paella e excelentes pratos com frutos de mar bem baratinho; se entrar num supermercado ou nalgum El Corte Inglés (faça, faça, faça!) encontrará comida pronta bem barato também.
BEISEBOL EXCLUDENTE
Dirigente do beisebol pode ser demitido porque ajudou criança albina que não conseguia ver bola branca
Tudo porque ele tentou ajudar um garoto que sofre de uma condição peculiar ao validar algo que já vinha sendo executado por muito tempo, mas acabou proibido de forma bizarra pelo órgão nacional.
Isso acontece porque o garoto Ryan Huizdos, de 13 anos, é albino e tem dificuldades para enxergar uma bola branca. Então sempre que ele ia ao bastão em Michigan, o arremessador pegava uma bola amarela, o que deixava Huizdos em uma condição de igualdade com os outros rebatedores.
O time de Ryan foi convidado para jogar o torneio nacional e o órgão que rege as little leagues não permitiu que a mudança de bola acontecesse, já que eles não tinham um equipamento amarelo aprovado para usar.
Os pais do garoto e o time, o Grosse Point Woods, fizeram um pedido formal ao órgão para tentar permitir que Ryan jogasse com a bola amarela, mas não receberam resposta até hoje, mesmo após o final da participação da equipe no torneio.
Ryan tentou jogar mesmo assim e, graças a um oficial local, pode usar a bola amarela. Só que isso acarretou em uma ordem extrema da direção nacional da little league.
“Ele disse ‘Eu provavelmente perderei meu emprego por causa disso, mas eu quero que seu filho possa usar a bola amarela’”, disse a mãe de Ryan, Kelly. “E depois ele nos disse que tinham pedido a sua demissão porque ele tinha passado por cima das ordens superiores e deu permissão ao meu filho”.
Dava para tentar achar uma solução que pudesse ser boa a todos ao invés de simplesmente colocar a regra arbitrariamente. Que isso possa mudar em breve para que crianças como Ryan continuem disputando o esporte.
TELINHA QUENTE 170
Roberto Rillo Bíscaro
No sábado em que vi os 4 capítulos da minissérie Safe
House, exibida em abril pela ITV, as características do Nordic Noir não me
saiam da cabeça, especialmente nas longas tomadas de natureza gelada e escura
do último capítulo. Temendo que os leitores fizessem campanha pra minha
internação compulsória devido à obsessão pelo sub-gênero, chequei a equipe de
produção, coisa que raramente faço. Não deu outra: o diretor Marc Evans dirigiu
um episódio de Hinterland, que a própria imprensa britânica
classificou como Celtic Noir, filho legítimo do Nordic.
Ambientada no Distrito dos Lagos no norte inglês, Safe
House abusa dos cenários de região remota, estreitas estradas desertas,
floresta, céus cinzentos e plúmbeas águas geladas, onde o protagonista nada
compulsivamente (brrrrrr!). Todo mundo com muita roupa de frio e sorrindo
pouco; segredos existenciais e familiares que podem descambar pra generosa
violência. E temos um British Noir? Anunciada como a nova Broadchurch, Safe House está tão longe disso, quanto minha Penápolis está de Copenhague.
Um casal inter-racial está refugiado numa isolada e
enorme casa, porque Robert recupera-se emocionalmente duma fatalidade ocorrida
em sua profissão de detetive (adoro como detetive de filme/série tem grana pra
casas espetaculares); ele não conseguiu proteger uma testemunha que deporia
contra o maridão corrupto. O trauma causou-lhe amnésia parcial, por isso vive
macambúzio e é protagonista ideal pra cópia de Nordic Noir. Um
inspetor-detetive amigo sugere que o casal transforme sua residência em safe house, casa onde protegidos pela
polícia se refugiam. Não demora pra que uma família cujo filhinho está sendo
perseguido por um barbudo estranho se instale no sombrio e remoto casarão.
Safe House trabalha com 2
linhas narrativas: a da família e a de Robert, à qual se soma a suspeita ligação
de sua esposa com o inspetor-detetive. As reviravoltas e revelações, as boas
interpretações e a cinematografia garantem a boa qualidade dos 3 capítulos. O
4º é visualmente lindo, mas as conclusões pra ambas as tramas são
insatisfatórias e não me lembro quando uma revelação tenha sido menos
sensibilizadora do que a da relação entre o tal inspetor com uma das
personagens. A sensação é de que a história ainda não terminou.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
ZOOFILIA COM EQUIDNA
Equidna albina rara perdida é devolvida a... por xentamo773
Se não conseguiu assistir ao vídeo, acesse o endereço:
http://www.dailymotion.com/video/x2vokzd
CAIXA DE MÚSICA 176
Roberto Rillo Bíscaro
Ano passado, o guitarrista Chris Walla tocou ao vivo
pela última vez com seu grupo de 17 anos, o Death Cab for Cutie (DCFC). Ben
Gibbard (vocais, guitarra, teclado), inventor da banda, diz que Walla continua
envolvido no coletivo em diversos aspectos, apenas não tocará com eles. Seja
como for, a ideia de rompimento e separação permeia Kintsugi, oitavo álbum do
DCFC, lançado no derradeiro dia de março.
Kintsugi é uma técnica
japonesa de reparo em cerâmica, que, ao invés de tentar esconder os estragos, filosoficamente
encara-os como partes da história do objeto. Utilizando ouro ou outro metal em
pó, o conserto passa a fazer parte do visual da cerâmica ao invés de ser
camuflado. Veja a foto:
Hold Guns e sua quase nudez instrumental refletem essa
arte japa. A melodia é tão esparsa e suave, que dá pra ver o compositor
sentadinho dedilhando/compondo em seu violão.
Embora se repetindo a ponto de por momentos parecer
autoparódia e de o material não ter a força de trabalhos anteriores, Kintsugi é
agradável.
No Room in Frame abre como o infelizmente obscuro James
pra virar meio Everybody Wants to Rule the World, das Tias Fofinhas, digo,
Tears for Fears. Sem ser cópia oitentista, o álbum exala nostalgia devido ao
clima intimista de muitas faixas, mas também porque o indie rock do DCFC é
manso e aponta pro passado de vez em quando. A guitarra de Robert Smith não
está referenciada apenas no óbvio agito meio amuado de The Ghosts of Beverly
Drive. Momentos da reflexiva Black Sun também tem guitarras à The Cure. E a
percussão de Everything’s a Ceiling que lembra Prince ou o Phil Collins de Take
Me Home?
As 11 faixas de Kintsugi são bastante homogêneas,
sempre com um travo de melancolia, mesmo em momentos mais dançantes como El
Dorado. O tom confessional continua imperando como na assombrante You’ve
Haunted Me All My Life e na elegíaca Binary Sea (if there is no document, we
cannot build a monument...”). Gibbard tá meio passadinho pra cantar alguns
versos, como o refrão de Little Wanderer ou Ingenué, mas dá pra perdoar.
Uma coisa me pegou de
supetão, nem terminara de ouvir Kintsugi. O termo indie rock surgiu nos 80’s
pra denominar bandas que, como os Smiths, corriam por fora do synthpop dominante ou que faziam algo
distinto do mainstream Elton John.
Uma publicação brasileira ao comentar o fabuloso e revolucionário Psychocandy
(1985) disse que papai escutava o bolachão de Elton John, enquanto o Júnior não
parava de rodar o disco do The Jesus and Mary Chain. Será que agora os filhos
de muitos júniores não escutam o indie
careta do DCFC junto com o papai? Nada contra música careta – sou respeitável
senhor de meia idade – mas a modalidade de indie
do DCFC é tão quadrada comparada à dos “inventores” do sub-sub-gênero!
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