Há suspeita de “caça” a albinos em Nampula
TRÊS casos de desaparecimento de cidadãos albinos na província de Nampula levaram a Polícia a lançar um alerta para a existência de uma possível rede de “caça” a indivíduos com aquela pigmentação para fins de bruxaria.
Segundo o comandante provincial da PRM em Nampula, Abel Nuro, que prestou esta informação por ocasião da visita de Jaime Basílio Monteiro, Ministro do Interior, dos três albinos raptados por indivíduos que se suspeita pertencerem a rede de tráfico de seres humanos para a extracção de órgãos, dois já foram resgatados pela corporação, continuando um dado como desaparecido.
O comandante da corporação em Nampula explicou que, tomada a ocorrência nos limiares do ano, as autoridades desencadearam uma perseguição aos malfeitores. Vendo-se sitiados acabaram soltando dois albinos, mantendo consigo o terceiro em parte incerta. Os raptos aconteceram em ocasiões distintas, suspeitando-se que elementos da rede estejam por detrás do fenómeno.
O albino desaparecido foi identificado pela Polícia como Basílio Abacar, de 20 anos, que terá sido levado da sua residência na localidade de Nataleia, no distrito de Malema, por dois indivíduos ainda a monte. Os suspeitos são nomeadamente Horácio Carolino e Feliciano Sebastião, que dias antes do desaparecimento do jovem terão manifestado, perante familiares deste, que estavam à procura de um albino para fins não revelados.
Das investigáveis feitas a Polícia teve indícios da existência de uma rede de captura de albinos a operar em Nampula envolvendo cidadãos dos Grandes Lagos, incluindo da Tanzania. O envolvimento de estrangeiros tem a ver com o facto de nos seus países cidadãos albinos serem alvo de uma “caça” sem precedentes para fins de bruxaria.
“Ainda estamos a trabalhar neste assunto, mas tudo leva a crer que os nossos concidadãos albinos estejam a ser alvo de grupos criminosos para fins supersticiosos. Como sabemos, há países que tiveram de adoptar leis pesadas para travar o ataque e assassinato de cidadãos portadores de albinismo. A nossa província acolhe muitos estrangeiros de países em que esta prática está enraizada. Contudo, estamos a trabalhar para que o fenómeno pare e, acima de tudo, consigamos trazer o jovem desaparecido ao convívio familiar”, apontou o comandante.
Abel Nuro considerou, por outro lado, de grave e preocupante uma outra prática que se regista em Nampula, que é a profanação de túmulos para a retirada de ossada humana. Desde finais do ano passado a esta parte registou-se a violação de cinco túmulos, de onde foi retirada ossada, também para fins obscurantistas.
Tal como no primeiro caso de “caça” aos albinos, Nuro suspeita haver conivência de cidadãos dos Grandes Lagos. Ao que explicou, alguns destes episódios podem estar a ser desenhados e coordenados a partir do centro de refugiados de Marratane, o que ficará esclarecido pelas investigações em curso.
HÉLIO FILIMONE
O comandante da corporação em Nampula explicou que, tomada a ocorrência nos limiares do ano, as autoridades desencadearam uma perseguição aos malfeitores. Vendo-se sitiados acabaram soltando dois albinos, mantendo consigo o terceiro em parte incerta. Os raptos aconteceram em ocasiões distintas, suspeitando-se que elementos da rede estejam por detrás do fenómeno.
O albino desaparecido foi identificado pela Polícia como Basílio Abacar, de 20 anos, que terá sido levado da sua residência na localidade de Nataleia, no distrito de Malema, por dois indivíduos ainda a monte. Os suspeitos são nomeadamente Horácio Carolino e Feliciano Sebastião, que dias antes do desaparecimento do jovem terão manifestado, perante familiares deste, que estavam à procura de um albino para fins não revelados.
Abel Nuro considerou, por outro lado, de grave e preocupante uma outra prática que se regista em Nampula, que é a profanação de túmulos para a retirada de ossada humana. Desde finais do ano passado a esta parte registou-se a violação de cinco túmulos, de onde foi retirada ossada, também para fins obscurantistas.
Tal como no primeiro caso de “caça” aos albinos, Nuro suspeita haver conivência de cidadãos dos Grandes Lagos. Ao que explicou, alguns destes episódios podem estar a ser desenhados e coordenados a partir do centro de refugiados de Marratane, o que ficará esclarecido pelas investigações em curso.
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