terça-feira, 11 de agosto de 2015

TELINHA QUENTE 172

Roberto Rillo Bíscaro

No final dos anos 70, a imprensa sensacionalista britânica divulgou suposto caso de ataque fantasma a uma família suburbana na Grande Londres. O caso ficou conhecido como The Enfield Poltergeist e até hoje há quem jure que muito não passou de armação de 2 adolescentes. Em maio, o Sky Living exibiu produção própria de 3 capítulos sobre o caso. Pra fãs de TV inglesa é ótimo notar que o canal começa a oferecer programas seus, de qualidade, pra somar às consagradas produções da BBC e da ITV.
The Enfield Haunting foi dirigida por Kristoffer Nyholm, de Forbrydelsen (o que tenho afirmado sobre Nordic Noir ser tendência?) e não deixa a tradição britânica de boas histórias de assombração arrefecer. Mesmo que seja contada por um danês, mas isso é detalhe.
2 adolescentes, cujo pai se mandara recentemente e agora vivem apenas com a mãe que se desdobra pra dar conta do recado, começam a relatar apavoradas, fenômenos inexplicáveis e logo percebemos que o foco é a mais nova, Janet (Eleanor Worthington Cox, prestemos atenção a essa atriz de 13 anos que já faturou até prêmio no prestigioso West End londrino). Cômodas arrasando-se sozinhas, aparições no espelho e vozes distorcidas de capeta passam a fazer parte do cotidiano da casa simples, o que torna o horror mais intenso, porque pode acontecer a qualquer de nós e não apenas em góticas casas enormes.
2 investigadores de casos paranormais entram em cena: um cético; outro, pronto a acreditar, até porque Janet era o nome de sua filha morta num acidente de moto. Mas, isso não comprometeria a pretensa “imparcialidade” que deveria ser mantida? Será que o angínico senhor destruído pelo passamento da filha não seria o imã pro poltergeist? Ou seria a fragilidade emocional da família Hodgson a facilitadora pro ataque da legião do mal?
Qualquer que seja a resposta – assista e descubra! – The Enfield Haunting diverte e assusta com cortinas tentando estrangular, gente sendo atirada contra o teto, meninas sacudindo de camisolinha na cama (ah, esse fetiche exorcista desses demônios pedófilos, viu!), blasfémias e inúmeras menções a Brasil, porque um dos investigadores recentemente estivera no estado de São Paulo estudando um caso. Ele até cita o nome da cidade, mas esqueci.  
 O durante é muito melhor que a conclusão, mas The Enfield Haunting pode se sair com a desculpa de que foi baseado em fatos. Isto posto, basta apagar a luz e arrepiar-se com essa competente minissérie.

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