Roberto Rillo Bíscaro
Dobradinha de novo; desta vez a união entre os álbuns é
sua ligação com a Melhor Década.
Em 2013, da Inglaterra veio o single Something About You,
dum Dornik, faixa downtempo de neo soul meio esfumaçada. Depois vieiram
Drive com guitarrinha suingada e produção a la acid jazz de início dos anos 90 e Stand In Your Line, com seus mais
de 6 minutos de eletrosoul. Silêncio
até mês passado, quando saiu álbum de estreia homônimo, com 10 faixas, sendo
que as 3 canções já lançadas constam no trabalho.
Dornik abre com Strong, que tocaria em todas as aulas de
aeróbica da primeira metade dos anos 80, que é de onde saiu – assim como boa
parte do álbum. Percussão de Prince fase-1999 e, sobretudo, aquela voz
influenciada pelos maneirismos e timbres de Michael Jackson. O fantasma do Rei do Pop assombra Dornik – álbum e artista – pro bem e pro mal. Wacko Jacko era
genial, mas depois dalgumas faixas ouvindo quase imitação de alguns de seus tiques,
pode dar vontade de tocar o original. Por mais que Shadow seja sombra de Human
Nature, a sétima faixa de Thriller é superior demais pra Dornik ficar aguçando
nosso desejo de ouvir Sua Trágica/Mágica Majestade. Em sua maior parte,
Dornik-álbum é eletrosoul downtempo agradável de se ouvir, mas
meio indistinto um do outro, exceto pela deliciosa Chain Smoke, que parece
gravada no 1985 de nossa memória.
Como primeiro álbum, Dornik está bastante bom: compraz,
entretém e oferece agradáveis jams
com voz gostosa. Mas, o meninão tem que tratar de burilar identidade mais
forte, senão se perderá nas areias do tempo como Rockwell.
Há um punhado de canções nesta playlist:
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