terça-feira, 13 de outubro de 2015

OUTRA HISTÓRIA DE BARBÁRIE

Adolescente Albina é Atacada e Tem Partes “Mágicas” de Seu Corpo Arrancadas
Bibiana Mashamba fue atacada hace seis años por gente que quería sus huesos. (Crédito: CNN)
(Tradução: Roberto Rillo Bíscaro)

Bibiana Mashamba gota de dançar, correr e pular... coisas que qualquer adolescente saudável gosta. Entretanto, aos 16 anos, tudo isso passou para segundo plano, enquanto luta para seguir adiante após um ataque impiedoso, que quase tirou-lhe a vida.
“Às 11 da noite, ladrões entraram no quarto”, contou Mashamba, recordando o dia terrível, há 6 anos, perto da cidade de Mwanza, em seu país natal, a Tanzânia. Os larápios queriam algo muito mais valioso do que joias ou eletrônicos. Queriam os ossos da adolescente nascida com albinismo.  
Partes de corpos albinos são muito procuradas em alguns países africanos, onde alguns creem erroneamente que elas trazem riqueza e boa sorte. Os agressores cortam-lhes as extremidades, extraem-lhes órgãos e os vendem a feiticeiros. No caso de Mashamba, conseguiram o queriam. Cortaram sua perna direita, dois dedos e tentaram decepar a perna esquerda, mas evadiram-se antes de chegar ao osso.
Dopada Antes do Ataque
Mashamba contou que no começo não entendeu o que se passava. Quem quer que a atacou, drogara-a enquanto dormia. No quarto também estavam sua irmã e prima, a qual acordou a tempo de ver o sangue e os ladrões. Ela gritou e os adultos vieram.
“Fiquei 10 meses no hospital”, conta Mashamba, mostrando seu largo sorriso pela primeira vez durante a entrevista. “Doeu demais.”
Obra do Diabo
A adolescente pode não saber quem a atacou, mas sabe o porquê. Ela foi caçada e picotada devido a cor de sua pele, branca e rígida, além de seu cabelo loiro, que atraem o pior tipo de atenção em seu país. A crença, propagada pelos bruxos, de que os ossos das pessoas com albinismo são mágicos e trazem riqueza, propagou-se pela África Oriental.
“Esses feiticeiros são mentirosos”, reclama ela. “Como alguém poderia enriquecer com meus ossos? Não sou rica e tenho esses ossos! Isso é obra do diabo”.
Nos Estados Unidos, aproximadamente uma em cada 20.000 pessoas tem algum tipo de albinismo. Em alguns países da África Oriental, todavia, como a Tanzânia, o número pode reduzir para 1.500.
Incrivelmente Impiedosos
O Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos afirma que neste ano as pessoas com albinismo sofreram aumento de ataques violentos na África Oriental. “Esses ataques frequentemente são incrivelmente impiedosos, diz Zeid Ra'ad Al Hussein em um comunicado. “Por isso, muitas pessoas com albinismo vivem com muito medo. Alguns já não se atrevem a siar na rua e as crianças com albinismo deixaram de frequentar a escola, devido à recente onda de ataques, assassinatos e sequestros".
Mashamba e sua irmã, Tindi, sabem disso por experiência própria. Durante toda a vida, têm suportado gracejos por serem albinas. Elas viviam com um casal de tios, que as alojaram depois que seus pais faleceram. Mas, depois de receberem alta do hospital, decidiram que não era seguro voltar para casa. “Se voltar a minha aldeia, talvez me matem”, desabafa Mashamba.
O político tanzaniano Al-Shymaa Kway-Geer conheceu a história e as acolheu. O primeiro albino a ocupar um cargo no país converteu-se em seu novo cuidador.
Prótese Arcaica
Emobra Mashamba tenha lugar seguro para viver em Dar es Salaam, sua vida estava longe de ser o que havia sonhado. A prótese que lhe deram era defasada. Era impossível dançar, pular e correr. Até andar à escola tornara-se doloroso. Às vezes, ela tropeçava e caia quando tinha que subir em algo. Mesmo assim, ela queria estudar. “Adoro matemática, ciências e inglês. Gosto muito de História. Amo tudo”.
Aos 16 anos teve outra surpresa que lhe mudaria a vida.
Intervenção de Estranhos  
African Millennium Foundation, dirigida por Malena Ruth, financiou uma viagem das irmãs aos EUA, para que Mashamba pudesse receber melhores cuidados e a ais recente tecnologia para amputados.
“Ela me ensinou muito. Ensinou o que é coragem e dignidade” emociona-se Ruth, que se tornou guardiã das meninas enquanto Mashamba recebe fisioterapia para se adaptar à nova prótese que recebeu do Instituto Ortopédico para Crianças, em Los Angeles. “Foi uma tragédia horrível, pela qual nenhuma criança deveria passar”.
O Dr. Anthony Scaduto, que atende no Instituto, complementa: “desgraçadamente, essa tragédia estendeu-se muito além daquela noite horrível, já que algumas pessoas realmente queriam ajudá-la, mas não dispunham dos cuidados coordenados de que ela necessitava.”
Com sua prótese moderna e fisioterapia, Mashamba pode desfrutar de algumas das liberdades físicas ansiadas.
As irmãs estão decididas a usar seu trauma para construir seu futuro. “Quero ser médica para curar os ossos de outras crianças”, sorri Mashamba.
Tindi, que abomina o sofrimento pelo qual sua irmã passou, tem outros planos: “Quero ser juíza no meu país, para poder castigar as pessoas que machuquem outras.”

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