Roberto Rillo Bíscaro
Angie Stone rala desde o final dos anos 70, sendo uma
das precursoras dos grupos femininos de rap. Seu trio The Sequence teve 2
canções de sucesso em 1980, pelas quais jamais recebeu pataca, porque era menor
e não podia assinar contrato. Dissolvido o grupo, Stone trabalhou com o
Mantronix e Lenny Kravitz.
O primeiro solo veio só em 1999, quando Angie era quase
40tona. Desde então, ela lança álbuns regularmente e estendeu sua carreira ao
cine e TV. Nos últimos meses, tabloides e TMZ pareciam sua segunda casa:
rompimento com namorado, saída tretada de reality
show (K Michelle, Tamar Braxton, há diva negra ianque que não esteja em reality?) e pau doméstico nervoso com a
filha, que resultou na última perdendo 2 dentes, depois que mami golpeou-a na
boca com barra de ferro. Tenso!
Semana passada, porém, as
atenções se voltaram pro que a norte-americana sabe fazer melhor: saiu Dream, seu
sétimo álbum-solo.
Pela primeira vez solteira quando compõe um trabalho,
Dream reflete esse momento pós-qeubradeira geral abordando temas que vão da
busca pela diversão, admissão de que é uma caça-rolo, conselhos de irmã mais
velha e broncas dirigidas ao ex-companheiro.
Dollar Bill abre o “Sonho” em alegre clima electrofunk com palminha e tudo, como o
Tuxedo fizera há alguns meses. Clothes Don’t Make a Man e Didn’t Break Me
remetem a 2 aspectos distintos da sonoridade da pop black music dos meados dos 60’s; Magnet e Dream são luxuosas baladas
Neo Soul; 2 Bad Habits alicerça-se no doo wop e Philly Soul; Quits tem gosto de
Motown e Think It Over é soul deslizante. Apesar de algumas faixas terem bases
retrô, a produção se incumbe de não deixá-las datadas, devido à aproximação com
o pop.
Angie Stone faz parte do time de divas negras que
talvez até pudesse gritar, mas escolhe não fazê-lo, como Maysa Leak, embora o
estilo não seja o mesmo da canora baltimoreana. Sua voz 50tona está um
deslumbre, passeando pelos líquidos arranjos e harmonias de cristal de Dream.
Essa coleção de 10 delícias
Neo Soul com tempero pop retrô, de vez em quando, deveria ser ouvido por
qualquer amante de música negra ianque.
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