A TRISTE VIDA DOS ALBINOS DA TANZÂNIA
A Tanzânia é o país que tem mais albinos em todo o mundo. Ali, as pessoas portadoras deste problema de pele são bastante discriminadas.
Estima-se que em todo o mundo existam entre uma entre 17 mil e uma em 20 mil pessoas que sejam albinas. A Tanzânia é o país que detém um maior número (não existem números oficiais, mas crê-se que existam cerca de 16 mil albinos, o que significa que é 0,04% da população). Naquele país africano eles não são bem vistos. Muitos são agredidos, são raptados, têm dificuldades em encontrar emprego, sendo também frequente serem sacrificados em rituais. Na perspetiva deinfluentes empresários da Tanzânia, de alguns pescadores e de mineiros, o sangue daquelas pessoas atrai fortuna e sorte.
De acordo com os dados oficiais das forças de segurança daquele país, desde 2000, nas regiões dos Grandes Lagos, foram assassinados 76 albinos e houve 100 agredidos. Vale a pena frisar: estes são apenas os números conhecidos e poderão existir muito mais vítimas!
Segundo a revista Além Mar, na Tanzânia "chamam-lhes habitualmente Zeruzeru (fantasma), dili (oferta) e mzengu (europeu, pessoa de pele branca). Termos ofensivos, testemunho directo do estigma e da discriminação directa de que são vítimas".
Infelizmente, este problema social é já muito antigo. Em meios rurais e urbanos na Tanzânia várias pessoas mostram constantemente a sua revolta contra os albinos. Emtempos não muito distantes, em aldeias na zona de Kilolo, muitos habitantes acreditavam que uma criança nascia albina como punição dos pecados de um dos familiares. Este era um castigo enviado por Deus ou por algum antepassado.
Atualmente, muitas pessoas acreditam que a culpa do albinismo é da mãe. Este problema só surge porque ela olha para outros albinos ou come alimentos que foram por eles confecionados. Uma mulher que dê à luz um albino é, ainda nos nossos dias, considerada não só pela comunidade, mas como também muitas vezes pelo próprio marido, como frágil.
Um albino adulto sofre também em termos profissionais. Embora tenha maiores chances de encontrar emprego no meio urbano, corre sempre o risco de lidar com empresas preconceituosas. Nessas situações, é comum que as instituições utilizarem um ridículo argumento: os albinos não reúnem as capacidades psicológicas suficientes para concretizar qualquer tarefa.
As medidas de combate ao flagelo
Nos últimos anos têm sido tomadas várias atitudes de forma a tentar terminar com o sofrimento dos albinos. A internet tem sido um meio muito importante para alertar o mundo sobre estes trágicos acontecimentos ocorridos na Tanzânia.
Várias organizações tentam criar condições para o bem-estar dos albinos e tentam chamar a atenção do mundo através de várias campanhas. O Exército de Salvação e uma organização canadiana (A Under The Same Sun) possibilitam bolsas de estudo a muitos alunos com albinismo na Tanzânia. Instituições cristãs e muçulmanas oferecem vários medicamentos e cremes solares aos albinos, existindo até mesmo, para casos mais graves, a possibilidade de os albinos serem submetidos a tratamentos para o cancro de pele.
Quem também está a agir (desde 2008) é o Governo da Tanzânia, que tem recebido constantes apelos para tomar uma posição. Já foram atualizados os registos de curandeiros tradicionais do país e este ano foram condenadas à morte quatro pessoas pelo assassinato de uma rapariga albina.
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