Roberto Rillo Bíscaro
41 minutos que passam rápido demais descrevem a
experiência de ouvir Vivid, terceiro álbum da norte-americana Vivian Green,
lançado em agosto pelo pequeno selo Make Noise. Num planeta ideal, as 13 faixas
teriam escalado boas posições nas paradas, mas o mundo sendo como é, a
colocação mais alta que sei é um décimo na parada R’n’B da Billboard. Malgrado
a falta de reconhecimento mais amplo, lamentada por resenhistas, Green canta
que pode não ser a garota mais famosa do mundo, mas é feliz e grata pelas
bênçãos recebidas, na inspiradora e autobiográfica Count Your Blessings.
Na verdade, 3 das faixas são interlúdios – não sei porque
raios tantas divas negras ano passado puseram essas perdas de tempo nos álbuns.
O de abertura, Jordan’s Intro, pelo menos tem valor sentimental, porque tem
participação de seu filho Jordan Green, que tem necessidades específicas e pelo
qual interrompeu a carreira por 3 anos.
O negócio pega fogo mesmo a partir da faixa terceira.
Vivid tem baladas certeiras, como I’m Not Broken, o arrasante dueto All I Want
Is You, Disrespectful, com seus violões hispânicos e Just Like Fools, com sua
inflexão de spiritual.
Pra dançar, há o disco
de Work; o eletrofunk de Get It Right Back; a volta aos girl groups dos anos
60, da super-Supremes 123 e o inquieto baixo do disco funk Leave It All Behind. A saideira Outro só reforça minha
impaciência com interlúdios: como desperdiçar um groove eletrofunk à Shalamar
daqueles, com falação e apenas alguns segundos?
Mas, os interlúdios não estragam Vivid, não se preocupem
e ouçam com fé no Youtube:
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