Roberto Rillo
Bíscaro
Por causa d’O Sexto Sentido, o diretor, roteirista e produtor
M. Night Shyamalan foi adulado a ponto de ser chamado de o próximo Spielberg.
Há anos amargando fracassos de público e/ou crítica, já sabemos que ele não
superará o diretor de ET, mas, ano passado, tentou voltar ao topo com A Visita,
que agradou alguns e rendeu certa grana, embora a produção tenha sido indigente
se comparada ao orçamento que Shyamalan acostumara-se a trabalhar com.
2 irmãos vão passar uma semana na fazendola nevada (por
quê no último dia da visita, a paisagem parece de outono e não de inverno;
alguém me explica onde foi parar toda aquela neve?) dos avós, os quais jamais viram nem em foto,
porque a mãe não se dava com eles. No começo tudo OK, mas aos poucos um quadro
de demência/senilidade desenha-se e não é só em um dos idosos.
The Visit não funciona de todo, porque boa parte da
película não é interessante nem pra construir suspense. Porém, quando o trem
começa a descarrilar, Shyamalan mostra que ainda possui algumas cartas na
manga. Embora alguns revisores tenham sido bondosos, não esqueçamos que prum cara
como esse, A Visita não representa volta pra cima. O filme tem seus momentos
tensos e realmente cresce, mas é digno
de realizador menos tarimbado.
Toda a história é filmada pelas câmeras do casal de
irmãos, porque a garota tencionava fazer um documentário sobre o imbróglio da
mãe com os avós e o reencontro. Mas, não é um found footage film. Becca estava fazendo seu documentário e
dominava rudimentos de narração cinematográfica, daí a presença de fades e bons enquadramentos. Tem até
entrevista com a mãe, depois do ocorrido. Como falar em imagens achadas blá,
blá, blá? Essa “problematização” do sub-gênero até me chamou a atenção em A
Visita.
Também estão ótimas algumas atuações, especialmente a
da avó, e a reviravolta na trama é legal. Pé no saco mesmo é aquele menininho
fazendo rap ruim. Quase torci pros avós.
Dá pra ver de boa, mas não
espere nada demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário