Roberto Rillo Bíscaro
Há alguns anos, enquanto via o filme O Primeiro Que
Disse, do diretor turco radicado na Itália, Ferzan Ozpetek, apaixonei-me pela
canção 50mila, que mistura ferveção e melodrama num charme pop meio retrô, bem
na tradição do pop italiano, uma vez muito popular em nossas rádios nos idos
sess/setentistas.
A intérprete é Nina Zilli, que compôs o nome artístico
com o sobrenome materno e o nome da cantora favorita: a norte-americana Nina
Simone. Essa última escolha é pista importante pra sacar o álbum de estreia,
Sempre Lontano (2010), confeito influenciado por pop italiano, jamaicano e
ianque na trilha possibilitada pelo estrondoso sucesso da salada vintage da trágica Amy Winehouse. Há um
single de Zilli no qual o cabelão parece o bolo de Wino e Il Paradiso, do álbum
de estreia tem percussão Motown, mas oh oh oh fortão, da inglesa. Amy para
sempre!
O aspecto mais gritante da verve de revisão passadista de
Sempre Lontano é a regravação de You Can’t Hurry Love, clássico negro
sessentista. A canção das Supremes veio em italiano, rebatizada de L’amore
Verrai, mas está mais na linha da cover de Phil Collins, de 1982, do que do
original. Uma delícia.
Sempre Lontano tem rockinhos tchap tchura
superbem-comportados de bailinho como C’era Una Volta e Tutto Bene e reggae em
italiano (Penelope) e inglês (No Pressure). E pra quem ama exagero luxuosamente
orquestrado, a lenta L’uomo Che Amava Le Donne dará ganas de agarrar um
microfone e se imaginar diva puro drama.
Zilli lançou outros 2 álbuns, mas decidi comentar sobre
aquele que me introduziu seu trabalho; o resto é com vocês.
adoro isto.aaaa adoro italia as musicas as mulheres aaa
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