quinta-feira, 24 de março de 2016

TELONA QUENTE 151

Roberto Rillo Bíscaro

Parece que é amanhã a estreia mundial do aguardado Superman x Batman. Semana passada, abordei a primeira aparição do Homem-Morcego nas telonas no serial Batman. Na véspera do frenesi heroico, voltemos a 1949, pra segunda vinda de Batman aos cines, em outro serial: Batman and Robin. Com shortinho mínimo, o Menino-Prodígio ainda andava a tiracolo e ninguém suspeitava de pedofilia.
Vencida a Segunda Guerra, Batman enfrenta inimigo interno e não mais um estrangeiro, como em 43. O Wizard apodera-se dum controle remoto universal, capaz de comandar até humanos (embora isso jamais seja mostrado). Como a engenhoca é alimentada por diamantes, ele e seus asseclas têm que se esforçar pra conseguir as preciosidades. Os 15 capítulos em branco e preto são a) sobre as tentativas da Dupla Dinâmica em reaver o controle, b) sobre o vilão tentando conseguir diamantes e/ou destruir Batman e Robin.
Mesmo com orçamento risível, há ideias legais como um esconderijo numa ilha acessível apenas via submarino, maquinas de hipnose ou zumbificação e até de invisibilidade. No fundo, Batman e Robin são novamente 2 sujeitos de collant, com capas mais atrapalhando que beneficiando a movimentação e a máscara do Batman parece ter um bico mais apropriado ao vilão Pinguim.
Mas, como resistir ao charme dum Bat-sinal que reluz mesmo durante o dia?   Sem ter cinto de utilidades, de onde ele tira um maçarico e-nor-me pra escapar duma sala gaseificada? Mesmo que portasse o cinturão, onde enfiara um objeto daquele tamanho? (mente suja, caro leitor, que vergonha pensar isso!)
Nessa versão já há o Comissário Gordon e a imagem de Alfred continua a de senhor magro e distinto, que de vez em quando serve de alívio cômico. Ele não mais dirige os super-heróis pra cá e pra lá, mas Bruce Wayne/Batman usam o mesmo carro. Grande modo de manter identidade secreta! Numa cena a namorada fotógrafa de Wayne (Superman tinha a Lois Lane, então...) vê Batman com o carro, este mente dizendo que Wayne emprestara, ela chega a comentar que se o milionário não fosse tão indolente, poderia ser Batman e fica por isso mesmo. Ela não reconhece a voz, queixo e nem o fato de Batman andar com o baixinho Robin o tempo todo, o mesmo que Bruce faz com seu pupilo. Adogo!
O Wizard passa a maior parte do serial em seu esconderijo secreto. Se está só, porque usa capona e máscara?
Não assisto a serials só pra achar defeito e escrever resenhas paternalistas do tipo “olha como eram ingênuos outrora”. Essas superproduções de hoje devem estar repletas de tolices; é que não as vejo pra comentar.
Se você curte produção B de barata e boboca, não perca. É bem divertido. E vintage. E vintage é fashion.

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