Reflexão sobre os albinos em Angola
O 13 de Junho é dia de Consciencialização do Albinismo, proclamado pela ONU em 2015.
Já antes, em 2014, o Papa Francisco lançou no Vaticano a campanha “Help African Albinos”, uma iniciativa do escritor italiano Cristiano Gentili – que escreveu um interessante romance intitulado “Sombra Branca” – que visa sensibilizar a opinião pública sobre o drama e a situação crítica e de abandono a que estão confinados milhares de albinos africanos, vítimas de superstições, rejeições e discriminações até por parte de instituições religiosas e Estados.
O Conselho dos Direitos Humanos decidiu a criação da nova função de Retator de Direitos Humanos sobre o albinismo e o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou que a data é “uma oportunidade de celebrar os talentos e conquistas das pessoas com albinismo e de união à luta contra os desafios que eles enfrentam” e foi nomeado Ikponwosa Ero como a primeira especialista independente sobre os direitos humanos das pessoas com albinismo.
Em Angola existem entidades colectivas e individuais públicas e privadas que integram o movimento nascente em prol ao albinismo, fazendo coisas concretas: a Associação de Apoio de Albinos de Angola (4AS), o Grupo de Contactos em prol do Albinismo, o Grupo de Voluntários de Apoio aos Albinos de Angola (GVAPAA), o Colégio Angolano de Dermatologia (CADV), o Ministério da Administração do Território (MAT), os diversos meios de comunicação social, os pesquisadores e académicos e vários médicos e voluntários que no silêncio estão empenhados em mitigar as diversas dificuldades e ou a potenciar talentos de albinos/nas.
O albinismo é uma condição de natureza genética em que há um defeito na produção pelo organismo de melanina. Isto por causa de uma ausência parcial ou total da pigmentação dos olhos, da pele e dos pelos da pessoas afectadas. Os principais tipos de albinismo são o Oculocutâneo (completo ou total), o Ocular (somente os olhos) e o Parcial (em algumas partes do corpo).
Os problemas principais dos albinos são a pele susceptível ao cancro, porque não está protegida com a melanina, a baixa visão ou subvisão que limita o desenvolvimento intelectual e social de albinos, os mitos, tabus e preconceitos que são geradores de discriminação, exclusão e riscos no desenvolvimento intelectual e emocional equilibrado.
As crianças que nascem albinas têm “grande probabilidade de enfrentar assédio, preconceito e até violência por causa de estereótipos baseados na cor de sua pele”. Entender como é o funcionamento desta alteração genética contribui para a desmistificação da mesma entre a população.
Não existem dados sobre o número de pessoas com albinismo em Angola, mas estudos feitos no mundo apontam que os albinos/as representam entre três a cinco por cento da população mundial e, em África, em cada 17.000 pessoas uma é albina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na África Subsaariana acredita-se que uma entre cinco mil ou 15 mil pessoas possa ser albina. Na Europa e nos Estados Unidos, a taxa é de uma entre 20 mil.
Esta semana, está curso um ciclo de reflexão, formação e debate sobre o albinismo para promover uma consciência pública e positiva sobre o albinismo.
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