Roberto Rillo Bíscaro
Desde 2009, Modern Family merecidamente papa Emmy atrás
de Emmy como melhor comédia da TV norte-americana. Desde a temporada de
estreia, o Blog do Albino Incoerente resenha a sitcom, sempre reservando mais
elogios do que reclamações. Dinâmica, criativa, gostável e muito engraçada,
Modern Family arrancava gargalhadas e deixava este resenhista por vezes atônito
com a maestria dalguns episódios.
Interessados podem ler meus textos sobre a primeira,
segunda, terceira, quarta, quinta e sexta temporadas, clicando nos respectivos
ordinais.
Inclusiva ainda que timidamente (o casal gay Mitch e Cam
nunca se beija ou demonstra afeto) e quebradora dalguns preconceitos como o do
casamento intergeracional, Modern Family já assegurou o título de “clássico” de
verdade. O “de verdade “ é crítica pruma cultura que usa o adjetivo muito
facilmente: basta ser velho, tem resenhista usando clássico. Não funciona
assim: Supergatas é clássico, por exemplo, mas Caras e Caretas, só velho.
O que temíamos, porém, enfim chegou. A sétima temporada
mostra o esgotamento da fórmula, que até a sexta ainda disfarçava muito bem a
falta de novidade nas histórias e personagens através de roteiros criativos pra
mostrar o mais do mesmo. Isso não é mais possível. Quantas vezes precisamos dum
episódio pra provar a Jay o quão bom é mostrar os sentimentos? Pela duodécima
vez há malícia entre Claire e Manny, que, por sua vez, segue citando Downton Abbey (tá, isso não é defeito, afinal quem ama os Crowleys só pode ser tudo!).
Há piadas engraçadas e sorrisos abundam, mas já não desperta desejo de ver tudo
de maratona. Meio que cansou.
TV é negócio e como Modern Family ainda dá audiência foi
renovada pra 8ª temporada. Artisticamente, tivesse acabado na 6ª seria como
Mary Tyler Moore, que terminou no auge.
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