terça-feira, 21 de junho de 2016

TELINHA QUENTE 217

Roberto Rillo Bíscaro

Ano passado, durante excursão à Escócia, encontrei casal australiano bastante amigável. O quebra-gelo pra iniciarmos conversas frequentes foi eu indagar sobre Ballarat, cidade onde se passa a fofa The Doctor Blake Mysteries. Perguntei se valia a pena conhecê-la e descobri que marido e mulher eram também fãs do show com a audiência mais alta da ABC1 e sempre entre os 5 mais vistos nacionalmente, desde sua estreia, em 2013. Entre fevereiro e março, a emissora exibiu os 8 episódios da quarta temporada. A Austrália ainda deve estar em crise econômica, porque a redução do número – dez nas temporadas 1 e 2 – foi justificada por escassez de verbas.
O Dr. Lucien Blake continua resolvendo mistérios na sessentista Ballarat. Por mais que se movimente, seu cabelo e paletó e gravata seguem impecavelmente ordenados e limpos. Craig McLachlan exagerou um bocadinho no seu peculiar jeito de dizer “yes”, mas mesmo que não seja um Lawrence Olivier não dá pra negar a diferença do meninão de praia ex-companheiro de novela de Kylie Minogue pro agora sisudo detetive diletante de Down Under.
Pela primeira vez, Blake investiga sem obstáculos ou inveja por parte do chefe superintendente. Frank Carlyle é mais do que disposto a deixar seu médico forense fazer todo o trabalho dedutivo. Desde que mostre resultados, tem carta-branca. Moderno esse Frank. E espertinho, afinal, facilita pra ele. O Chief Inspector Mathew Lawson voltara ao final da temporada 3 pra dar paz à vida de Blake, mas sai logo no primeiro episódio da quarta, pelo jeito, pra não mais voltar. Tadinho, ele não merecia aquele desfecho.
Mas a vida do Dr. Blake está longe da tranquilidade, porque se Frank Carlyle facilita-lhe por um lado, por outro, uma personagem aparece pra complicar o idílio com sua governanta. Quem não torce por Blake e Jean?
Os casos mantem a estrutura consagrada: assassinato/o primeiro suspeito nunca é o culpado/Blake deduz o culpado do nada. Nessa fornada há até trama envolvendo troca de casais, que nos 70’s entraria na moda com o nome de swing. Como na temporada anterior, o último episódio traz fantasma do passado pra atormentar Blake; a motivação é meio forçação de barra, mas serve pra caminhar a trama da vida pessoal do diletante.


A audiência continuou alta, parece que vai rolar até filme pra cine ano que vem, então é bem provável que The Doctor Blake Mysteries ganhe quinta temporada. Tomara que tenha como ver, porque sigo achando uma fofura. E o Brasil parece que continua desconhecendo. Aff. 

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