quinta-feira, 9 de junho de 2016

TELONA QUENTE 162

most_likely_to_die
Roberto Rillo Bíscaro

Irrita quando falam da “era dourada” dos slasher films, referindo-se aos 90’s, década que só teve um grande filme do subgênero: Pânico (a segunda temporada da versão pra TV está no ar nos EUA, aliás). Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997) gerou muitas cópias, mas época doirada mesmo foram os 80’s. Mas, isso é picuinha de fã, o importante mesmo é a contagem de cadáveres.
Most Likely To Die, lançado em maio, é tributário da geração slice’n’dice noventista, mormente de Eu Sei... Um grupo de jovens reúne-se numa casa isolada pra reunião de 10 anos de formatura do ensino-médio. Em comum, carregam a culpa de ter detonado a vida dum nerd. Quando começam a morrer, a lógica leva a crer que pode ser alguém ligado à vítima ou até mesmo o próprio carinha: em slashers nunca se sabe.
Várias coisas são favoráveis a Most Likely To Die:
1)       as mortes supostamente seriam baseadas naqueles comentários típicos dos álbuns de formatura ianques. Inclusive, a cada perecimento, a foto da pessoa é riscada com um X rubro, numa mistura d’O Caso dos Dez Negrinhos com a primeira temporada de Revenge.
2)       o psicopata mascarado usa beca e capelo, aquele chapeuzinho das cerimônias de graduação, o qual é cortante. Tolo, mas legal, afinal é zoeira slasher.
3)       como a trama se passa uma década após o colegial, poupa-se o embaraço de atores velhuscos demais para fazerem papel de adolescentes.
O roteiro de Laura Brennan e a direção de Anthony DiBlasi desperdiçam tudo isso, porém. Diálogos chochos, situações sem suspense, mortes que não seguem a premissa do Yearbook e uma direção que parece subfilme B dos anos 90 fazem de Most Likely To Die uma grande decepção. Talvez nem 15 dos 90 minutos sejam interessantes nisso que é pura fórmula. Nem ligaria pra isso, desde que fosse fórmula bem executada e tivesse mortes mais legais; na verdade, tivesse mais mortes.
Saquei logo quem tinha a ver com as mortes, embora a estapafurdicie slasher transforme o fim em nonsense com abertura pra sequelas. Resta saber se alguém quererá sequenciar essa insossice.
Só posso recomendar Most Likely To Die pra fanáticos slasher com síndrome de abstinência. Se você não se enquadra na categoria, nem perca tempo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário