Roberto Rillo Bíscaro
Se fantasmas têm inspirado tantas histórias desde tempos
imemoriáveis, por que não fundir essa tradição com o subgênero dos filmes de
ataques de tubarão? Essa foi a ideia geradora de Ghost Shark (2013), outra
deliciosa monstruosidade brindada pelo SyFy Channel.
Pai e filha assassinam um tubarão que comera um peixe que
poderia garantir-lhes vitória num concurso. O cadáver do tubarão acaba numa
caverna subaquática. O local é amaldiçoado e o peixe vira fantasma, podendo
manifestar-se em qualquer lugar onde haja água, num copo, esguicho, piscina ou
mar. A premissa é muito divertida, não entendo porque alguns críticos disseram
tratar-se de ideia lixo.
Ghost Shark podia ser mais engraçadinho, mas tem quase
todos os elementos dum razoável cult
movie. Elenco desconhecido cujos rostos mais famosos são de sitcoms B, efeitos especiais que fariam
um estudante de cine corar e a quantidade exata de absurdos que pedimos dum
filme assim: imagine um tubarão-assombração ser tragado num copo d’água.
As referências a Tubarão 2 (1978) são diversas. Fãs de
horror não esquecerão d’A Hora do Pesadelo, quando um jovem diz que devem
evitar água pra conter os ataques. Pra manter Freddy Krueger afastado bastava
não dormir. Se o tubassombração te ataca bebendo água, fugir dele é tão
possível quanto deixar de dormir.
Esse é outro pra reunir a
galera, pedir pizza e cerveja e se divertir (mas, Sharknado é melhor)
Existem tubarões capazes de viver em água doce, mas Swamp
Shark (2011) é absurdo, porque um gigantão de água salgada passa a habitar um
pântano do sul dos EUA. Um contrabandista de animais raros encomendara o predador,
que escapa e começa a comer jovens concentrados no local pruma festa anual
celebratória dos crocodilos, símbolos dos manguezais ianques. A dona dum
restaurante prejudicado por decisão arbitrária do xerife local sai em busca do
tubarão com a ajuda dum misterioso estranho.
O Tubarão do Pântano não
tem charme de filme B cult. Na
verdade, não há nenhum traço redentor; poucas e insossas mortes, efeitos
especiais ruins, claro, mas nada gritante e quando o vilão de nadadeiras morre,
o truque pra tentar esconder o baixo orçamento é não mostrar sua trituração.
Vai pra fossa abissal do esquecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário