terça-feira, 12 de julho de 2016

TELINHA QUENTE 220

Roberto Rillo Bíscaro

Se fantasmas têm inspirado tantas histórias desde tempos imemoriáveis, por que não fundir essa tradição com o subgênero dos filmes de ataques de tubarão? Essa foi a ideia geradora de Ghost Shark (2013), outra deliciosa monstruosidade brindada pelo SyFy Channel.
Pai e filha assassinam um tubarão que comera um peixe que poderia garantir-lhes vitória num concurso. O cadáver do tubarão acaba numa caverna subaquática. O local é amaldiçoado e o peixe vira fantasma, podendo manifestar-se em qualquer lugar onde haja água, num copo, esguicho, piscina ou mar. A premissa é muito divertida, não entendo porque alguns críticos disseram tratar-se de ideia lixo.
Ghost Shark podia ser mais engraçadinho, mas tem quase todos os elementos dum razoável cult movie. Elenco desconhecido cujos rostos mais famosos são de sitcoms B, efeitos especiais que fariam um estudante de cine corar e a quantidade exata de absurdos que pedimos dum filme assim: imagine um tubarão-assombração ser tragado num copo d’água.
As referências a Tubarão 2 (1978) são diversas. Fãs de horror não esquecerão d’A Hora do Pesadelo, quando um jovem diz que devem evitar água pra conter os ataques. Pra manter Freddy Krueger afastado bastava não dormir. Se o tubassombração te ataca bebendo água, fugir dele é tão possível quanto deixar de dormir.   
Esse é outro pra reunir a galera, pedir pizza e cerveja e se divertir (mas, Sharknado é melhor)

Existem tubarões capazes de viver em água doce, mas Swamp Shark (2011) é absurdo, porque um gigantão de água salgada passa a habitar um pântano do sul dos EUA. Um contrabandista de animais raros encomendara o predador, que escapa e começa a comer jovens concentrados no local pruma festa anual celebratória dos crocodilos, símbolos dos manguezais ianques. A dona dum restaurante prejudicado por decisão arbitrária do xerife local sai em busca do tubarão com a ajuda dum misterioso estranho.
O Tubarão do Pântano não tem charme de filme B cult. Na verdade, não há nenhum traço redentor; poucas e insossas mortes, efeitos especiais ruins, claro, mas nada gritante e quando o vilão de nadadeiras morre, o truque pra tentar esconder o baixo orçamento é não mostrar sua trituração. Vai pra fossa abissal do esquecimento. 

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