Roberto Rillo Bíscaro
Amigos/conhecidos tiveram chiliques, porque não dei
muito tempo de espera pras badaladas Breaking Bad e Stranger Things. Os
primeiros capítulos me entediaram! – então abandonei sem dar ouvidos à quase
universal cantilena “melhora depois do episódio X”. Com jorro de ofertas tão
forte, eu esperaria série pegar no tranco?
Com slasher,
tudo se modifica. É meu subgênero xodó de horror, por isso dei chance à segunda
temporada de Pânico, a Série, transmitida pela MTV ianque entre maio e agosto.
Apesar de não haver apreciado muito a temporada um e os 2,3 episódios iniciais
da segunda não me deixarem esperançoso, não desisti. E que bem fiz! Depois dum
fim de capítulo homenagem à Carrie, a Estranha (1976), Scream 2 eletriza e bate
feio na sonolenta temporada anterior.
3 meses após os eventos da temporada um, Emma volta a
Lakewood, depois duma estadia numa casa de repouso. Ato contínuo, telefonemas
com voz alterada, aparições do mascarado e assassinatos recomeçam e os teens voltam a mergulhar no caos. Será
que Brandon nunca-consigo-decorar-o-sobrenome voltou de verdade ou é copycat? Entupido de referências a
filmes de horror de várias épocas, subgêneros e nacionalidades, Pânico – A
Série dessa vez trouxe umas cenas e mortes mais gráficas e o sentimentalismo de
novelinha adolescente acontece até o capítulo 4 ou 5; depois é mais pauleira.
Sempre lembrando que é produção da (M)TV , então não dá pra esperar gore nível filme asiático: seria ideia
fora do lugar.
O problema de se identificar com as personagens –
discutido na resenha da primeira temporada – agravou-se nessa encarnação,
porque uma de minhas prediletas correu sério risco de morte. Nossa, deu dó.
Convenção slasher vital é a ausência da supervisão de adultos, levando à
carnificina dos adolescentes deixados sós. Num filme isso é bem mais fácil de
engolir do que numa série de 12 episódios. Tem que aceitar que os pais de Noah,
por exemplo, devem ser totalmente inaptos ou patetas; só assim pra não se
incomodar com sua ausência em qualquer cena de semanas de trama.
Mas, desde que haja
suspense e alguma morte, fã slasher não
liga, assim como releva a montanha de decisões estúpidas tomadas por adultos e teens indiscriminadamente. Na verdade,
numa série slasher alguém deveria se
debruçar em como os adultos se infantilizam e os adolescentes amadurecem,
porque a resolução está em suas mãos. No fim, todos estão no mesmo patamar de
“maturidade”. Numa sociedade onde pais e filhos caçam Pokenóns, vestem-se com
camisetas iguais do Mickey e tiram selfies
perigosas, isso deve significar algo.
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