Roberto Rillo Bíscaro
A iTV contentou-se tamanho
com a audiência de Marchlands (2011), que em 2013 exibiu outra minissérie de
casa mal-assombrada, cuja história se passa em 3 épocas. Apesar de haver
gostado de Marchlands e saber da existência da sucessora Lightfields, demorei
anos pra vê-la. Poderia ter tardado mais uma geração que não teria feito a
menor diferença. Irrecomendável.
Em 1944, uma linda campesina
morre incinerada no incêndio dum celeiro, depois de haver perdido a virgindade
prum soldado norte-americano. Lightfields é o nome da casa que será palco de
eventos sobrenaturais em 1975 e 2012, quando residentes de algum modo
conectados à morte de Lucy lá se instalam. O fardo do espectador é esperar 5
capítulos em sua maior parte tediosos e desnecessários (daria pra contar a
história em 2, estourando, 3) pra resolução insatisfatória duma historinha sem
história.
Quando o fantasma garante
sustos e/ou suspense, perdoamos aquelas infantilidades de mensagens desconexas
escritas em espelhos, mas no mundo de Lightfields, desprovido de suspense ou
drama, temos de ser implacáveis. Se a maldita assombração era capaz de compor
meia folha em máquina de escrever, porque diabos já não disse logo quem era
culpado e quem inocente? A tostada Miss Felwood é bem rápida pra castigar quem
a comeu, como se ele fosse o culpado. Por que então esperou 60 anos pra eximir
o pobre irmãozinho da culpa que carregava? No fim das contas, Lightfields é tão
moralista quanto um slasher oitentista: quem paga é quem transa.
Se você curte casa
mal-assombrada, fuja de Lightfields e fique com Marchlands, The Enfield Haunting
ou mesmo The Secret Of Crickley Hall, que dá de 10, mesmo não sendo tão boa.
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