Roberto Rillo Bíscaro
Ao final da temporada 2 de Scream, fomos avisados que
haveria um especial de Halloween que responderia muitas de nossas perguntas.
Não sei quais indagações poderiam haver a partir dum show tão estapafúrdio, a não ser o porquê insistimos nele, mas, de
qualquer modo, ansiei pelo dia das bruxas, que sei ser no fim de outubro,
início de novembro – devo ser o único professor de inglês e fã de horror que
não sabe a data de cor.
Outro dia, vi as 2 horas do Halloween Special, de Scream. Meses após a conclusão da mais
recente onda de assassinatos envolvendo os adolescentes de Lakewood aka Murderville, Noah e um amigo estão
faturando horrores com quadrinhos a respeito do serial killer. Que tenha perdido a namorada, enterrada viva, e
esteja usando a tragédia de seus amigos pra fama e bufunfa não importa. E como
culpá-lo, se nenhum dos envolvidos guardou sequela alguma ou conseguiu que seus
pais estivessem presentes em suas vidas? Esse é o mundo que você tem que
aceitar em Scream; e isso é apenas um dos motivos pelos quais slashers não funcionam bem em séries – o
próprio Noah o dissera no primeiro episódio da temporada um.
Mas, aceitamos isso e mais. Noah está com bloqueio de
escritor e pra demoli-lo seu editor oferece a ele e convidados uma viagem a uma
ilha, onde existe uma mansão, em que uma série de assassinatos foram cometidos
por uma garota mascarada. Ocultando esse “detalhe” dos amigos que, como ele,
quase foram exterminados por um maníaco mascarado, todos vão à ilha. Os pais
nem procuraram obter referências sobre o lugar. Aliás, Brooke perdera o pai no
massacre da temporada 2 e seguia vivendo independente, mesmo sendo menor. Uma
peneira tem menos furos que Scream, a Série.
Pouco depois da chegada, os assassinatos começam, ninguém
esperaria diferentemente. Se for pelo critério das decisões estúpidas, não
teríamos chegado ao fim do primeiro capítulo há 2 anos, então deixemos isso de
lado. O Halloween Special funciona melhor no terço inicial, quando mais mortes
ocorrem. Uma vez dentro da mansão, a maior parte das personagens é do elenco
fixo. Como imaginar que a MTV eliminaria Noah (eu pararia de assistir!), Emma,
Audrey ou Brooke? Assim, depois do surto inicial de mortes, o episódio fica no
blá blá blá, revelações e descobertas nada novidadeiras pra fãs de slashers e clima de suspense que prova
ser mais alarmismo do que fato. Esse episódio meio Jason encontra Os Dez Negrinhos desvia da mitologia que a série tentou criar (mas é confusa demais
pra se ater), mas deixa a deixa pra temporada 3, já anunciada, embora pareça
que será júnior, apenas 6 episódios.
Fãs não se decepcionarão. Novatos
não ficarão perdidos. E entretém.
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