terça-feira, 22 de novembro de 2016

TELINHA QUENTE 239

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Roberto Rillo Bíscaro

Ao final da temporada 2 de Scream, fomos avisados que haveria um especial de Halloween que responderia muitas de nossas perguntas. Não sei quais indagações poderiam haver a partir dum show tão estapafúrdio, a não ser o porquê insistimos nele, mas, de qualquer modo, ansiei pelo dia das bruxas, que sei ser no fim de outubro, início de novembro – devo ser o único professor de inglês e fã de horror que não sabe a data de cor.
Outro dia, vi as 2 horas do Halloween Special, de Scream. Meses após a conclusão da mais recente onda de assassinatos envolvendo os adolescentes de Lakewood aka Murderville, Noah e um amigo estão faturando horrores com quadrinhos a respeito do serial killer. Que tenha perdido a namorada, enterrada viva, e esteja usando a tragédia de seus amigos pra fama e bufunfa não importa. E como culpá-lo, se nenhum dos envolvidos guardou sequela alguma ou conseguiu que seus pais estivessem presentes em suas vidas? Esse é o mundo que você tem que aceitar em Scream; e isso é apenas um dos motivos pelos quais slashers não funcionam bem em séries – o próprio Noah o dissera no primeiro episódio da temporada um.
Mas, aceitamos isso e mais. Noah está com bloqueio de escritor e pra demoli-lo seu editor oferece a ele e convidados uma viagem a uma ilha, onde existe uma mansão, em que uma série de assassinatos foram cometidos por uma garota mascarada. Ocultando esse “detalhe” dos amigos que, como ele, quase foram exterminados por um maníaco mascarado, todos vão à ilha. Os pais nem procuraram obter referências sobre o lugar. Aliás, Brooke perdera o pai no massacre da temporada 2 e seguia vivendo independente, mesmo sendo menor. Uma peneira tem menos furos que Scream, a Série.
Pouco depois da chegada, os assassinatos começam, ninguém esperaria diferentemente. Se for pelo critério das decisões estúpidas, não teríamos chegado ao fim do primeiro capítulo há 2 anos, então deixemos isso de lado. O Halloween Special funciona melhor no terço inicial, quando mais mortes ocorrem. Uma vez dentro da mansão, a maior parte das personagens é do elenco fixo. Como imaginar que a MTV eliminaria Noah (eu pararia de assistir!), Emma, Audrey ou Brooke? Assim, depois do surto inicial de mortes, o episódio fica no blá blá blá, revelações e descobertas nada novidadeiras pra fãs de slashers e clima de suspense que prova ser mais alarmismo do que fato. Esse episódio meio Jason encontra Os Dez Negrinhos desvia da mitologia que a série tentou criar (mas é confusa demais pra se ater), mas deixa a deixa pra temporada 3, já anunciada, embora pareça que será júnior, apenas 6 episódios.
Fãs não se decepcionarão. Novatos não ficarão perdidos. E entretém. 

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