Roberto Rillo Bíscaro
Filmes lentos no início, preparando o espectador pralguma
reviravolta mirabolante não são incomuns no mundo do horror. É jogada perigosa,
mas dá pra ser feita, se roteirista e diretor forem talentosos, não tiverem
preguiça de pensar e dispuserem de algum orçamento. The House Of The Devil
tensiona “apenas” criando suspense sufocante.
Infelizmente, isso não ocorre no decepcionante The Dead
Room, produção neozelandesa do ano passado. Após uma família fugir duma cabana
supostamente mal-assombrada, a seguradora envia 3 caça-fantasmas pra
verificarem a veracidade dos fatos. As personagens são clichê, mas até aí tudo
OK: tem a médium que afirma ver assombração e aconselha o trio a vazar, mas
deixa-se convencer a permanecer tão facilmente quanto se estivesse num
acampamento de verão; tem o senhor técnico e “científico”, que insiste em que
tudo está dentro da normalidade, mesmo em meio a uma tempestade eólica surgida
do nada ou móveis voando e tem o moço responsável pela parte técnica.
Comportamentos absurdos e/ou incoerentes também não são raros em filmes de
horror e fãs do gênero estão preparados pra aceitá-los até como convenção.
O pecado mortal de The Dead Room é ser morto na primeira
hora e pouco e ter alguma ação apenas nos 8 derradeiros minutos, num clímax
inesperado, mas que corre até o risco de ser perdido porque o espectador
desistiu de ver a película ou porque está dormindo. Que medo dá lustre balançando
ou mesa voando, sem que clima algum tenha sido preparado pra acreditarmos
emocionalmente que possa haver um fantasma ali? A não ser que você se apavore
com o lustre horrendo que escolheram, cruzes! Há a usual pancada numa hora
determinada, 3 da manhã (Amytiville, hello, lá eram 3:15), mas assustar com
efeito sonoro é barato demais; não é por causa da trama, mas porque se está
distraído ou, nesse caso, enfadado.
Descobri completo no Youtube. Só não se deixem levar pelo
“best”.
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