Pedida mais proteção para albinos no Malawi
Comissão Episcopal Justiça e Paz denuncia o «fracasso coletivo» no combate aos ataques contra pessoas portadoras de albinismo e critica o tráfico de seres humanos que atinge muitos malavianos
«É desolador notar que irmãos e irmãs albinos são molestados, abusados, discriminados, sequestrados e mortos num país onde viveram como se fosse sua casa durante anos», denuncia a Comissão Episcopal Justiça e Paz do Malawi, numa declaração enviada esta semana à agência Fides, onde é criticado o «fracasso coletivo como nação» na proteção aos portadores de albinismo.
Embora realce as firmes condenações expressas pelas instituições, sociedade civil, imprensa e pelas comunidades religiosas, a comissão considera que é preciso fazer muito mais para pôr fim aos sequestros e mortes dos albinos, «que correm o risco de enfrentar a extinção se nada for feito».
No documento, é ainda referido o tráfico de malavianos para outros países, uma «lesão gravíssima dos direitos humanos», pois muitos dos migrantes acabam vítimas de trabalho forçado. «Somente uma economia mais vibrante pode resolver o problema do tráfico de seres humanos. Se as condições económicas fossem melhores, os jovens permaneceriam em Malawi», escrevem os bispos.
«Falamos muito, é hora de agir. Reiteramos o nosso compromisso de opção preferencial pelos pobres, vulneráveis, oprimidos e marginalizados, para fazer de Malawi um lugar melhor para todos», conclui a Comissão Justiça e Paz, lamentando que a corrupção continue a arrastar o país para a crise económica.
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