Albinos da Zâmbia Exigem Fim da Brutalidade
(Tradução: Roberto Rillo bíscaro)
Pelo menos dez pessoas com albinismo (PCAs) são mortas em
rituais anualmente, na Zâmbia. Alguns creem que partes de corpos de PCAs trazem
riqueza ou boa sorte. Os que nasceram com essa condição genética estão exigindo
o fim dessa maluquice.
Há mais de 25 mil PCAs na Zâmbia e casos de matança de
albinos são mais raros do que em outras nações africanas, como a vizinha
Tanzânia. De acordo com a Cruz Vermelha, curandeiros tanzanianos pagam até 70
mil euros por um conjunto completo de partes de corpo de PCAs.
Entretanto, em um ataque recente, uma albina de 37 anos
foi brutalmente assassinada por supostos matadores ritualísticos, em uma remota
aldeia no leste da Zâmbia. Eles deceparam sua mão direita e arrancaram seus
dentes. Oito mortes similares foram relatadas em 2016, em várias partes do
país.
Muitos albinos perderam membros devido a práticas
ritualísticas e enfrentam constante bullying. Baidon Chandipo, 23, um zambiano
com albinismo, desabafa: “A maioria das pessoas em nossa comunidade discrimina
os albinos e isso nos afeta demais”.
A Comissão de Direitos Humanos da Zâmbia admite que mais
precisa ser feito em relação à violência contra as PCAs. Mwelwa Muleya, porta-voz
da Comissão, relata que estão fazendo o possível para melhorar as vidas das
PCAs. “Nos preocupamos a respeito das queixas de que há apoio inadequado para a
aquisição de protetor solar. A Comissão tem pressionado o governo para fornecer
saúde e proteção adequadas aos albinos."
Campanha Para Cessar as Mortes de Albinos
A Fundação dos Albinos da Zâmbia tem batalhado pelo
tratamento igualitário às PCAs e pelo fim das concepções errôneas sobre os
poderes mágicos de seus corpos. John Chiti, Diretor-
Executivo da organização, disse que os albinos zambianos
temem por sua segurança. “Há pessoas que caçam albinos, porque acreditam que
partes de seus corpos podem curar doenças e trazer dinheiro.” Complementou que
as PCAs vivem com medo e não usufruem o total de seus direitos humanos. “Eles
têm que se preocupar com quem está a seu lado e muitos já perderam a vida."