quinta-feira, 30 de março de 2017

TELONA QUENTE 185

Resultado de imagem para house on willow street
Roberto Rillo Bíscaro
Múltiplo déjà vu invadiu-me enquanto via o divertido From a House on Willow Street (2017). Quando assisti ao mexicano Km. 31 entendi de vez a asserção de Fredric Jameson de que globalização é na verdade (norte-)americanização: tudo me pareceu genérico, como se pudesse ter sido produzido em qualquer país, o que em si já era falso, porque tal generalidade é calcada em imagens recebidas e acostumadas a partir de produções dos EUA.
From a House on Willow Street é da África do Sul, porém africanistas têm pouco a celebrar: a não ser por se poder mencionar o país numa resenha, não há nada na produção que a particularize. A origem da fortuna da família é a mineração diamantina, mas daí a eleger isso como elemento particularizante de cor local é atingir nível pollyannico impensável pra este resenhista. Até o sotaque é ianque – ou de atores se passando por; não pesquisei a nacionalidade do elenco.
O filme é uma espécie de Don’t Breathe da possessão demoníaca: 4 sequestradores raptam uma jovem herdeira. Com o que eles não contavam é ela estar com um diabo no corpo. Quando descobrem é tarde demais pra salvarem suas peles, mas é o começo de nossa diversão.
Nada de novo no front: o diabo canta musiquinha de criança, baba preto, esbugalha olho e sabe tudo do passado de cada um, pra usar contra e desestabilizar. Dividir (literalmente) pra conquistar a alma. Não é original, mas as mortes são legaizinhas, e a cinematografia caprichada, grande conquista numa produção independente. 

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