A edição deste mês da revista National Geographic traz matéria sobre as pessoas com albinismo da ilha maranhense de Lençóis. Na internet pode-se ler apenas o início da reportagem, transcrito abaixo:
OS HERDEIROS DO REI PERDIDO
Beleza, isolamento e mistério envolvem uma antiga comunidade portadora de albinismo no Brasil.
Eles ganharam fama internacional na década de 1970, quando um programa de TV noticiou que a Ilha dos Lençóis, na costa do Maranhão, abrigava a maior concentração de albinos no mundo. Isso bastou para que, em pouco tempo, a comunidade fosse alvo de diversos estudos. Newton Freire Maia, geneticista da Universidade Federal do Paraná, registrou 18 indivíduos albinos em uma população de 450 habitantes – um índice de 3%, percentual que superava em 6 mil vezes a média mundial de 0,0005%. Em 1972, ao analisar dados de seis gerações, Maia constatou que os primeiros habitantes descendiam de uma matriarca albina portuguesa. Depois de décadas de isolamento e casamentos consanguíneos de seus descendentes, a anomalia foi acentuadamente transmitida à população local.
O estudo pioneiro também observou que o albinismo local é uma variação endêmica da forma oculocutânea tipo 2 (OCA-2), que causa uma cor amarelada mais intensa no cabelo e no pelo, gerando uma aparência loura. Para estudar o fenômeno, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde foram até a ilha para levar os albinos a centros médicos. Com os ilhéus de pele clara sendo apresentados como criaturas “exóticas” Brasil afora, esse passado deixou traumas. Na época, eles ficaram conhecidos como os “filhos da Lua”.
Atualmente, são contabilizados 11 portadores de albinismo nascidos na ilha, mas apenas cinco ainda moram no vilarejo – três adultos e duas crianças. E, mais de um século depois da chegada dos primeiros colonos, poucas coisas parecem ter mudado na rotina local. Os homens trabalham na pesca e as mulheres cuidam dos lares. Alguns possuem pequenos comércios e o turismo é uma opção rústica – há apenas uma simpática pousada familiar. O fornecimento regular de energia só começou em 2009, e não há sistema de esgoto e de água tratada. A população retira água doce de poços cavados nas dunas, muitos deles contaminados pelo uso dos animais que vivem soltos.
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O estudo pioneiro também observou que o albinismo local é uma variação endêmica da forma oculocutânea tipo 2 (OCA-2), que causa uma cor amarelada mais intensa no cabelo e no pelo, gerando uma aparência loura. Para estudar o fenômeno, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde foram até a ilha para levar os albinos a centros médicos. Com os ilhéus de pele clara sendo apresentados como criaturas “exóticas” Brasil afora, esse passado deixou traumas. Na época, eles ficaram conhecidos como os “filhos da Lua”.
Atualmente, são contabilizados 11 portadores de albinismo nascidos na ilha, mas apenas cinco ainda moram no vilarejo – três adultos e duas crianças. E, mais de um século depois da chegada dos primeiros colonos, poucas coisas parecem ter mudado na rotina local. Os homens trabalham na pesca e as mulheres cuidam dos lares. Alguns possuem pequenos comércios e o turismo é uma opção rústica – há apenas uma simpática pousada familiar. O fornecimento regular de energia só começou em 2009, e não há sistema de esgoto e de água tratada. A população retira água doce de poços cavados nas dunas, muitos deles contaminados pelo uso dos animais que vivem soltos.
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