domingo, 4 de junho de 2017

DIA DA CRIANÇA EM ANGOLA

Associação angolana aproveita dia da criança para lamentar esquecimento de albinos

A Associação de Apoio dos Albinos de Angola denunciou hoje [4 de junho] "a discriminação" e o "esquecimento da criança albina" nas atividades comemorativas institucionais e lamentou a "falta de registo e a fuga à paternidade" a que muitas são sujeitas.

Em declarações à agência Lusa, no âmbito do dia internacional da criança, que hoje se comemora, o presidente daquela associação, Manuel Vapor, disse haver falta de interesse das autoridades em integrar a criança albina no meio de outras crianças.

"Nessas ocasiões [comemorações] a criança albina é esquecida. Se não fossem esquecidas, este momento seria de contacto permanente com a associação para saberem do estado delas e inseri-las nessas comemorações, mas infelizmente isso não acontece", lamentou o responsável.

Manuel Vapor diz mesmo que são as instituições públicas "que não dão qualquer interesse à criança albina nestes períodos festivos", algo que a associação quer ver revertido.

Constituída em 2013, a Associação de Apoio dos Albinos de Angola continua a registar casos de fuga à paternidade e falta de registos de crianças albinas, além da rejeição de crianças órfãs no seio das famílias.

"Temos na associação crianças que até ao momento não estão registadas, estamos a procurar formas de encontrar soluções para o registo delas. São cerca de 10 crianças que continuam sem registo", sublinhou Manuel Vapor.

O albinismo é um distúrbio congénito caracterizado pela ausência completa ou parcial de pigmento na pele, cabelos e olhos, caraterísticas que em algumas culturas são invocadas para práticas de superstição e de feitiçaria.

Em Angola, adultos e crianças, segundo a associação, continuam a ser vítimas sobretudo de estigma e discriminação.

"A associação não tem grande peso para poder dar mais ou menos soluções pontuais a essas situações, muitas crianças órfãs continuam à deriva porque há familiares que não aceitam cuidar dessas crianças quando perdem os pais", admitiu ainda o responsável.

A Associação de Apoio dos Albinos de Angola conta mais de 500 albinos inscritos como sócios e realiza atividades de sensibilização social e convivência com a pessoa albina há 11 anos.

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