Roberto Rillo Bíscaro
Alien, o Oitavo Passageiro (1979) é tão influente que quase
40 anos ainda saem produtos associados à franquia e cópias abundam. O monstro
babador de ácido e a Tenente Ripley viraram ícones que podem ser gostados até
por intelectuais sérios, depois que a Biblioteca do Congresso norte-americano
selecionou o filme de Ridley Scott como preservável, devido a sua relevância
histórico-cultural.
Em março, saiu Life (no Brasil, Vida), do diretor
sueco-chileno Daniel Espinosa, produção estadunidense que vez mais coloca
faminto monstro alienígena numa estação espacial, comendo os tripulantes.
Orbitando a Terra, a estação internacional abriga amostras de terra marciana,
contentora de células que desabrocham em criaturinha gelatinosa etérea,
batizada de Calvin, através de concurso infantil. Tudo muito florzinha até que
um cientista estimula Calvin via eletrochoque. Daí a comilança começa e à
medida que Calvin come, cresce meio anêmona com cérebro. Life está engatilhado
pra virar franquia; tudo dependerá do retorno comercial que tenha agora.
A função de Life é divertir e exceto por alguns momentos
onde alguém lê um livro infantil (como essa droga foi parar numa estação
espacial adulta, onde espaço pra armazenamento deve ser vital?!), o filme
desliza redondo. Trilha-sonora excelente, cinematografia e efeitos aproveitando
muito bem o orçamento não tão alto, personagens quase sem individualidade, então,
dá pra curtir as divertidas mortes sem sentimento culposo. E é bem legal ver as
personagens flutuando o tempo todo, porque a tecnologia hoje permite o realismo
da gravidade zero. Uau, só que som ainda se propaga no vácuo...
Só não entendi bem, porque uma criatura de Marte
necessita de oxigênio pra sobreviver. Talvez tenha havido alguma explicação
“científica”, mas me escapuliu. Vai ver que é porque a célula se desenvolveu no
ambiente oxigenado da nave? Vale ver ainda que seja apenas pra explicar isso a
este blogueiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário