Todo Dia Ela Acorda e Faz Sempre Igual
Roberto Rillo Bíscaro
As grandes vedetes do lucro na indústria
cinematográfica este ano são filmes de terror. A maioria tem baixos orçamentos
e quando bem-sucedidos multiplicam os investimentos feito coelhos,
diferentemente dos blockbusters milionários
que precisam de muito público no mundo todo pra dar lucro. 2017 teve até filme
de horror conquistando status de “filme sério”: há quem cogite que Corra! pode
receber indicação a algum Oscar.
O mais recente tira-fôlego de caixa-registradora é A
Morte Te Dá Parabéns, que com uma fração do orçamento, já bateu nas bilheterias
o queridinho cult Blade Runner sei lá
o quê, além de ter dado sova nos super-heróis na relação custo-benefício.
Escrito por Scott Lobdell e dirigido por Christopher B.
Landon, Happy Death Day é ágil, divertida, original e esperta variação do
subgênero slasher. A entojada Theresa
revive repetidamente o dia de seu assassinato por um maníaco mascarado. Mistura
de Pânico (1996) com Feitiço do Tempo (1993), A Morte Te Dá Parabéns foca na
tentativa da jovem em quebrar o ciclo, que ela logo percebe não poderá ser
eterno. Assim, embora algumas mortes colaterais ocorram, esse slasher basicamente consegue ser do
subgênero matando apenas uma personagem. É algo como a história duma garota
lutando pra ser a final girl,
elemento consagrado da convenção slasher.
Moralista por natureza, o horror já não pode mais punir
não-virgens em 2017, assim, em A Morte Te Dá Parabéns, a redenção de Theresa
poderá ocorrer se ela deixar de se achar. Ou não. E isso será mais um ponto pro
roteiro.
O público-alvo de filmes de horror é a adolescência e
Happy Death Day consegue satisfazer muito bem essa fatia de mercado, com seu
elenco bonito, atuando bem, com trilha-sonora maneira.
O resultado tem munição pra
atirar e acertar em um monte de gente; desde público teen que quer comer pipoca e zuar no cinema com a galera, até fãs outonais,
que poderão curtir mais essa mutação do bem no subgênero slasher e torcer pra que gere nova modinha de assassinos mascarados.
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