segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

CAIXA DE MÚSICA 300


Roberto Rillo Bíscaro

Leela James começou a carreira profissional como backing vocal dos Black Eyed Peas, no início do século, quando eles eram poderosos.
Seu primeiro álbum veio em 2005 e desde então lança regularmente, embora sem sucesso de massa. Como suas companheiras de profissão Angie Stone, Tamar Braxton e Jazzmine Sullivan, James tenta alavancar popularidade participando de reality shows, tipo R’&’B Divas: Los Angeles. É o que tem pra hoje pra cantoras cujo enfoque é soul music um bocadinho mais retrô.
E é uma pena, porque a voz de Leela – saída diretamente da garganta, com timbre meio granulado, arenoso – deixa interessante até material nem tão brilhante, como a dúzia de faixas de seu mais recente álbum, Did It for Love, lançado dia 31 de março.
“Nem tão brilhante” está longe de dizer que o disco é ruim, Did It For Love tem uma ou duas faixas genéricas demais, mas sua coleção de baladas e midtempos gostosos tem coisas que grudam.
Do primeiro grupo, destacam-se Don’t Want You Back, com seu clima anos setenta, mas granulada por contemporaneidade. All Over Again é quase só no pianão, bem ao estilo que fãs de Adele amam. Did It For Love é tradicional R’n’B acompanhado por chiado trip hop.
Das mais balançadinhas, sobressalta-se o dueto com Dave Hollister, totalmente deslizante à Barry White. There 4 U pode não ser pra dançar freneticamente, mas pode dar vontade de bater cabelo e pesão, parado mesmo.
Ouça o tom passadista atualizado e a voz quente de Leela James, em Hard For Me e diga se não é uma gostosura pra fãs de quiet storm, urban soul e afins?

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