terça-feira, 30 de janeiro de 2018

TELINHA QUENTE 294


Roberto Rillo Bíscaro

Muitos de nós já sonhamos com máquina que fabricasse dinheiro; quando e quanto desejássemos. Os personagens da tresloucada La Casa de Papel, que a Antena 3 transmitiu entre maio e novembro do ano passado, colocaram em prática seu plano de desfrutar de equipamento do gênero, ainda que temporariamente.
Um grupo diverso em personalidades e até nacionalidades, invade a casa da moeda espanhola e mantém 67 reféns, enquanto bota as máquinas pra rodar e imprimir bilhões de euros.
O cabeça da operação é conhecido como Professor e não adentra a casa da moeda, mas acompanha tudo mediante câmeras em todos os ambientes do edifício, sendo capaz de avisar os comparsas sobre tudo que se passa lá dentro.
A operação foi planejada até no que concernia possíveis (re)ações da polícia, mas as falhas e sentimentos humanos – entre bandidos e entre estes e reféns e mesmo com policiais – tornam qualquer racionalidade e planejamento radical impossíveis, então o lado dos mocinhos e o dos meliantes vai tendo que se adaptar, improvisar e lidar com decisões impulsivas, impensadas, idiotas, de todo mundo.
La Casa de Papel não mantém o pique tenso o tempo todo, mas jamais entedia e o envolvimento do cabeça da organização com a chefa da investigação tem até momentos angustiantes, como quando o professor descobre a mãe da detetive. Brrrr, ele vai envenenar a impossível sogra ou não?
A Espanha é ás na construção de filmes hiperbólicos de suspense, tipo Mientras Duermes, El Cuerpo e Contratiempo. Agora nos legou La Casa de Papel, que bota vândalos com máscaras de Dali se achando heróis da população, porque tão usando sequestrados pra fabricarem dindim. Mas o Arturito tem a frase perfeita pra isso, quando Helsinque (Oslo, sei lá) tenta esmigalhar seu crânio com barra de ferro.
A Netflix sorrateiramente adicionou a primeira parte – uns 13 capítulos – no fim do ano passado, então dá um par perfeito pra israelense Hostages, mas esta é superior e deveria ser vista primeiro, se o tema for ver produções sobre reféns.
A série se tornou sucesso na Netflix daqui, então os capítulos concluintes foram prometidos para logo, dia 6 de abril. Tô me roendo de curiosidade pra ver como encerrarão a trama.
O êxito de La Casa de Papel bem que poderia inspirar nossa Netflix a inserir mais séries espanholas de suspense a seu catálogo, como Bajo Sospecha, El Internado, El Barco. Na Argentina, há esses e mais; dá vontade de ir lá só pra maratonar todos!

Um comentário:

  1. Nâo é meu gênero favorito, mas foi uma acertada escolha topar experimentar essa série. Estou gostando muito!

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