Roberto Rillo Bíscaro
Muitos de nós já sonhamos com máquina que fabricasse
dinheiro; quando e quanto desejássemos. Os personagens da tresloucada La Casa
de Papel, que a Antena 3 transmitiu entre maio e novembro do ano passado,
colocaram em prática seu plano de desfrutar de equipamento do gênero, ainda que
temporariamente.
Um grupo diverso em personalidades e até
nacionalidades, invade a casa da moeda espanhola e mantém 67 reféns, enquanto
bota as máquinas pra rodar e imprimir bilhões de euros.
O cabeça da operação é conhecido como Professor e não
adentra a casa da moeda, mas acompanha tudo mediante câmeras em todos os
ambientes do edifício, sendo capaz de avisar os comparsas sobre tudo que se
passa lá dentro.
A operação foi planejada até no que concernia possíveis
(re)ações da polícia, mas as falhas e sentimentos humanos – entre bandidos e
entre estes e reféns e mesmo com policiais – tornam qualquer racionalidade e
planejamento radical impossíveis, então o lado dos mocinhos e o dos meliantes vai
tendo que se adaptar, improvisar e lidar com decisões impulsivas, impensadas,
idiotas, de todo mundo.
La Casa de Papel não mantém o pique tenso o tempo todo,
mas jamais entedia e o envolvimento do cabeça da organização com a chefa da
investigação tem até momentos angustiantes, como quando o professor descobre a
mãe da detetive. Brrrr, ele vai envenenar a impossível sogra ou não?
A Espanha é ás na construção de filmes hiperbólicos de
suspense, tipo Mientras Duermes, El Cuerpo e Contratiempo. Agora nos legou La
Casa de Papel, que bota vândalos com máscaras de Dali se achando heróis da
população, porque tão usando sequestrados pra fabricarem dindim. Mas o Arturito
tem a frase perfeita pra isso, quando Helsinque (Oslo, sei lá) tenta esmigalhar
seu crânio com barra de ferro.
A Netflix sorrateiramente adicionou a primeira parte –
uns 13 capítulos – no fim do ano passado, então dá um par perfeito pra
israelense Hostages, mas esta é superior e deveria ser vista primeiro, se o
tema for ver produções sobre reféns.
A série se tornou sucesso na Netflix daqui, então os
capítulos concluintes foram prometidos para logo, dia 6 de abril. Tô me roendo
de curiosidade pra ver como encerrarão a trama.
O êxito de La Casa de Papel bem que poderia inspirar
nossa Netflix a inserir mais séries espanholas de suspense a seu catálogo, como
Bajo Sospecha, El Internado, El Barco. Na Argentina, há esses e mais; dá
vontade de ir lá só pra maratonar todos!
Nâo é meu gênero favorito, mas foi uma acertada escolha topar experimentar essa série. Estou gostando muito!
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