Chanté Moore cresceu cantando em igrejas, devido à
influência de seus pais evangélicos, mas o que sempre quis mesmo foi adquirir
fama profana. Participou de concursos de beleza, foi modelo e no começo dos
anos 90 iniciou carreira como cantora profissional, lançando álbuns. Seu maior
êxito até agora foi Chanté's Got a Man, faixa do LP de 1999, que entrou pro Top
Ten da Billboard.
Multitarefas, também virou atriz e estrela de reality show sobre R’n’B, um dos únicos
canais possíveis pra certo tipo de soul music mais “tradicional” obter algum
destaque, de acordo com cantoras como Jazmine Sullivan, Angie Stone e outras.
Sem nunca abandonar a carreira de cantora, ano passado Chanté
lançou seu sétimo LP, The Rise Of The Phoenix, que saiu no finalzinho de
setembro e não chegou nem ao Top Twenty da parada específica de R’n’B, da
Billboard.
Pena, porque Moore canta bem e a sonoridade é
apropriada pra fãs de urban soul e pop soul dalguns anos atrás. Soa
contemporâneo, tem influência de hip hop às vezes, mas não é aquela coisa
nervosa pós-trap.
Entre canções e vinhetas, o álbum é estruturado como
uma jornada, afinal, o título sugere repaginação, reinvenção, através da ave
mitológica que renascia das cinzas.
Os 3 interlúdios – 2 erroneamente nomeados, porque
interlúdio tem que estar no meio de algo –, que convidam e agradecem o ouvinte
a participar da jornada, não prejudicam, porque têm melodia legal,
especialmente o primeiro, que corretamente seria prelúdio.
O empecilho pra essa Fênix voar é que o álbum dá a
sensação de ser excessivamente longo, devido à presença de muito material
genérico, daquele tipo de pop soul ou
soul ballad ou apenas balada, que já
ouvimos repetidas vezes desde os anos 80. Por mais que ame o drama de Breathe
ou Saving Grace não dá pra esconder sua falta de qualquer traço de
originalidade.
Em termos de destaque mesmo vale a delícia sapequinha
de Offa You, com seu instrumental sensual. You’re so sexy, you’re so sexy!
Fiquei com isso na cabeça dias a fio.
Há a intensidade R’n’B de Chasin’ e baladas mortais,
como a blueseira I’d Be a Fool e seu vocal-arraso, cheio de modulações e a
mesma proficiência em Super Lover, mas em chave R’n’B cinquentista, mas que soa
moderna. On His Mind também é bem contemporânea, mas mais pop. Pray é pop soul sensual sobre se apaixona por
um malandro sedutor.
Selecionando bem as faixas,
fãs de urban soul, quiet storm curtirão tranquilamente.
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