quinta-feira, 31 de maio de 2018

TELONA QUENTE 238


Roberto Rillo Bíscaro

Há quem tema a meia-noite como horário pra bruxarias e macumbas. Mas, cabulosa mesmo é a terceira hora da madrugada, quando os demônios se fortalecem, talvez porque seja espelho das 3 da tarde, hora em que Cristo supostamente expirou na cruz romana.
Vários filmes da franquia Amityville usam as 3:15 da manhã, porque a família DeFeo foi exterminada por um de seus membros mais ou menos a partir desse horário. Como fiz dossiê Amityville, em 2016 (confira aqui), não poderia deixar de conferir e comentar a recente adição de Amityville: O Despertar (2017) ao catálogo da Netflix.
O mundo ficcional do filme existe em um planeta onde os crimes, fenômenos sobrenaturais e até os outros filmes sobre Amityville existiram. Cenas do original de 1979 aparecem, quando as personagens adolescentes o assistem precisamente às 3 da manhã pra sentirem melhor qual é a vibe da casa. Pena que esse caráter metacinematográfico não seja aprofundado. Se bem que em Amityville: O Despertar nada é. É bem filmado, correto, mas não passa disso.
Cônscia do passado macabro da residência, uma mãe se muda pra lá com 2 filhas e um filho em coma. Secretamente, ela espera de verdade que o cérebro vazio do rapaz seja preenchido por algum demônio. Como dizem que é bom ter cuidado com o que se pede aos deuses, quando é atendida, as coisas vão mal.
Como contraponto, o demo terá uma adolescente meio gótica, que percebe que a recuperação súbita do mano é boa demais pra ser vera. Pra que Bella seja informada sobre os antecedentes letais da morada é que aparecem de forma absolutamente arbitrária, as 2 personagens teens, sendo que um deles é o Noah do filme, ou seja, o menino que sabe tudo sobre filmes de terror e suas mitologias.
Amityville: O Despertar traz um ou dois sustos, mas nunca decola, porque nada e aprofundado e nem morte quase tem. Dá pra ver, passa o tempo, é melhor do que muita porcaria da franquia, mas é só pruma vez e pronto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário