Há quem tema a meia-noite como horário pra bruxarias e
macumbas. Mas, cabulosa mesmo é a terceira hora da madrugada, quando os demônios
se fortalecem, talvez porque seja espelho das 3 da tarde, hora em que Cristo
supostamente expirou na cruz romana.
Vários filmes da franquia Amityville usam as 3:15 da
manhã, porque a família DeFeo foi exterminada por um de seus membros mais ou
menos a partir desse horário. Como fiz dossiê Amityville, em 2016 (confira aqui), não poderia deixar de conferir e comentar a recente adição de Amityville:
O Despertar (2017) ao catálogo da Netflix.
O mundo ficcional do filme existe em um planeta onde os
crimes, fenômenos sobrenaturais e até os outros filmes sobre Amityville
existiram. Cenas do original de 1979 aparecem, quando as personagens
adolescentes o assistem precisamente às 3 da manhã pra sentirem melhor qual é a
vibe da casa. Pena que esse caráter metacinematográfico
não seja aprofundado. Se bem que em Amityville: O Despertar nada é. É bem
filmado, correto, mas não passa disso.
Cônscia do passado macabro da residência, uma mãe se
muda pra lá com 2 filhas e um filho em coma. Secretamente, ela espera de
verdade que o cérebro vazio do rapaz seja preenchido por algum demônio. Como
dizem que é bom ter cuidado com o que se pede aos deuses, quando é atendida, as
coisas vão mal.
Como contraponto, o demo terá uma adolescente meio
gótica, que percebe que a recuperação súbita do mano é boa demais pra ser vera.
Pra que Bella seja informada sobre os antecedentes letais da morada é que
aparecem de forma absolutamente arbitrária, as 2 personagens teens, sendo que um deles é o Noah do filme, ou seja, o menino que sabe tudo sobre filmes de terror e suas
mitologias.
Amityville: O Despertar
traz um ou dois sustos, mas nunca decola, porque nada e aprofundado e nem morte
quase tem. Dá pra ver, passa o tempo, é melhor do que muita porcaria da
franquia, mas é só pruma vez e pronto.
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