quinta-feira, 28 de junho de 2018

POLÍTICA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO

Seis albinos vão concorrer a eleições no Malawi

O objetivo é o de combater, a nível legislativo e pelo exemplo pessoal, o estigma que afeta uma comunidade que continua a ser alvo de ataques violentos em vários países africanos


No Malawi, como noutros estados africanos, é perigoso ser albino. Só nos últimos quatro anos, pelo menos 22 pessoas com essa diferença genética terão sido mortas - muitas delas para que partes dos seus corpos pudessem ser usados em rituais mágicos. Agora, numa tentativa de combater o estigma social, seis albinos decidiram concorrer a eleições no próximo ano.

Um deles é a a diretora de uma organização de beneficência local que defende os deficientes. Chama-se Elizabeth Machinjiti e diz que esses temas têm sido ignorados: "No nosso parlamento, há só uma ou duas pessoas com deficiência. Creio que um deles nem sequer se vai aposentar nas próximas eleições. precisamos de ser representados. Outras pessoas podem não compreender a dor e as coisas difíceis que sofremos todos os dias". Entre outras exigências, ela quer tornar as escolas e os hospitais acessíveis aos deficientes.

A persistência de raptos e ataques contra albinos em vários países, sobretudo na África subsaariana, levou a ONU em 2015 a criar um mandato especial para a proteção deles. Embora resulte de fatores genéticos geralmente associados à consanguinidade, o albinismo - a ausência de pigmentação na pele, no cabelo e nos olhos - é visto como um sinal de má sorte para as famílias. Inclusivé, levando por vezes os homens a suspeitar que as suas mulheres cometeram adultério com brancos.


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