domingo, 18 de novembro de 2018

GRAMMY ALBINO

Hermeto Pascoal confessa que álbum vencedor do Grammy foi inspirado em Alagoas

Alagoano venceu o Grammy Latino 2018 na categoria de Melhor Álbum de Jazz Latino com o CD "Natureza Universal"
Por Maylson Honorato | Portal Gazetaweb.com

Alagoano de Lagoa da Canoa, Hermeto Pascoal foi o único brasileiro a vencer nas categorias gerais da 19ª edição do Grammy Latino. Os demais vencedores, como Anitta, Lenine e Maria Rita, saíram vitoriosos somente nas categorias exclusivas para brasileiros. A cerimônia, que ocorreu na última quinta-feira (15), em Las Vegas (EUA), consagrou o álbum "Natureza Universal", uma parceria do Bruxo albino com a Big Band.

Aos 82 anos de idade e vivendo no Rio de Janeiro, Hermeto Pascoal é assediado diariamente com convites para morar e fazer turnês no exterior. A rotina de um dos maiores nomes da música instrumental, no entanto, passa pelas lembranças da infância e vai até a contemplação das paisagens da cidade pela janela. No fim, tudo vira música. No CD instrumental que arrematou o Grammy, 11 temas compostos e arranjados por Hermeto - alguns deles escritos há mais de 40 anos - reverberam a experiência dele em Alagoas, onde nasceu e viveu até os 15 anos, entre Lagoa da Canoa, Arapiraca e Maceió.

"Eu já recebi título de Doutor Honoris causa nos EUA, sendo que estudei somente os primeiros anos do primário, com a minha saudosa professora Zélia, lá em Lagoa da Canoa. Pois é. Mas na frente da minha casa era uma feira. E eu via cantador de viola, vendedor de banana madura, a turma criativa da feira... E, no meu entendimento, esse Grammy veio dos cantadores populares, do povo das feiras de Alagoas, da turma do ganzá", comenta o multi-instrumentista, que revela detestar rotina e tudo que for premeditado.

ALAGOAS

Hermeto Pascoal quer vir a Alagoas para tocar. Sim, não para fazer uma simples visita - apesar de adorar o passeio. Quer vir para tocar para os que chama de "seu povo".

"Esse prêmio é um reconhecimento que me faz muito feliz. Pois eu amo o que eu faço. Não adianta. Você pode não gostar ou gostar muito do que eu faço, mas não vai gostar mais do que eu. Eu estou feliz com o reconhecimento, ainda mais por ser lembrado pelo povo da minha terra maravilhosa. Mas, por nossa senhora, que apareça um empresário bom aí pra me chamar para tocar. Nossa cidade não pode ficar sem nossa música. E não é por dinheiro não, é porque ela precisa desse som", comentou o gênio, durante entrevista à Gazeta de Alagoas, que você acompanha na edição deste fim de semana.

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