Na semana da consciência negra, que tal casar uma
história de amor e de superação do racismo? Quem não curte romance, ainda por
cima, edificante? Na Netflix, há uma bela opção: Um Reino Unido (2017),
dirigido pela anglo-ganesa Amma Asante. E pra deixar o espírito mais animado,
trata-se duma história real.
Antes de ser Botsuana, o insular vizinho da África do Sul
era protetorado britânico e se chamava Bechuanalândia. Mesmo paupérrimo, o país
enviava seus futuros reis pra se educarem na metropolitana Londres. Lá, o Seretse
Khama apaixona-se pela plebeia inglesa Ruth Williams. Ciente do bafafá que uma
rainha tribal branquela causaria, mas confiante de poder convencer seu povo a
aceitá-la, Seretse desposa Ruth. Mas, no fim dos anos 1940, a África do Sul
começava a institucionalizar o pavoroso Apartheid, que vigoraria durante
décadas. Os sul-africanos não viam com bons olhos um casamento inter-racial tão
no seu quintal e os britânicos não queriam desagradar seus fornecedores de
diamantes e urânio baratos. Então, as bodas Reais tornam-se assunto de
geopolítica internacional tensa.
Um Reino Unido é o típico filme “britânico”, que só tem
de modernete certo vai-e-vem temporal. A fotografia contrapõe uma Londres
cinza, chuvosa e sem graça a uma África pobre, mas de cores quentes e céus
azuis. Essa escolha cumpre função metafórica, porque é o governo inglês que age
mais horrivelmente na trama, então a Inglaterra é representada de forma
sinistra. Na verdade, a capital inglesa é vibrante, linda e multicor no verão!
Um Reino Unido acaba por mostrar
uma dupla superação de preconceito étnico e é ótimo combustível pra começar a
aquecer os corações pra propalada harmonia das festas de fim de ano,
especialmente, este, tão dividido para os brasileiros.
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