domingo, 3 de fevereiro de 2019

SUPERANDO A SOLIDÃO


Roberto Rillo Bíscaro

Viuvez/divórcio, filhos vivendo suas próprias vidas com respectivas famílias são duas das razões para a alta taxa de solidão entre idosos. O problema é tão sério, que, ano passado, na Grã-Bretanha, a Primeira-Ministra Theresa May criou uma espécie de secretária da solidão, órgão que visa a desenvolver estratégias para diminuir o problema. Diz-se que falta continuada de interação social pode ser tão danosa como consumir muitos cigarros ao dia. 

A Netflix tem um filme muito bonito sobre um homem (Robert Redford) e uma mulher (Jane Fonda), que deixam de dar ouvidos às possíveis fofocas e decidem ser felizes juntos. O começo é algo surpreendente: uma noite, Addie bate à porta de seu vizinho Louis e à tira-roupa propõe que passem as noites juntos. Nada de sexual na proposta; é apenas para ter companhia no pior momento do dia, segundo ela. Por isso o título: Nossas Noites.

Vizinhos há décadas, num daqueles subúrbios longe de tudo, ambos mal se conhecem, mas aos poucos forjam amizade/aliança, que envolve a formação de um tipo de família extensa. Nossas Noites não está muito interessado em dramatizar sacarinamente a terceira idade, mas mostra como a bagagem emocional e dos atos pesa nas decisões e sonhos do presente. Mas, também ressalta que há mais de um tipo de relacionamento/arranjo possível para domesticar a solidão e tentar ser feliz, mesmo que convivendo com os inevitáveis fantasmas do passado.

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