Roberto Rillo Bíscaro
Quase todos os slasher films clássicos foram refilmados
no século XXI. Desde o sempre negligenciado Black Christmas até o essencial pro
subgênero, mas não necessariamente slasher, Massacre da Serra Elétrica. Exceto
por Halloween, nenhum gerou sequelas, como suas inspirações
setentistas/oitentistas.
Slashers: do Original ao
Remake é uma dissertação de mestrado, de Bruno Miguel Silva e
Cunha, apresentada em 2015 à Universidade Católica Portuguesa. O trabalho se
pretende como estudo comparativo entre cinco slashers clássicos e suas
respectivas releituras no novo milênio. Os filmes analisados são: O Massacre da
Serra Elétrica (1974), Halloween (1978), Sexta-Feira 13 (1980), Dia dos
Namorados Macabro (1981) e A Hora do Pesadelo (1984). Aos que conferirem o
texto, não estranhem a discrepância nos nomes. Bruno utilizou os títulos portugueses;
eu, os brasileiros.
Como se vê, Black Christmas novamente fica de escanteio,
mesmo apresentando mais elementos inspiradores de Halloween do que Massacre.
Cunha minucia dados técnicos de cada produção, como número de mortes e
características da final girl. As comparações são estabelecidas entre original
x refilmagem e depois entre todos. Chega a ser um tanto monótono, mas os
fissurados por estatísticas adorarão.
As conclusões de tamanho esforço comparativo não são
muitas. Grosso modo, dão conta de que as características e o papel da final
girl mudaram e de que as releituras enfatizam o gore, ao passo que suas
matrizes investiam no terror psicológico pra suprir deficiências tecnológicas e
orçamentárias pra explicitar as mortes. A redação, em um par de vezes, deixa
escapulir que tal mudança seja “progresso”, o que é algo problemático: quer
dizer que, per se, filmes com mais sangueira e correria são melhores que
aqueles mais sugestivos e lentos? O status do Halloween, de John Carpenter,
desdiz essa falácia.
Slashers: do Original ao Remake está disponível para
leitura online ou donwload:
Nenhum comentário:
Postar um comentário