Joanna Teters compartilha algo com o barulhento Native Construct: ambos são egressos da Berklee College Of Music. Só que, enquanto
estes fazem inovador prog metal, a nova-iorquina sempre amou R’n’B, soul, jazz
e reggae. Em carreira-solo ou liderando bandas, Teters tem larga experiência em
palcos norte-americanos e europeus e ano passado saiu seu álbum de estreia,
Warmer When It Rains.
Nunca superproduzido, o trabalho funciona quase como um
EP, porque são apenas 7 canções e a faixa-título, pouco mais de um minuto de
blues sexy. Por que desperdiçar munição assim? Daria canção bem gostosa. Teters
percorre o caminho das produções contemporâneas com arzinho de coisa vintage,
então o álbum pode apetecer a distintas gerações de fãs de black music.
Ecos de trap estão na sexy abertura de Ride With Me ou no
clima latino etéreo de Supreme. Through the Night é soul disco que agradará
tanto a jovens revivalistas Nu disco, quanto a fãs de Lisa Stansfield ou
remanescentes da primeira metade dos 80’s. A guitarrinha “distante” de Memories
Remain empresta tom bem indie à balada soul.
Midnight traz o clima sexy da onipresente Amy Winehouse,
aquela judiazinha inglesa que tanto impactou na música negra do século XXI.
Teters está em modo R’n’B, mas os vocais resvalam pro reggaeton ou hip hop,
numa combinação envenenada. Joanna também consegue soar pura e cristalina, como
na derradeira So Easy to Love, cujo arranjo econômico destaca sua linda voz,
num clima bem soul anos 70.
Warmer When It Rains pode
ser mais quente, quando chove, mas jamais é frio ou morno.
Só não ouve quem não, porque está no Bandcamp:
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