segunda-feira, 13 de maio de 2019

CAIXA DE MÚSICA 365


Roberto Rillo Bíscaro

Philip Lassiter cresceu tocando música em sua igreja e ouvindo seu pai-pastor pregar até perder o fôlego.  Apelidado de Philthy (trocadilho com filthy [imundo] e o diminutivo Phil), o multi-instrumentista já tocou na New Power Generation, de Prince, e ganhou diversos Grammys, como arranjador para gente como Ariana Grande, Kelly Rowland, Jill Scott e Al Jarreau.

Ano passado, ele se juntou a uma dúzia de músicos e o resultado foi Party Crashers, lançado em julho. Exímio arranjador e cercado por muralha de músicos e vocalistas, Philthy oferece álbum excitante, variado e cheio de detalhes de produção, distribuído em dez canções e uma vinheta.
As quatro faixas iniciais dão a impressão de que será álbum de funk endiabrado (Take a Ride), com velocidades variadas, mas sempre balouçantes e multifacetadas, basta checar o tempero de salsa popificada do miolo de Bump Da Man. Refletindo e repercutindo a miríade de influências de Philthy, o resto do álbum vai para direções distintas, sem jamais perder coerência ou coesão.

Our Love Is Gold abre em clima orquestral para revelar tapeçaria elegante de balada soul, com direito a coro feminino; tudo muito anos 70. Diamond In The Rough é outra slow jam de soul, mas informada pelo jazz. Epidermis tem clima de R’n’B anos 50, com o característico pianinho batido e mais. Também soul são Good Day e Happy Train: a primeira mais romântica, anos 60 e a segunda, conjugada com energia pop-gospel. E para fechar o trabalho, um louvor pop-blues ao sucesso familiar, mais importante que o profissional.

Se Philthy tiver vida pessoal tão exitosa, como a profissional, vive no sétimo céu. Party Crashers indica que merece.

Ouça no Bandcamp:

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