Roberto Rillo Bíscaro
Philip Lassiter cresceu tocando música em sua igreja e
ouvindo seu pai-pastor pregar até perder o fôlego. Apelidado de Philthy (trocadilho com filthy
[imundo] e o diminutivo Phil), o multi-instrumentista já tocou na New Power
Generation, de Prince, e ganhou diversos Grammys, como arranjador para gente
como Ariana Grande, Kelly Rowland, Jill Scott e Al Jarreau.
Ano passado, ele se juntou a uma dúzia de músicos e o
resultado foi Party Crashers, lançado em julho. Exímio arranjador e cercado por
muralha de músicos e vocalistas, Philthy oferece álbum excitante, variado e
cheio de detalhes de produção, distribuído em dez canções e uma vinheta.
As quatro faixas iniciais dão a impressão de que será
álbum de funk endiabrado (Take a Ride), com velocidades variadas, mas sempre
balouçantes e multifacetadas, basta checar o tempero de salsa popificada do
miolo de Bump Da Man. Refletindo e repercutindo a miríade de influências de Philthy,
o resto do álbum vai para direções distintas, sem jamais perder coerência ou
coesão.
Our Love Is Gold abre em clima orquestral para revelar
tapeçaria elegante de balada soul, com direito a coro feminino; tudo muito anos
70. Diamond In The Rough é outra slow jam de soul, mas informada pelo jazz.
Epidermis tem clima de R’n’B anos 50, com o característico pianinho batido e
mais. Também soul são Good Day e Happy Train: a primeira mais romântica, anos
60 e a segunda, conjugada com energia pop-gospel. E para fechar o trabalho, um
louvor pop-blues ao sucesso familiar, mais importante que o profissional.
Se Philthy tiver vida pessoal tão exitosa, como a
profissional, vive no sétimo céu. Party Crashers indica que merece.
Ouça no Bandcamp:
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