Roberto Rillo Bíscaro
Há filmes que dataram melhor ou pior, por motivos
ideológicos, técnicos ou de convenção. Hoje, nem nós mais experientes temos
muita paciência pra longas aberturas ou melodramas exagerados ao som de
chorosos violinos. Ficção-científica fica velha de hora pra outra. Como os
computadores de começo deste milênio já nos aparentam desengonçados e
mastodônticos, não?
Se dermos alguns descontos a This Island Earth (1955),
ainda dá pra apreciar. Nunca se pode esquecer que 6 décadas nos separam, mas a
história ainda tem elementos pra manter nossa atenção.
Um cientista e piloto bonitão é misteriosamente salvo por
uma luz verde, quando seu avião está prestes a se espatifar. Depois, recebe um kit pra montar e quando junta as peças é
um intercomunicador superavançado, que o põe em contato com um senhor de
cabeleira alva, convidando-o prum lugar secreto, onde maravilhas tecnológicas
estão sendo desenvolvidas. O Dr. Cal fica curioso (embora o roteiro atribua
essa característica às mulheres, mais tarde) e vai pro local, uma enorme mansão
em estilo sulista. Lá descobre que a origem de tanta pesquisa está bem mais
distante.
Adaptado de pulp fiction, This Island Earth poderia ter
roteiro mais articulado. Algumas coisas ficam bem mal motivadas (se é que têm
motivação), mas como passatempo funciona até hoje, porque é capaz de criar
suspense e tem efeitos especiais e cenários convincentes. O filme é da
Universal, então teve orçamento, uns 800 mil dólares, e foi filmado em cores e
Cinemascope, uma das maiores revoluções da indústria cinematográfica, que hoje
sequer conseguimos dimensionar. Com essa técnica, as telas passaram a ser as
gigantes que sempre conhecemos, mas nossos avós, na juventude, não.
This Island Earth é um dos clássicos sci fi dos anos 50,
na verdade, é um sci fi thriller, até homenageado por Spielberg em seu clássico
ET, o Extraterrestre.
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