sexta-feira, 20 de março de 2020
domingo, 15 de março de 2020
ESTRELA ALBINA
Line é albina e foi perseguida em África. Agora é estrela de TV
Line Banty é apresentadora de televisão e quer mudar mentalidades acerca das pessoas que têm albinismo.
Line Banty tem albinismo e vive no Burkina Faso. Escapou a duas tentativas de rapto motivadas pela sua condição física e, enquanto dormia, um antigo namorado chegou a cortar-lhe pedaços de cabelo para dar sorte. Agora, é uma inspiração para as pessoas que vivem com albinismo: há cerca de um ano que apresenta um programa diário de entretenimento no seu país.
O albinismo consiste na falta de pigmentação na pele, cabelo e olhos. No Burkina Faso, há quem acredite que partes do corpo de pessoas albinas dão poder e boa sorte, o que as torna vítimas e vulneráveis a ataques violentos. Desde 2006, a plataforma Action on Albinism contabiliza 700 ataques contra pessoas com albinismo em 28 países africanos.
Como uma mulher albina, Banty relatou à agência Reuters que teve que superar vários obstáculos durante a sua carreira. Primeiro, o de ser uma mulher com emprego num país onde isso não é comum. No Burkina Faso, quase metade de todas as mulheres casam antes dos 18 anos. Banty também lida com as críticas e insultos por ser uma mulher albina no Facebook, condenado publicamente quem o faz.
Ao mesmo tempo, Banty recebe várias mensagens de outras pessoas com albinismo que dizem ter ganhado coragem para o assumirem graças à sua personalidade positiva e à sua abertura em fazer o mesmo. À Reuters, a apresentadora diz que aborda o albinismo no seu programa, também convidando várias pessoas que sofram do mesmo.
Para Banty, o segredo do sucesso consiste em trabalho duro e na crença de que vai vencer. Um dia, quer abrir uma fundação.
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quinta-feira, 12 de março de 2020
TELONA QUENTE 325 (ALBINA)
Roberto Rillo Bíscaro
A lista de representações negativas/sobrenaturais das
pessoas com albinismo é extensa em várias artes. Vai de clássico da literatura de ficção-científica à porcaria obscura cinematográfica.
O blog jamais se propôs a patrulhar manifestações
artísticas atrás de albinos malucos ou malvados e compilá-las, por mais útil
que possa ser. Entretanto, quando me deparo com uma, comento, como é o caso de
The Mole People (1956).
Enquanto a maioria das ficções-científicas cinquentistas
voava para o espaço sideral, essa produção de baixo orçamento mergulha no
misterioso subsolo num roteiro absurdo, mas até que divertido, não fosse o
final abrupto e a pobreza geral.
O título de “doutor” deslumbra muita gente e a TV sempre
adorou usar quem o possui pra dar confiabilidade às frequentes bobagens
apresentadas. Nos anos 50/60 Frank C. Baxter ficou famoso como “cientista”,
porque apresentava shows relacionados e tinha opiniões formadas sobre tudo. Que
fosse doutor em inglês e entendesse de ciência provavelmente tanto quanto eu
(também um doutor....) não importava; ele era dotô e dotô tem otoridade!
Pois bem, The Mole People tem introdução algo longa sobre
teorias intraterráqueas pra dar sustância à trama. O Dr. Baxter faz apanhadão
até interessante sobre malucos que criam que a Terra era oca. Não ria dos
antigos: numa convenção terraplanista da “desenvolvida” Inglaterra, os
panelistas decidiram que a lei da gravidade não existe e a Austrália é habitada
por robôs.
Corta pros confins mesopotâmicos montanhosos da Ásia,
onde pequeno grupo descobre civilização subterrânea, que vive segundo preceitos
da deusa Ishtar. O roteiro passa diversos minutos tentando estabelecer mitologia
própria, num mambo-jambo sobre dilúvios, arcas e outras crendices.
Inexplicavelmente, essa civilização consegue produzir
tecidos, material pra instrumentos musicais, embora esteja fadada a comer ratos
e cogumelos. Eles se assustam com a lanterna dos visitantes da superfície, mas
quando gigantesca porta se abre e descomunal facho luminoso ilumina donzelas a
caminho do sacrifício, elas sequer franzem os lindos rostos. Essas coisas,
claro, não tem a menor importância, afinal, são esses absurdos que nos motivam
a aguentar esse tipo de filme. E tá cheio do tolice e roupa de monstro mal
feita.
Falando em monstro, o tal povo-toupeira do título é uma
comunidade mais intraterrestre ainda, dominada pela tal civilização sumeriana,
que é albina e teocrática. Faz sentido serem despigmentados se não há sol lá
embaixo (mas há uma claridade vinda das rochas ou algo assim), mas nem todos
são e os pigmentados são inferiores e serviçais da elite albina. Guardas
albinos (mal maquiados pra burro) chibatam as pobres toupeiras, mas claro que a
situação mudará, afinal, chegaram heróis da superfície.
Só não se sabe pra quê,
porque no final... bem, assista, mas saiba que rumores dão conta que aquele
desfecho foi imposto pelo estúdio pra não estimular uniões inter-raciais,
naquele momento proibidas em alguns estados norte-americanos.
terça-feira, 10 de março de 2020
segunda-feira, 9 de março de 2020
sexta-feira, 6 de março de 2020
quinta-feira, 5 de março de 2020
terça-feira, 3 de março de 2020
segunda-feira, 2 de março de 2020
TEATRO ALBINO EM ANGOLA
Grupo Excesso de Cor estreia "Ingratidão"
Encenada pelo director de teatro Walter Cristóvão e produzida pelo projecto Cena Livre Teatro, a obra inspira-se na história de jovens albinos que enfrentaram diferentes situações de estigma.
Pretende-se com o trabalho, de acordo com Walter Cristóvão, combater o preconceito racial e facilitar a inclusão dos albinos na sociedade.
Trata-se, na verdade, de um grupo social bastante marginalizado em alguns países de África, no geral, e em algumas zonas de Angola, em particular.
Dados das Nações Unidas e da Organização Mundial da Saúde (OMS) referem que um em cada 18 mil cidadãos no mundo tem um tipo de albinismo, taxa que, nalgumas regiões de África, pode ser de um para cada mil e 500.
É também no continente africano onde a discriminação e a perseguição aos albinos são mais acentuadas, atingindo, muitas vezes, níveis macabros.
Em Angola, as autoridades oficiais ainda não dispôs de estatística real para precisar o número de cidadãos albinos espalhados pelo país.
"O projecto é contra todos os que maltratam pessoas albinas, desde os familiares até aos agentes empregadores e as pessoas nas ruas ou táxi", expressou Walter Cristóvão, que disse pretenderem mudar a consciência das pessoas em relação ao albinismo.
Para tal, o encenador disse ter optado pela inclusão exclusiva de actores albinos.
"Antes de escrever a obra, tive uma espécie de terapia com eles. São sete e cada um contou-me a sua história. Fiquei mais sensibilizado", sustentou.
É pretensão do projecto Cena Livre Teatro apresentar a peça noutras localidades fora de Luanda, como as províncias do Huambo, de Benguela e Malanje, onde prevê promover uma temporada entre Maio e Julho, para exibir o trabalho uma vez por semana.
Para mais informações sobre o assunto, acesse os links:
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