terça-feira, 29 de setembro de 2020
TELINHA QUENTE 418
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
CAIXA DE MÚSICA 425
Roberto Rillo Bíscaro
A complexidade sutil da MPB jazzificada do mineiro Rafa Castro é um dos pontos altos de 2020.
terça-feira, 22 de setembro de 2020
TELINHA QUENTE 417
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
CONTANDO A VIDA 314
NEGRINHA, LOBATO E O RACISMO ESTRUTURAL BRASILEIRO.
José Carlos Sebe Bom Meihy
“tenho notado que muitos dos personagens das minhas histórias
já andam aborrecidos de viverem toda a vida dentro delas. Querem novidade...
Andam todos revoltados, dando-me um trabalhão para contê-los”.
Monteiro Lobato
Sou daqueles que acham que José Bento Monteiro Lobato não
precisa de defesa alguma. Também me perfilo entre os muitos leitores e que
flanam na magia de sua produção criativa, polêmica, atravessadora de tempos,
proponentes de temas de debates apaixonados. Então me engalo de ser daquela
geração que José Roberto Withaker chamou de “Filhos de Lobato” e sigo leitura
que dá alma a entendimentos cabíveis no corpo de seu tempo. Busco mais
compreender do que explicar, diga-se, e assim me solto no embalo que vai além de
citações escolhidas fora do ambiente germinal, perversas por mal intencionadas,
ignorantes e historicamente desinformadas. Investindo-me do direito de ler em
perspectiva, optei por trocar argumentos apedrejadores pelo outro lado de uma
moeda que negocia interpretações encolhidas na capacidade de ver além de argumentos
isolados, caracterizados em frases mal recortadas, rearranjadas segundo critérios
extemporâneos e dirigidos. E não precisei de muito exercício, pois no lampejo
da memória logo me veio o conto Negrinha. Atenção: não se pretende com
um novo “detalhe” saudar qualquer exceção, mas, pelo reverso, por ele, supor a
complexidade do todo. Interessa, diria, contemplar a floresta e não explica-la
pela singularidade de única árvore.
Para início aclaramento desta conversa, devo dizer que “Negrinha”
é, de Lobato, meu escrito favorito no quesito “conto”. E que história foi dada à
menina pobre e órfã que desde os quatro anos fora “criada” como encosto em casa
de família “proba”! O ambiente, aliás, se trama desde a apresentação da
personagem alvo do caso “Preta?? Não. Fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços
e olhos assustados”. O retraço biográfico dessa qualificação diz que Negrinha,
como era chamada, sem ter nome específico ou referenciado, “nascera na senzala,
de mãe escrava, e seus primeiros anos de vida, vivera-os pelos cantos escuros
da cozinha, sobre farrapos de esteira e panos imundos. Sempre escondida, que a
patroa não gostava de crianças”. A senhora “dona”, por sua vez, fora assim comparecida
“excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada pelos padres,
com lugar certo na igreja e camarote de luxo no céu”. Não bastasse a sutileza –
talvez até explícita demais – Lobato completava o perfil senhoril prá lá de
patético: “entaladas as banhas no trono uma cadeira de balanço na sala de jantar,
- ali bordava, recebendo as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o
tempo. Uma virtuosa senhora, em suma”. Sem economizar deboches o enredo matizava
a crueldade de uma matrona branca, inclemente, culturalmente estabelecida em pressupostos
escravocratas da qual “o 13 de maio tirou-lhe das mãos o azorrague, mas não lhe
tirou da alma a gana. Conservava, pois, Negrinha em casa como remédio para os
frenesis”. Vivificava-se o que na cultura popular ficou conhecido como “saco de
pancadas”, ou seja alguém negro destinado a apanhar ou levar bordoadas capazes
de promover a catarse dos senhores.
Poucas passagens da literatura brasileira – pouquíssimas –
alçaram tanto vigor no relato dos maltratos dados aos negros, escravos ou
libertos e aos seus descendentes. Talvez o limite máximo desse tipo de constatação
resida internado neste conto, “Negrinha”, que afinal detalha o monstruoso
castigo perpetrado pela senhora Inácia depois da menina deferir a palavra
“peste”. Tomando um ovo, o requinte da atrocidade foi vazada da seguinte forma
“D. Inácia mesma pô-lo na chaleira de água a ferver e, de mãos à cinta,
gozando-se na prelibação da tortura, ficou de pé uns minutos, à espera. Seus
olhos contentes envolviam a mísera criança que, encolhidinha a um canto,
trêmula, olhar esgazeado, aguardava alguma coisa de nunca visto. Quando o ovo
chegou a ponto, a boa senhora exclamou: — Venha cá!! Negrinha aproximou-se. —
Abra a boca!!”. E como sofreu a menininha que, creiam, era criada como favor
aos olhos caritativos, culturalmente dominantes.
A sequência desta contação revela outra aventura da menina negrinha
que morreu, por fim, aos sete anos, depois de ser acatada pelas duas sobrinhas que,
em mês de férias, na casa da titia encantada com a prole branca, saudava, em
contraste perfeito, a vivaz euforia das “pequenotas, lindas meninas louras,
ricas, nascidas e criadas em ninho de plumas”. E foram essas mesmas
“pequenotas” que permitiram a episódica aceitação de Negrinha no
triângulo branco. Foram as crianças e, sem entender de preconceitos, admitiram que
a estranha e deslocada personagem, Negrinha, também tocasse em uma
boneca que, aliás, era reprodução feita à imagem e semelhança das sobrinhas
visitantes: alvinhas e de cabelos alourados e que, além de angelical, deitada
pronunciava “papa”. Fora essa, diga-se, a visão do Paraíso para a rejeitada Negrinha
que, afinal com 15 quilos.
Magrinha sim, mas sonhando com anjos brancos e de olhos claros, como os da
boneca, ou das meninas visitantes.
Voltemos à epígrafe: que Lobato
quis transmitir? Preconceito gratuito? Denúncia? Seria simples “causo”? Ou
caberia melhor inteligência e sugerir que menos vale um exemplo recortado de um
contexto amplo do que a miséria de um “defensismo” sem paisagem analítica? Vale,
para encerrar, contextualizar este conto no ambiente eugenista daquele então. Na
altura do amadurecimento da crítica cultural brasileira, não resta dúvida da ampla
aceitação do mito da superioridade racial branca. É exatamente nesta ordem que se
pretende discutir o significado de Negrinha no universo nacional que
estruturou o racismo.
FOFA FOCA
terça-feira, 15 de setembro de 2020
TELINHA QUENTE 416
Três crianças descobrem que o orfanato onde vivem não é nada do que pensavam. Agora, têm que liderar o grupo todo num arriscado plano de fuga.
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
CAIXA DE MÚSICA 423
terça-feira, 8 de setembro de 2020
ESPINHO ALBINO
No entanto, a perplexidade maior veio ao vê-lo ao vivo e notar que estava diante de um verdadeiro ouriço albino, que, infelizmente corria o risco de morrer, já que estava gravemente desidratado, desnutrido e infestado de carrapatos, pulgas e ovos de mosca que os veterinários levaram horas remover.
TELINHA QUENTE 415
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
RAPTADA?
CAIXA DE MÚSICA 422
quarta-feira, 2 de setembro de 2020
CONTANDO A VIDA 313
terça-feira, 1 de setembro de 2020
ACUSAÇÃO FALSA
Albinos e deficientes acusados de bruxaria em todo o mundo. Porquê?
TELINHA QUENTE 414
Com a carreira em ascensão, o juiz Micha Alkoby vê tudo se complicar quando seu filho se envolve em um acidente, cuja vítima pertence a uma família criminosa.