Korede está acostumada a limpar os traços deixados por sua irmã-serial-killer, Ayoola. Mas, o que pode acontecer quando ambas se interessam pelo mesmo homem? Sarcástica estreia da autora nigeriana.
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
PAPIRO VIRTUAL 167
Korede está acostumada a limpar os traços deixados por sua irmã-serial-killer, Ayoola. Mas, o que pode acontecer quando ambas se interessam pelo mesmo homem? Sarcástica estreia da autora nigeriana.
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
TELONA QUENTE 335
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
CONTANDO A VIDA 318
terça-feira, 27 de outubro de 2020
TELINHA QUENTE 422
Na segunda temporada da série The Alienist/O Alienista, o foco passa para Sara Howard, agora detetive particular investigando a abdução e morte de crianças.
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
CAIXA DE MÚSICA 429
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
TELONA QUENTE 334
Enola Holmes só tem 16 anos, mas vai fazer de tudo para encontrar a mãe desaparecida, inclusive despistar o irmão Sherlock e ajudar um jovem lorde fugitivo.
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
CONTANDO A VIDA 317
PAULO COELHO NA FOGUEIRA.
terça-feira, 20 de outubro de 2020
TELINHA QUENTE 421
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
TELONA QUENTE 333
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
CONTANDO A VIDA 316
A LÓGICA DAS FRASES SOLTAS.
José
Carlos Sebe Bom Meihy
Sou leitor de jornais! Sim, entre os rituais de iniciação
do dia – café, redes sociais, e-mails – o mais prezado se reduz a abrir a porta
e colocar o jornal pra dentro de casa. Inevitavelmente me vem à cabeça – dia
sim e outro também – o texto “O homem nu”, do cronista mineiro Fernando Sabino.
O temor de ficar fora, com ou sem a pouca roupa, me apavora. Mas isso passa
logo. A cerimônia das viradas de páginas exige devoção e os preparativos
prévios são apenas os essenciais relativos à higiene: bexiga vazia, dentes
escovados, banho, tudo nesta ordem. Café preparado, a mesma velha xicara acompanha
em goles medidos o tempo da leitura silenciosa e sempre sem pressa. Tudo pode
esperar. Tudo.... E, na cadeira preferida – ah minha cadeira de leitura, mal
sabe do prazer que seu colo me provoca. Orgasmos múltiplos.
Tal é o requinte que devoto à essa prática que as
notícias, por piores que sejam – e têm sido – correm como rio sobre um leito
paciente e que desemboca no mar agitado dos afazeres seguintes. Com tanto
aperfeiçoamento, desenvolvi um jeito próprio de ler jornal. A linha editorial apenas
funciona como pano de fundo, uma espécie de cenário, e dela destaco a seleção
dada por partes. Primeiro as notícias gerais, depois as internacionais,
econômicas, culturais, esportivas. Isso provoca a seleção de cadernos, condição
depurada de anos. Sabe, leio anúncios fúnebres, ofertas de supermercados, previsão
do tempo, a opinião dos leitores e a flutuação do dólar. Só dispenso – não sem
remorso – as fatigantes propagandas de automóveis... Credo!
Pois bem, aos domingos alargo ainda mais o tempo em
coerência com o tamanho ampliado do jornal. Parece que os braços do relógio
também se movimentam mais preguiçosos e o silêncio de minha insistente viuvez
fica ainda mais soturno. Devo confirmar que sou daqueles leitores que tem
sempre uma tesoura às mãos. Recorto artigos, notícias e até propagandas. Nunca as
aproveito, e depois até me irrito com o amontoado dessa prática insana. Foi
assim que juntei sobre minha mesa de trabalho alguns destaques que me chamaram
a atenção e que revisei antes de exterminá-los. O primeiro foi um anúncio (será
que a ainda usam esta palavra? Sei lá, sou do tempo do “reclame” ou
“proclamas”, credo!), eis o “convite”:
“É COM GRANDE PESAR QUE
(NOMES) CONVIDAM PARA A MISSA NA PARÓQUIA (NOME) ÀS 12H DE SEXTA-FEIRA (DATA).
CONFIRME SUA PRESENÇA NO CEL (NÚMERO) OU ASSISTA A TRANSMISSÃO ON LIVE PELO
CANAL DO YOUTUBE DA PARÓQUIA (ENDEREÇO ELETRÔNICO)”.
Precisei reler! Repeti a operação. Respirei fundo. Senti-me
arcaico. Notei que as pessoas continuam morrendo e que ainda são celebradas
missas, mas o script mudou demais. Missa ao meio dia? Nossa, pensei.
Mas, de verdade meu queixo caiu (lembram-se desta expressão “queixo caído”)
quando aprendi que o RSVP poderia ser dado por celular e que a cerimônia seria
transmitida por canal do YouTube. Por certo seria por conta da pandemia, supus.
Uma curiosidade impertinente, porém, me assolou. Resolvi acessar o endereço
eletrônico da Paróquia e por telefone ousei pedir explicações. Tive que me
segurar ao saber que essa prática “está em vigor” (sim eles usaram esta
expressão “em vigor”) há mais de dois anos. Mediante meu silêncio, como que evocando
uma ressureição, ouvi da voz do outro lado da linha a cruel sentença “meu
senhor, Deus é onipresente, onipotente e onisciente”. “Bati o fone no gancho”
(ou melhor, “desliguei”). Desliguei e conclui que daqui a alguns anos não mais
terei o prazer de ler jornal. Pior: creio que serei lido por ele, graças à
evolução.
Juro que essa experiência me abalou. Tanto fiquei chocado
que me vi ressuscitado por outra chamada, do mesmo jornal, no mesmo dia:
“VOCÊ PODE NÃO SE APAIXONAR
NA AMAZON, MAS PODE NUMA LIVRARIA”.
Aqui, o argumento é reverso: a mediação eletrônica
atrapalharia a circunstância do encontro. O apelo passional direto merece
destaque pela intransferência, e, pelo contrário, apelaria para necessidade
intransferível de contatos presenciais. No caso da missa, era Deus o agente
unificador, abstrato, poderoso, anulador de entraves. Já na livraria o livro
justificaria junções. Dando asas a voos desvairados, pensei no paradoxal posto
entender que Deus é o Verbo Divino encardo e, assim, no caso da igreja poderia
promover uniões virtuais, mas no caso das palavras escritas, dos livros, tudo
teria que ser cara a cara, ou seja, parodiando o verbo seria humano. E as horas
correram. Eu, entre uma coisa e outra, voltava a pensar nas ambiguidades da
eletrônica. Se cheguei a um termo? Creio que sim: continuo sem entender os
caminhos da humanidade e da mediação eletrônica. É bom que siga assim, até que
eu morra apaixonado pelo livro da vida. Depois, depois Deus explicará os
contatos virtuais. Ah! Se alguém se comover com minha morte, se não puder me
velar presencialmente, pode fazer pelo canal virtual...
terça-feira, 13 de outubro de 2020
TELINHA QUENTE 420
Três crianças descobrem que o orfanato onde vivem não é nada do que pensavam. Agora, têm que liderar o grupo todo num arriscado plano de fuga.
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
CAIXA DE MÚSICA 427
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
TELONA QUENTE 332
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
DESCASO EM UÍGE
CONTANDO A VIDA 315
“ACONTECÊNCIAS”: RUTH GUIMARÃES E AS INGRATIDÕES
VALEPARAIBANAS.
José Carlos Sebe
Bom Meihy
A palavra acontecência é criação de Ruth
Botelho Guimarães... De quem? Ruth Guimarães, mas quem é ela afinal? De onde
vem, o que fez, por que destacá-la? Sei que estas questões são frágeis para
alguns, exatamente para prezadores de romances, contos, textos drenados das
listas de sucessos. Ruth Guimarães é dessas figuras apagadas dos arranjos talhados
por quantos esculpem seus deuses segundo a própria imagem e semelhança. Mas,
haveria razão subjetiva para isso? E não escapam explicitações capazes de
nutrir esquemas preconceituosos, desqualificadores de tipos desiguais como,
aliás, demonstra Eduardo de Assis Duarte. Ruth era mulher, negra, do interior
do estado de São Paulo – de Cachoeira Paulista – e nunca pretendeu trocar seu rincão
por qualquer capital, mesmo tendo cursado Filosofia na USP. Em 1983, na Bienal
Nestlé de Literatura, apresentou-se dizendo sou “mulher, negra,
pobre e caipira”, e a isso poder-se-ia acrescentar “disjuntada”. Por
paradoxal que pareça, Ruth se considerava tributária de Mário de Andrade, e
mesmo tendo sido saudada por críticos como Nelson Werneck Sodré, Érico
Veríssimo, Edgard Cavalheiro, tais loas nunca a apensaram além de escassas
citações marginais.
Seu livro de estreia Água
funda, publicado em 1946, foi prefaciado por Antônio Cândido, aliás, isto não deixa de
ser irônico posto argumento vazado de alguém que pontificava um olhar menor à consideração
dos regionalistas. De toda forma, da mina de Ruth despontaram ainda outros escritos de fôlego como Os Filhos do medo, de 1950, pesquisa
original sobre a figura do diabo; Crônicas
valeparaibanas, de1992, considerações sobre o folclore regional, e a
ficção Contos de cidadezinha de
1996, a respeito dos modos de vida no interior. Pode-se dizer que esse conjunto
de trabalhos representa, juntamente com Lobato e outro valeparaibano – igualmente
esquecido – Valdomiro Silveira, a essência genuína do gênero regionalista do
Vale. Sugere-se, contudo, e não sem sentido, que a própria Ruth foi a escritora
que, de maneira mais exuberante, furou a bolha do exclusivismo localista. Fundamenta-se
tal indicando que além de trabalhos respeitáveis sobre aspectos universais, Ruth
foi tradutora audaciosa de clássicos como Balzac, Dostoievski e Daudet. Não bastasse, escreveu peças
memoráveis e de abrangência, como: As Mães na Lenda e na História; Líderes
Religiosos; Lendas e Fábulas do Brasil; e com justo destaque, o audacioso
Dicionário de Mitologia Grega; isso além de Grandes Enigmas da
História; Medicina Mágica: as simpatias; Lendas e Fábulas do
Brasil...
É
verdade que a profícua produção lhe rendeu Cadeira na Academia Paulista de
Letras, mas, isso é raso em vista de merecimentos. A garantia de perplexidade
induz perguntar: mas afinal quais os entraves para o reconhecimento ampliado desta
autora? Mesmo entre as mulheres (Raquel de Queiroz, Cecília Meireles, Lygia
Fagundes Telles, Clarice Lispector) a figuração de Ruth é diminuta; seria por
ser negra? Em termos de combate ao racismo, com certeza cabe outra observação
fatal, pois nos limites da justiça, tem tocado atenção a Machado de Assis como
afrodescendente, e então, por que motivos Ruth não figuraria nesta almejada
redenção? Será por ser mulher e, sobretudo, mulher negra do interior? Aposta-se
que sim, supondo o formidável esforço para requalificar, em paralelo, Carolina
Maria de Jesus. Moradora da capital paulista, a dúvida sobre os destaques entre
ambas corre por conta de dois aspectos complementares: 1- o alinhamento
estilístico e temático e 2- a leitura política do gênero “diário”. Ruth foi
dona de vernáculo escorreito e coerente com os assuntos em voga na
intelectualidade convencional. Isso, por certo a constelou em vez de
distingui-la, como ocorreu com Carolina. E diário de favelada era algo
testemunhal, urbano e explicável na era da “cidade que mais cresce no mundo”. Supõe-se
então o paralelo contextualizado, pois mais que enquadramento no rótulo “mulher”,
ou “negra”, Ruth insistia em ser “caipira”, aliás, orgulhosa de seu espaço
original. Isolou-se e foi isolada, tudo segundo conveniências. Sintetizando de
outra forma, Ruth se inscreveu no “popular” sem representá-lo, no sentido da
diferença de classe, estilo, modo de pesquisa, filiação literária.
Há,
contudo, um fator a mais a ser considerado: a não requalificação de Ruth
Guimarães pelos quadros regionais. O que tem feito o Vale para a projeção de
sua maior estrela feminina no campo das letras? Nada, absolutamente nada. E
neste diapasão recupero certo tique do meu Vale: a ingratidão vestida de
silêncio. Sim, o Vale do Paraíba não se olha no espelho do reconhecimento local.
Tomando Taubaté como outro exemplo, perguntemos: onde estão homenagens às
figuras maiúsculas da expressão local: o que tem sido feito em relação a Mazzaropi,
a Hebe Camargo, ao Tony e Cely Campelo? Outra vez me valho do “nada” e ressalto
no lamento choroso o brado ignorante e injusto a figuras detratadas como
Monteiro Lobato. Tudo isto é triste, mas fica ainda mais lúgubre quando notamos
que é crônico, institucional, algo encalacrado na memória valeparaibana. É
assim, aliás, que volto a Ruth para repensar a “acontecência”. Acontecência
sinônima da falta de respeito. É tempo para acordar?
terça-feira, 6 de outubro de 2020
RECUPERANDO A AUTOESTIMA ALBINA
TELINHA QUENTE 419
Uma policial investiga um predador sexual e acaba descobrindo um casal com um segredo horrível e um esquema de corrupção sinistro.
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
CAIXA DE MÚSICA 426
Roberto Rillo Bíscaro