quinta-feira, 29 de outubro de 2020

TELONA QUENTE 335

 

Roberto Rillo Bíscaro

Em, The 27th Day (1957) cinco cidadãos “comuns” de distintas nacionalidades são abduzidos por nave espacial duma civilização agônica, mas que não quer recorrer à violência invasiva pra evacuar seu planeta e se salvar. Eticamente impedidos de colonizar nosso planeta, os ETs transferem a batata-quente pra nossas mãos. Cada terráqueo é presenteado com arma letal, que pode obliterar a espécie humana, sem danificar a infraestrutura ou outras formas de vida. Os pacíficos alienígenas não são violentos, mas contam com o potencial autodestrutivo humano pra fazer o serviço sujo por eles. Algo como dar facas pra crianças brincarem na creche, mas não assumir a culpa pelo massacre resultante.

Um alemão, um norte-americano, uma inglesa, uma chinesa e um soviético são os portadores da provável extinção da espécie humana. Sendo produto tipicamente Guerra-Fria, da família de Red Planet Mars, assim que Moscou constata que pode dominar o mundo, não poupa chantagens, torturas e ultimatos não apenas para remover os EUA da Europa e Ásia, mas também os estadunidenses do mundo.

A mensagem de “paz” final de The 27h Day é assustadora, porque não prevê alternativa de convivência harmônica entre os povos, a não ser que aqueles que pensem distinto sejam literalmente exterminados. Mas, tudo vem (mal-)disfarçado em mambo-jambo cristão.

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