AS MAGIAS DO NÚMERO 7
José Carlos Sebe Bom Meihy
Os números são mágicos. Todos temos simpatia por algum. E acima de tudo tem a cultura dando significados marcantes para alguns. Isso ocorre em toda parte, ainda que nos países latinos haja maior incidência. Contra qualquer preconceito, convém não esquecer que mesmo os racionalistas anglo-saxões, em particular os norte-americanos - que se referem a nós como supersticiosos contumazes - temem como ninguém o famigerado número 13. Fico sempre perplexo quando vejo que é natural entre eles não haver o tal “número do azar” nos elevadores. Soube outro dia que apartamentos ou escritórios situados nos 14 º andares de prédios chegam a valer até 50% menos, pois corresponderiam ao 13.
Pensando nisto, resolvi dar um passeio pela numerologia e sabem que me admirei com a devoção a este procedimento que chega às raias da ciência. O que era apenas curiosidade passageira começou a ficar coisa mais séria, quando cheguei em um site que abria a conversa sugerindo solenemente que só prosseguisse depois de revelar o número preferido. Gelei. Gelei, porque tenho um pequeno repertório de números simbólicos. Aluno de colégio interno, carreguei por anos o número 201 e então 201 passou a ser referência em meus códigos secretos. O número de minha casa quando garoto sempre me foi referência, e assim o 54 também passou a integrar as senhas variadas. Lembro-me de, certa feita, sonhar com um touro e ao contar o enredo para meu pai, ele jogar no bicho, 25, e ganhamos pequena bolada. Aliás, nunca me esqueci disso.
Foi mergulhando um pouco mais em alguma pesquisa, que cheguei ao número 7. E pelo 7 dei certo trato histórico em duas tradições que o consideram fatal. Logo, a cabala judaica chamou atenção pela “gematria”, ou seja, pela tradição hebraica de analisar as palavras bíblicas. O judaísmo relaciona um número a cada letra e, assim, se lê no Torá que o 7 é número sagrado e no hebraico arcaico representa a perfeição e a plenitude. O 7, imagine, é citado 323 vezes na Bíblia e são 7 os degraus da Perfeição, são 7 os braços do candelabro sagrado, 7 as moradas de Javeh, 7 os anos que durou a construção do Templo de Salomão, 7 os sacerdotes que, trazendo 7 trombetas, deram 7 voltas em torno da muralha de Jericó, quando chegou o 7º dia.
A par da cabala judaica, os árabes também matemáticos, se assenhoraram do 7 e no livro sagrado, no Alcorão, estão cadastrados os 7 sentidos esotéricos. E são 7 céus, 7 mares, 7 terras, 7 divisões do inferno, 7 as portas do Paraíso, 7 palavras da profissão de fé mulçumana.
Agucei a curiosidade e busquei algo fora do enquadramento judaico ou árabe e aprendi que o 7 tem significado mágico em toda a parte: os japoneses descobriram os 7 deuses da felicidade, Roma ergueu-se sobre 7 colinas, 7 são as maravilhas do mundo, 7 são as artes, os piratas pensavam conquistar os 7 mares, são 7 as cores do arco-íris, 7 as notas musicais, e em nossa cultura popular, lembremos, as coisas são trancadas à 7 chaves. Os Alquimistas tinham 7 fases para a obtenção da Pedra filosofal e são 7 os graus de loucura.
Sabem qual o 7 que mais me impressionou? Aiaiaia, vou revelar, foi saber dos 7 pecados capitais: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça, inveja. E sabe por quê? Porque eles permitem que sejam melhor observados os 10 Mandamentos da Lei de Deus. Ponto estava aberto novo questionamento desta vez sobre o significado do número 10. Ah, os números...
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