Pai é preso em Moçambique por tentar vender filhos albinos
Crianças eram mantidas em cativeiro e seriam vendidas para práticas de feitiçaria por R$ 210 mil, segundo polícia local. Albinos sofrem discriminação e perseguição no sul da África, e seus corpos costumam ser usados em rituais.
Uma criança albina brinca com balões na ilha Ukerewe, na Tanzânia, durante o dia internacional da consciência do albinismo. A ilha é o lar de muitos albinos que foram abandonados por suas famílias ou fugidas da violência que enfrentam no continente — Foto: Carl De Souza/AFP
Um homem foi detido no Moçambique por tentar vender seus três filhos albinos, anunciou a polícia local nesta segunda-feira (25). Segundo as investigações, o pai das crianças as venderiam para serem usadas em práticas de feitiçaria.
Além dele, a polícia da região de Tete, no noroeste do país, deteve o tio das crianças, após uma denúncia anônima. Investigadores afirmaram que os três estavam sendo mantidos em cativeiro.
Os três menores seriam vendidos no Malawi por um valor próximo de US$ 39 mil (cerca de R$ 210 mil) no total, afirmou o porta-voz da polícia local, Feliciano da Câmara.
"Começamos a investigar e foi possível salvar os três menores, com idades compreendidas entre 9 e 16 anos, e que estavam cativos", acrescentou a fonte.
Tanto o pai quanto o tio negam envolvimento no esquema de tráfico de pessoas, ainda de acordo com a polícia.
No sul da África, os albinos enfrentam discriminação e ataques. E partes de seus corpos são usadas em rituais de feitiçaria para saúde e sucesso.
O albinismo é um distúrbio genético caracterizado pela ausência total ou parcial de pigmentos na pele, cabelos e olhos.