quarta-feira, 31 de agosto de 2022

ALBINOS CORREM PERIGO EM MADAGASCAR TAMBÉM

Protesto em Madagascar por sequestro de menino albino deixa 18 mortos


Ao menos 18 pessoas morreram nesta segunda-feira (29) em Madagascar quando a polícia abriu fogo contra uma multidão de manifestantes enfurecidos com o suposto sequestro de um menino albino, informou um médico à AFP.

"Por enquanto, 18 pessoas morreram, nove no local e nove no hospital", declarou Tango Oscar Toky, médico principal de um hospital no sudeste de Madagascar. "Dos 34 feridos, nove estão entre a vida e a morte", acrescentou o médico. "Estamos esperando que um helicóptero do governo os evacue para a capital". Gendarmes locais reportaram um balanço de 11 mortos no incidente.

Por volta das 08h GMT (05h de Brasília), foram ouvidos disparos em Ikongo, sudeste, a 350 km da capital. Desde a semana passada, a pequena população está em choque pelo desaparecimento de um menino albino, que as autoridades atribuem a um possível sequestro.

Em Madagascar, as pessoas albinas são frequentemente submetidas à violência. Nos últimos dois anos, houve mais de uma dúzia de sequestros, ataques e assassinatos de pessoas com albinismo, segundo as Nações Unidas.

Os policiais prenderam quatro suspeitos, mas os cidadãos estão determinados a fazer justiça com as próprias mãos.

De manhã, eles se reuniram do lado de fora do quartel policial e exigiram que os quatro suspeitos fossem entregues a eles, contou à AFP o deputado Jean-Brunelle Razafintsiandraofa, em Ikongo.

Uma fonte da polícia disse à AFP que pelo menos 500 pessoas se reuniram no local, algumas com "armas brancas" e "facões".

"Houve negociações, os moradores insistiram", disse a fonte. No final, os policiais decidiram lançar granadas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão e realizaram alguns disparos.

Mas os habitantes tentaram forçar a entrada no quartel e os policiais "não tiveram escolha a não ser se defender", disse a fonte. Madagascar, uma grande ilha no Oceano Índico, é um dos países mais pobres do mundo.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

TELINHA QUENTE 395

Crítica da segunda temporada de Crimes em Déli (Netflix)

Uma série de assassinatos indica o retorno de uma terrível gangue criminosa, e a policial Vartika precisa liderar o caso sob pressão da mídia e do público.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

CAIXA DE MÚSICA 500

Crítica do álbum Done Come Too Far (2022), de Shemekia Copeland

Shemekia Copeland nunca teve problemas para ser ouvida. Com seu poder de fogo, entrega direta, ela transmite sua mensagem em alto e bom som. Embora ela geralmente seja rotulada como uma cantora de blues, Copeland transcende esse rótulo com uma mistura de estilos, incluindo gospel, rock, blues, soul e, em seu trabalho mais recente, americana também, como o zydeco. Pegando pesado em temas sociais como racismo, violência nas escolas devido ao descontrole no armamento, Done Come Too Far ainda tem algum espaço para diversão.

domingo, 28 de agosto de 2022

SER ALBINO É O FIM DA PICADA



A Associação de Apoio às pessoas com Albinismo em Angola (4As) denuncia a falta de políticas de apoio e protecção dos cidadãos com albinismo em Angola. Se ser angolano já é um enorme problema, ser angolano albino é o fim da picada.

Manuel Vapor, presidente da 4As, refere que as políticas criadas para as pessoas vulneráveis não são direccionadas para os albinos, uma vez que estas pessoas têm necessidades específicas diferentes de outros grupos indefesos.

“O Governo não tem políticas para as pessoas com albinismo. O Ministério da Saúde também não tem, o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social também não, e por isso nós encontramos barreiras”, denuncia o activista que lidera a organização de defesa, apoio e protecção das pessoas com albinismo em Angola.

O líder associativo pede aos Ministérios da Saúde, do Ensino Superior do Trabalho e Segurança Social e dos Transportes, alguma sensibilidade para inclusão social e prestação de apoio às pessoas com albinismo.

“No caso do ensino superior nós sugerimos que dessem facilidade de 5 vagas todos os anos e nós teríamos a responsabilidade de fiscalizar. Há uma lei que diz que as pessoas com deficiência têm direito de 4%, nas vagas do ensino superior, mas não são estas pessoas que beneficiam alega-se que nenhuma delas teve aproveitamento e são vendidas as vagas. Isto é que nos dói», desabafa Manuel Vapor, quem sugere ao Ministério da Saúde a criação de projectos de apoio direccionados a essa comunidade.

O Folha 8 há muito e regularmente tem abordado este assunto. Sob o título “Abraços não chegam, Presidente!”, foi aqui publicado no dia 13 de Junho de 2021, o artigo que a seguir transcreve:

«O Presidente angolano, João Lourenço, condenou “energicamente” a discriminação dos albinos e enviou um “abraço de solidariedade para os que sofrem apenas por que nasceram sem a camada protectora da pele”.

“Eles merecem todo o carinho da sociedade e de políticas e inclusão e promoção social do executivo”, sublinhou o chefe do executivo angolano na sua conta do Twitter, no Dia Mundial da Consciencialização do Albinismo.

Cerca de uma em 18 mil pessoas no mundo tem um tipo de albinismo, uma condição genética caracterizada pela deficiência na produção de melanina, que afecta pessoas de todas as raças, mas é mais frequente e problemático em Africa.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), centenas de pessoas com albinismo, na sua maioria crianças, foram atacadas, mutiladas ou mortas em pelo menos 25 países africanos.

A Amnistia Internacional (AI) exortou no dia 13 de Agosto de 2018 os países da África Austral para que os seus sistemas judiciais protejam os albinos, que são mortos na região devido à crença de que partes do seu corpo têm poderes mágicos. De facto, ser albino não é crime mas às vezes, demasiadas vezes, parece. Parece ou é?

A AI relembrou num comunicado, citado pela agência de notícias espanhola EFE, que em países como Maláui, Moçambique ou a Tanzânia é comum “a impunidade” por esses crimes, o que agrava o problema, acrescentando que as pessoas com albinismo são mortas devido à crença de que as partes do seu corpo têm poderes mágicos que dão boa sorte e riqueza.

“A realidade é que as pessoas com albinismo vivem com medo constante de serem capturadas ou mortas para lhes serem retiradas partes do seu corpo”, frisou Deprose Muchena, director regional da organização para a África Austral.

O responsável frisou que os albinos “vivem à mercê de gangues criminosos organizados que clamam pelo seu sangue na crença de que farão fortuna”.

A mensagem da AI foi divulgada numa altura em que decorria uma cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), na Namíbia e, neste contexto, a AI solicitou à SADC a promessa de “dar prioridade” e tomar “as medidas necessárias para garantir o direito à vida, segurança e salvaguarda de pessoas com albinismo”.

No Maláui, de acordo com dados da AI, houve cerca de 150 casos de violência contra albinos desde o final de 2014, incluindo 14 assassínios. Em Junho de 2017, apenas um processo judicial para 30% desses casos tinha sido concluído.

Partes dos corpos dos albinos são vendidos em países da África Austral, incluindo a República Democrática do Congo (RD Congo), África do Sul, Suazilândia, Tanzânia e sobretudo Moçambique.
Em Angola a situação é similar

Os albinos em Angola continuam a enfrentar “problemas e barreiras” que vão desde a dificuldade de inserção no emprego e no sistema de ensino, à falta de assistência social e medicamentosa, considera a Associação de Apoio aos Albinos de Angola.

O dedo na ferida foi posto em 2018 pelo presidente da Associação, Manuel Vapor, durante uma palestra realizada no passado dia 13 de Junho, em Luanda, a propósito do dia mundial para a consciencialização sobre o Albinismo.

De acordo com aquele responsável, ainda há casos de discriminação no país e grande parte dos albinos em Angola não tem emprego e encontra dificuldades para adquirir cremes de protecção da pele, pedindo por isso ao Ministério da Saúde a subvenção desses fármacos.

“Porque o protector solar nas farmácias, o preço, é elevadíssimo e então gostaríamos que também ficassem naqueles produtos a custo zero e subvencionados pelo Governo. Por isso é preciso que o ministério ponha a mão neste caso, porque principalmente os adultos que não trabalham têm grande dificuldade”, disse.

Manuel Vapor referiu, igualmente, que o país “carece de uma política virada à pessoa albina”, que no seu entender deveria ser superintendida pelo Ministério da Saúde, exemplificando que as consultas nos hospitais ainda são feitas “graças ao bom senso dos dermatologistas”.

As consultas, acrescentou, são feitas com recurso às “parcerias” que a associação criou junto dos dermatologistas, no sentido de responderem às “necessidades diárias” da pessoa albina.

Durante a sua intervenção, o presidente da Associação de Apoio aos Albinos de Angola, considerou também que a falta de informação sobre o albinismo faz persistir o preconceito na sociedade angolana.

“Porque se desde tenra idade e sobretudo nos manuais escolares do ensino de base se começar a ministrar matérias sobre o albinismo, essas situações não deveriam colocar-se e a criança já não veria o albino como um fantasma e haveria melhor familiarização”, realçou.

No capítulo do emprego, aquela associação defende que o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTESS) encontre mecanismos que “pelo menos reservassem vagas exclusivas” para a pessoa albina.

“Reconhecemos que o emprego no país está difícil, mas é possível o ministério adoptar esse mecanismo, porque muitos associados estão vulneráveis e isso agrava ainda mais a sua condição de saúde, devido à falta de cuidados”, adiantou.

A consciencialização para a pessoa com albinismo e o albinismo no campo científico foi o tema desta palestra, animada pelo dermatologista e director do serviço de Dermatologia e Venereologia do Hospital Américo Boavida, Juliano Isaías.

Na ocasião, o responsável lamentou a situação de carência de albinos para aquisição de cremes de pele, tendo revelado que a unidade hospitalar acompanha regularmente cerca de 300 doentes albinos, na sua maioria com cancro de pele.

“E os nossos serviços ambulatórios continuam a registar novos casos, sobretudo ligados a lesões de pele em crianças e adultos”, explicou.

A Associação de Apoio aos Albinos de Angola contava com cerca de 600 associados e tinha representações em seis das 18 províncias do país.»

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

TELONA QUENTE 404

Crítica do filme The Righteous (2021)

Um homem atormentado sente a ira de um Deus vingativo, depois de ele e sua esposa serem visitados por um estranho misterioso.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

TELINHA QUENTE 394

Crítica da primeira temporada de Manayek (HBO Max)

Izzy Bachar, um investigador de assuntos internos da polícia, descobre pouco antes da aposentadoria que seu velho amigo Barak, um oficial sênior, é acusado de corrupção. A vida como Izzy a conhece é estilhaçada.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

CAIXA DE MÚSICA 499

Crítica do álbum Lamento Urbano (2022), de Vitrola Sintética

Grupo criado em 2006 na cidade de São Paulo e formado por Felipe Antunes (voz e guitarra), Otávio Carvalho (baixo e programações) e Rodrigo Fuji (guitarra e piano), Vitrola Sintética lançou em maio, de 2022, seu quarto álbum, Lamento urbano. Produzido por Tó Brandileone, o álbum traz um pop antenado, que vai de MPB a trip hop. Com participações de Josyara, Roberto Mendes, Manoel Cordeiro e Paulo Miklos, o Vitrola Sintética é mais uma prova de que muita música excelente ainda é feita no Brasil.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

TELONA QUENTE 403

Crítica do filme Código: Imperador (Netflix)

Um agente de inteligência recebe a missão de incriminar um político íntegro e tem que decidir até onde ousa ir em sua tarefa.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

BAHIA É EXEMPLO NOS CUIDADOS COM O ALBINISMO, DE NOVO

 


Superação. Essa é a palavra que resume a jornada de Renivaldo Silva. Com 50 anos de idade, o assistente social tem apenas 10% da visão e já realizou mais de 80 intervenções cirúrgicas para tratar o câncer de pele.

Os problemas de saúde são causados pelo albinismo, doença genética hereditária caracterizada pela falta de capacidade das células do corpo de produzir melanina – substância responsável em proteger e dar cor na pele, olhos, pelos e cabelos.

Com necessidade de acompanhamento médico contínuo, Renivaldo celebrou o fato do Multicentro de Saúde Vale das Pedrinhas se tornar a primeira unidade especializada de referência para atendimento de pacientes com albinismo da rede municipal de Salvador.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, estima-se que 250 pessoas têm albinismo na capital baiana.

“A gente sempre precisa passar por consultas com especialistas e ter a oportunidade de ser acompanhado em um só lugar é uma vitória. Só quem tem albinismo sabe o quão importante é isso para nós”, celebrou.

Acolhimento multidisciplinar

A partir de agora, o Multicentro de Saúde Vale das Pedrinhas será referência para acolhimento ambulatorial e multidisciplinar para as pessoas com albinismo em Salvador.

Na unidade, os pacientes terão acesso a consultas especializadas com dermatologistas, oftalmologistas, fisioterapeutas, psicólogos, entre outras especialidades. Os pacientes cadastrados para acompanhamento na unidade também poderão retirar de forma gratuita os frascos de protetor solar no local.

Para atender esses pacientes, a Secretaria Municipal da Saúde realiza o cadastramento dos indivíduos que são atendidos em outras unidades da capital baiana. A gestão também iniciou o treinamento das equipes para o acompanhemto especializado desse perfil de paciente.

“São pacientes que serão acolhidos de forma humanizada e segura por equipes multidisciplinares qualificadas para atendimento desse perfil de paciente. Sabemos que são pessoas que necessitam de cuidados bastante específicos e o acolhimento numa unidade de referência vai facilitar ainda mais o tratamento contínuo desses indivíduos”, explicou Celisângela Matias, diretora-geral do Multicentro.

Características da doença

O albinismo pode ser identificado por meio de algumas características apresentadas pela pessoa e que estão relacionadas com a ausência total ou parcial de pigmentação da pele. Entre os agravos mais comuns entre esses pacientes está a baixa visão e complicações dermatológicas.

Por conta do preconceito, uma parcela significativa das pessoas com albinismo também necessita de acolhimento psicológico. “São pacientes que precisam de acompanhemto continuado principalmente em Oftalmologia e Dermatologia. Um acolhimento constante evita que essas pessoas possam desenvolver sequelas ou agravamentos, além de ajudar na qualidade de vida desses indivíduos”, afirmou Helena Pimentel, médica geneticista.

Cuidados importantes

É importante que a pessoa com albinismo tenha alguns cuidados no dia a dia para preservar a sua saúde. A maior sensibilidade da pele e dos olhos é causada pela ausência da melanina. Dessa forma, alguns cuidados que devem ser seguidos.

– Usar chapéus ou acessórios que protejam a cabeça dos raios solares;
– Usar roupas que protejam bem a pele como camisas de manga comprida;
– Utilizar óculos escuros, para proteger bem os olhos dos raios solares e para evitar a sensibilidade à luz;
– Passar filtro solar de FPS 30 ou mais antes de sair de casa, inclusive em dias chuvosos ou nublados;
– Fazer uso de suplemento de vitamina D, já que jamais é aconselhado que se exponham diretamente ao sol.

CAIXA DE MÚSICA 498

Crítica: Sambas do Absurdo Vol. 2 (2022) de Rodrigo Campos, Juçara Marçal e Gui Amabis.

O volume dois do assombrosamente bom Sambas do Absurdo vem aparentemente mais acessível, mas consegue unir isso à experimentação e lindas melodias.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

PAPIRO VIRTUAL 211

 


Vejam que noticia ótima: a dissertação de mestrado sobre pessoas albinas, escrita pelo sociólogo Adailton Aragão foi publicada sob forma de livro!

O livro Pessoas albinas, pessoas guerreiras: nas fendas da (in)visibilidade traz novas reflexões sobre a população albina, que vão além dos fatores biológicos/médicos. Por meio dos relatos pessoais de como é ser uma pessoa albina num país onde são “invisíveis” aos olhos do Estado e “visíveis” no convívio social, esta obra debruça-se sobre a (in)visibilidade dessas pessoas, colocando em pauta as formas de estigmas, preconceitos, discriminação a que estão sujeitas. O autor descreve o cotidiano, os modos de vida, os problemas enfrentados, os processos de adaptação e as estratégias para conviver com o albinismo e, principalmente, a superação e a luta por direitos e respeito. Outro fator relevante abordado é a construção da identidade – embora não seja o foco neste volume, deixa brechas para próximas produções. A obra propõe desconstruir ideias equivocadas sobre as pessoas albinas e mostrar esse “outro” (albino/a) desconhecido pela população. O livro tem um conteúdo instigante, intrigante, comovente e com linguagem fluida, dinâmica e envolvente. Foi produzido e pensado para o/a leitor/a, para que todos/as possam ter acesso e disseminar conhecimento sobre o tema, com o objetivo de dar mais visibilidade positiva às pessoas albinas.


Para informações sobre coo adquirir a obra acesse o site:

terça-feira, 9 de agosto de 2022

TELINHA QUENTE 393

 Crítica da terceira temporada de A Baía/The Bay (HBO Max)

Na terceira temporada desta série britãnica, há uma nova protagonista. Morven Christie (que interpretou a DS Lisa Armstrong) foi substituída por uma nova detetive, que assumiu o cargo de Family Liaison Officer. Então, não apenas somos apresentados com um novo caso sinuoso para nos conectarmos, mas também temos uma nova chegada a Morecambe com sua própria bagagem e história para se envolver também.