Crianças indígenas albinas chamam atenção em aldeia no Acre; fenômeno é raro
Natural de Sena Madureira e residindo há anos em Santa Rosa, o radialista Pelegrino Ferreira, esteve na aldeia e ficou bastante impressionado. Ele conta que nunca tinha visto, dentre os indígenas, crianças albinas.
“Tivemos um rápido contato e pude notar as dificuldades que eles enfrentam no sol pra olhar pra gente. Ainda tentei gravar uma entrevista com seus pais, mas eles são tímidos e não quiseram falar”, relatou.
No Acre, o caso é considerado raro, por isso, as três crianças da etnia Kaxinawá despertam tanta atenção de quem passa pela referida aldeia.
Albinismo entre indígenas
Em estudo intitulado “O albinismo em comunidades indígenas”, publicado pela Embrapa em 2005, o estudo dos pesquisadores Fábio de Oliveira Freitas, Joana Zelma Figueredo Freitas e Janaina Alves Santos acredita que a doença é resultado de uma questão cultural: ou seja, os casamentos consanguíneos, uma vez que o albinismo é classificado como uma enfermidade metabólica rara, causada por defeitos, de base genética, na síntese e distribuição de melanina no organismo do indivíduo.
A prevalência média de albinismo mundial é de 1/20000 conforme estudos de 1988, porém, existem locais em que essa incidência é muito alta, como em La Comarca de Kuna Yala, no Panamá, onde se encontra um dos índices de albinismo mais altos em todo o mundo: 1/100, segundo dados de 2004. Em relação às populações indígenas brasileiras, o índice de albinismo é tido como extremamente baixo. Em 1996 para uma população total de aproximadamente 300 mil índios, só existia o relato da existência de dois indivíduos albinos.
Em termos culturais, vida de índios albinos não deve ser muito fácil e sabe-que que algumas tribos praticam o infanticídio. Diversos são os motivos alegados para o sacrifício de crianças. Os relatos de historiadores são vários. Como narra o estudo publicado pela Embrapa , um estudioso conta que quando uma criança nasce defeituosa, os índios fazem uma cova perto da choupana e nela enterram viva a criança, pois segundo os próprios índios xinguanos: ninguém pode depender de uma outra pessoa para viver.
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